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7 queijarias novas e antigas para conhecer no Norte

Percorra a fotogaleria para conhecer todas as queijarias. Na foto: Rota do Queijo, Guimarães (Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens)
1. Rota do Queijo Quem passa na rua é recebido por uma ovelha negra em barro, à entrada da pequena queijaria de portas voltadas para a Alameda de São Dâmaso. É a mascote da loja, ainda que ali não se encontre apenas queijos de ovelha. Há exemplares de diferentes tipos e de todo o mundo, assim como alguns vinhos, tostas e compotas, que sempre casam bem com o queijo. Da Neal’s Yard Dairy, uma loja artesanal londrina, que produz queijo desde 1979, chega o cheddar Montgomery’s e o azul blue stilton, um dos mais vendidos na Rota do Queijo. Mas também há espaço para queijos nacionais, como os das ilhas do Pico e Graciosa, nos Açores. Prestes a chegar à loja estão 300 quilos de novidades, entre elas um gouda verde, feito com pesto de manjericão e alho. Nas prateleiras há ainda lugar para uma pequena biblioteca com livros dedicados à confeção e aos vários tipos de queijo. E quem quiser provar alguns exemplares, na pequena esplanada em frente à loja são servidas tábuas de queijos e vinho a copo, com vista para a alameda. A ESCOLHA DO QUEIJEIRO: Gouda Alguns dos exemplares mais invulgares da loja são os holandeses gouda black, um queijo de tonalidade negra, com limão e carvão, e o gouda verde, feito com pesto de manjericão e alho. (Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens)
2. Corriqueijo Foi bem perto do Arco da Porta Nova, num antigo edifício com parte da muralha da cidade como parede de fundo, que nasceu o Corriqueijo, em junho do ano passado. «Era húmido e frio, o ambiente perfeito para o queijo», resume Ana Rita Lima, que ao lado do marido, do irmão e da cunhada deu vida a um gosto que há muito vinha a crescer. Mais de quarenta variedades de queijos artesanais ocupam o balcão da loja, cada um deles devidamente identificado com o local de origem, o tipo de leite usado para o seu fabrico e a queijaria onde é produzido. Queijo azul, gouda, parmesão, manchego e, claro, Serra da Estrela, marcam presença, entre outros tantos que ali chegam de todo o país e além-fronteiras. O grande comté Marcel Petit vem das caves de Saint-Antoine, em França, e o cremoso e intenso queijo azul savel Airas Moniz é feito na região de Lugo, em Espanha. De produção nacional, o DOP São Jorge, com 36 meses de cura, é um dos mais procurados. Se a escolha estiver difícil, provar algumas variedades na zona de degustação há de ajudar a decidir o que levar para casa. Nesta e nas próximas visitas. AC A ESCOLHA DO QUEIJEIRO: Matalobos É de Espanha que chega o Matalobos, produzido com leite cru de ovelha e envelhecido com cerveja artesanal IPA, por um mínimo de três meses, numa adega natural em León. (Gonçalo Delgado/Global Imagens)
3. Casa Lourenço «Depósito de queijos das melhores regiões do país», lê-se à porta da Casa Lourenço, não dando espaço para dúvidas sobre o que se vai encontrar no interior do estabelecimento. João Cunha está há mais de cinquenta anos atrás do balcão e faz questão de ter os bons queijos nacionais e afirma estar cada vez mais forte nesse setor. Aconchegados na vitrina de vidro estão queijos provenientes do Alentejo, de Trás-os-Montes, da Baixa Beira, da serra da Estrela. De ovelha, cabra e vaca. E há ainda alguns que chegam de queijarias de Celorico da Beira, Seia, Arcozelo e Gouveia exclusivamente para a Casa Lourenço, aberta há mais um século. «Quem fundou esta casa foram os queijeiros da serra da Estrela, que na altura vinham para o Porto vender queijo e fruta», relembra João, acrescentado que o espaço «era muito mais