Por mais que se calcorreie a capital, esta continua a ser uma das mais bonitas e amplas vistas em Lisboa. No terraço do quinto piso do Bairro Alto Hotel – o cinco estrelas com década e meia que surgiu renovado e ampliado há dois anos – avista-se o Tejo e os seus cacilheiros, a Margem Sul e os telhados do casario dos bairros históricos em redor.
Uma esplanada assim pede uma cozinha à altura. Leia-se Nuno Mendes, o chef que levou uma estrela Michelin para duas das casas que abriu em Londres – o Mãos e o Viajante, este último apenas oito meses depois de inaugurar – e que assume a direção criativa deste BAHR, com Bruno Rocha como braço-direito. No interior ou no terraço do restaurante, agora reaberto, impera a cozinha contemporânea a quatro mãos, apurada nas memórias. É o caso do pica-pau de novilho em tártaro (12€), um dos reforços da nova carta pensada para os meses quentes, que recorda o chef dos finais de tarde pós-praia, ou da já conhecida tosta de percebes fumados (9€), o crustáceo que o faz lembrar da infância. “O marisco está incrível este ano. Já o ano passado estava, mas andámos a comê-lo em casa”, diz Mendes, entre risos.
O vegetariano charuto Bulhão Pato de algas (6€); a tarte de atum à algarvia, com cebolada e massa folhada (8.50€); o salmonete marinado em citrinos e acompanhado com escabeche de cerejas e acelgas (17€); o tamboril com tosta de fígado do mesmo, caldo de açafrão e funcho, inspirado na clássica caldeirada (25€); o lombo de vaca maturada de cebolada (29€); e a farófia com folha de limoeiro e gema de ovo curada (7€) são outras novidades para provar ao jantar.
Durante o dia, funciona a carta de petiscos sem horários, comum ao terraço vizinho do sexto piso, onde cabem propostas como rissóis de camarão, empadas de frango em vinha d’alhos, húmus de ervilhas e menta, e artigos da pastelaria da casa, como pastéis de nata e jesuítas.
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