pequeno do que é hoje, era uma casa tradicional antiga, toda em madeira». Os queijosm esses secavam «expostos em redes, em cima de tábuas». Os tempos mudaram, mas os queijos ainda lá estão e ganharam companhia: de vinhos de todas as regiões do país, fumeiro de Trás-os-Montes e do Alentejo, mel nacional e compotas da Beira Alta. ALS A ESCOLHA DO QUEIJEIRO: Serra da Estrela Quando se pergunta qual o seu queijo preferido, João é peremptório. «É o queijinho da Serra, o nosso cartão-de-visita». Há-o amanteigado ou curado. (Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)
4. Queijaria Amaral Há mais de noventa anos de portas abertas, a Queijaria Amaral, na zona dos Poveiros, é uma das mais antigas da cidade. Depois de um interregno de três meses, a loja reabriu em fevereiro deste ano com nova gerência e um ambiente mais despojado e elegante, onde os queijos nacionais e estrangeiros têm agora todo o destaque, pousados com cuidado num móvel de madeira clara. A oferta internacional chega de países como França, Itália, Inglaterra e Suíça mas a grande aposta é nos queijos nacionais, de Castelo Branco, Seia, Alentejo e Montalegre, que correspondem a quatro quintos da oferta presente na loja. Mas não se chega apenas à Queijaria Amaral para comprar e levar uma das vinte variedades de queijo para casa, é possível escolher uma mesa e pedir uma sanduíche de queijo Serra da Estrela e presunto ou uma tábua de queijos nacionais, com ou sem fumeiro a complementar o ramalhete. A mais pedida é que a junta cinco queijos e cinco diferentes tipos de fumeiro, que é, de resto, outra das apostas da casa, que se reflete em artigos como o presunto pata negra, chouriço de carne ou de vinho, barriga fumada ou curada (salgada) e salpicão palito. Para acompanhar as tábuas há vinho a copo do Douro e do Alentejo, cervejas artesanais e, claro, vinho do porto. ALS A ESCOLHA DO QUEIJEIRO: Ovelha de Seia É fabricado em Seia com leite de ovelha, sal, cardo e o resultado é um queijo de sabor forte que faz as delícias dos estrangeiros, que o levam mais do que a qualquer outro. Os portugueses procuram sabores mais suaves, especialmente de vaca ou de mistura. (Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)
5. Queijaria do Almada A Queijaria do Almada abriu, há um ano, na Rua do Almada, com uma seleção de queijos oriundos sobretudo de pequenos produtores, muitos deles de edição limitada. Entre queijos portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, holandeses, italianos e suíços, são cerca de cinquenta variedades. Cada um é acompanhado por uma pequena descrição do produto, o nome de quem o fabricou e onde. Uns são vendidos à unidade, outros à fatia – e Alberte Pérez, que é de Lugo, na Galiza, onde mantém uma loja semelhante há meia década, não hesita em dá-los a provar aos clientes mais indecisos. A paixão pelo queijo é o que move Alberte, que também vende tábuas e facas, bem como produtos complementares, como lacticínios, doces de fruta, mel ou pão feito com fermento natural e levedação lenta. Este último, com a etiqueta Pão da Mó, chega às quartas e sextas, a partir das 11h00. A loja vai recebendo novidades – por exemplo, acabam de chegar iogurtes de leite de búfala, através de um fornecedor italiano. Essencial é que partilhem de uma filosofia slow, isto é, que sejam gentis com o ambiente e com o cliente final. CF A ESCOLHA DO QUEIJEIRO: Stichelton O stichelton, um queijo britânico que segue a receita do Stilton mas é produzido com leite cru, por Joe Schneider, em Welbeck, é «o melhor queijo azul» que Alberte Pérez conhece. Trata-se de uma edição limitada, à venda por 39,95 euros/kg. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
6. Rei dos Queijos O icónico Rei dos Queijos, na Rua do Bonjardim, ganhou novo ar mas o que não mudou foi o culto ao queijo. Há mais de cinquenta variedades disponíveis, para provar ali, em tábuas que chegam à mesa acompanhadas de compotas caseiras e frutos secos, e para levar para casa. «É tudo português», frisa Alzira, coproprietária da loja que é também um restaurante onde, como não podia deixar de ser, o queijo é a estrela. Para os verdadeiros apreciadores, nas últimas páginas da carta estão listados todos os queijos disponíveis em loja, com indicação da intensidade de cada um, da região de origem, tipo de leite e se este é pasteurizado ou cru. A partir desta lista o cliente pode escolher os que mais lhe agradam e construir a sua própria tábua. O queijo de cabra com alvarinho e pimentão da Prados de Melgaço, ou um pedaço generoso do DOP São Jorge com 36 meses de cura são algumas das opções. Alzira aconselha ainda, para devidamente apreciar uma tábua de queijos, a companhia de um copo de vinho, para descansar o palato a cada novo pedaço. AC A ESCOLHA DO QUEIJEIRO:Chèvre da Granja dos Moinhos O chèvre da Granja dos Moinhos é «o queijo mais intenso do Rei dos Queijos», avisa Alzira. É produzido por Adolfo Henriques, o único produtor artesanal de chèvre em Portugal, na sua queijaria em Azambuja. (Fotografia: Cristiana Milhão/Global Imagens)
7. Say Cheese Na loja idealizada pelas irmãs Renata e Raquel Rosa, o queijo não se quer elitista. Compra-se a peso para levar ou em tábuas que podem ser personalizadas, sempre compostas por compota ou chutney, frutos secos e salada. Neste espaço intimista com meia dúzia de mesas e um balcão convidativo, os queijos são para saborear com tempo, e com direito a boa conversa sobre os mesmos, ou não fossem as proprietárias apaixonadas por este universo. Quando abriu no final do ano passado, a aposta foi em duas dezenas de queijos nacionais, a maior parte DOP, e internacionais. Atualmente já há mais de trinta referências, que vão mudando. Alguns nunca saem da lista, como é o caso do gouda envelhecido, o gouda com pesto, o feta, o camembert rústico e o queijo azul inglês stilton. Nos portugueses, o da Serra da Estrela e o de Azeitão também estão sempre disponíveis. A carta de vinhos foi pensada especificamente para acompanhar a seleção de queijos. Aos terceiros domingos de cada mês, há sempre uma «tardada de queijos» (15 euros), que funciona em formato buffet. São servidas doze referências, com compotas, presunto e paiola, sempre entre as 16h00 e as 20h00. As reservas devem ser feita até sexta-feira anterior. LM A ESCOLHA DO QUEIJEIRO: Valençay Queijo de cabra francês com a superfície coberta com cinzas vegetais. Conta a lenda que o formato de pirâmide sem topo se deve a Napoleão, que depois de uma desastrosa campanha militar no Egipto, parou em Berry, de onde o queijo piramidal é originário. Quando o viu, o imperador, enraivecido, cortou-lhe o bico. Despojos de guerra. (Fotografia: Rui Oliveira/Global Imagens)

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Na última meia dúzia de anos assistiu-se à abertura de várias queijarias pelo país, projetos de apaixonados por este alimento milenar e nutritivo. As lojas dedicadas ao queijo não são novas, havendo até algumas centenárias, mas nesta nova vaga os proprietários pretendem dar a conhecer não só os bons e clássicos queijos portugueses, como outros de diversos países, inovadores, com a adição de ingredientes como a trufa, a cerveja, o pesto. Alguns destes espaços funcionam simultaneamente como loja e bar ou restaurante, onde os clientes podem, além de comprar os queijos (e os vinhos, as compotas, acessórios), pedi-los numa tábua ou num prato.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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