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A campanha vitícola começa agora: 7 lançamentos

Clique nas setas da fotogaleria para saber mais informações sobre estes vinhos. (Fotografias: DR)
Pêra Manca Alentejo tinto 2014 (14%) | Fund. Eugénio de Almeida Classificação: 19 Preço: 220 euros Trincadeira e aragonês, vinha de granito com cerca de 30 anos, equilíbrio notável em todas as fases da prova, a começar pela elegância do primeiro contacto na boca. Sentimos-lhe o corpo, mas mais ainda a frescura, que é a combinação perfeita entre a estrutura e a acidez, ambas bem trabalhadas pela enologia mais cuidada. Taninos muito finos, a preconizar um vinho de grande capacidade de envelhecimento, conjunto a proporcionar um final muito longo de prova. Preciosidade a guardar por muitos e bons anos.
Ervideira Invisível Aragonez 10ª Edição Alentejo branco 2018 (13%) | Ervideira Classificação: 17 Preço: 12,50 euros Um vinho que tem muito de enigmático – trata-se de um branco de uvas tintas –, pois o desempenho à mesa consegue ser particularmente eclético, reagindo a pratos e elementos com força e exotismo. Presunto, fritos, sushi, bacalhaus e carnes grelhadas, e não diz que não a um leite-creme. Para beber ou guardar.
Quetzal Família Grande Reserva Alentejo tinto 2013 1,5L (14,5%) | Quinta do Quetzal Classificação: 18 Preço: 65 euros Sessenta por cento alicante bouschet, 40% syrah. Vendido apenas em garrafas magnum (1,5 litros), foi pensado para guardar e abrir apenas em momentos especiais. Apresenta uma estrutura notável e proporciona a um tempo impressões de chocolate e tapenade de azeitona preta, criando uma atmosfera de complexidade que pede cozinha sofisticada. Está aqui um dos melhores tintos de Rui Reguinga até ao momento.
Quinta de Camarate Branco Seco Setúbal 2018 (12,5%) | José Maria da Fonseca Classificação: 16,5 Preço: 7 euros É um clássico este branco da Península de Setúbal, juntamente com o seu «primo» doce. Estrutura simples, mas repleto de nuances irresistíveis como os toques salinos criados na boca e o ambiente de fruta branca de caroço, ambos aptos ao petisco variado.
Adega 23 Primeira Colheita Terras da Beira tinto 2017 (14,5%) | Adega 23 Classificação: 17 Preço: 12,50 euros Syrah, alicante bouschet, touriga nacional e rufete. Ameixa cozida, trufa preta, mineralidade acentuada, caso muito sério para carnes grelhadas, e vale por si próprio e pelo prazer que dá a beber. Como uma pedra que pomos na boca e depois liberta fruta preta confitada, num ciclo até viciante. Além da óbvia vocação para as brasas, vai bem com pregado ao vapor, alcaparras e beurre noir.
Quinta da Estrada Grande Reserva Douro tinto 2016 (14,5%) | José Lacerda Classificação: 17,5 Preço: 15 euros Touriga nacional, tinta roriz e tinta amarela, 270 metros de altitude, vinhas de baixo rendimento, 14 meses em barricas de carvalho francês. José Lacerda imprime uma personalidade forte aos vinhos que produz, extraindo apenas o mínimo necessário, a partir de uvas no ponto ótimo de maturação. Encontramos deliciosas notas balsâmicas e de alcaçuz, num fundo citrico muito original.
Pôpa Touriga Franca Douro tinto 2016 (13,5%) | Quinta do Pôpa Classificação: 17,5 Preço: 23, 50 euros Produzido na margem esquerda do Douro, no ponto onde ele é mais elegante e fresco, notas terrosas pronunciadas, para surgirem impressões de fruta de caroço cozida. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e está tudo muito fino e equilibrado, o lado sedutor da touriga franca ao rubro.

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Quando há Pêra-Manca, o já mítico vinho alentejano dos granitos junto a Évora propriedade das Fundação Eugénio de Almeida, gera-se uma onde de choque que perpassa Angola e vai direita ao Brasil. Dois países que recebem de braços abertos o topo de gama produzido apenas em anos excecionais, com preço livre a partir do momento em que sai da adega. E acontece que o vinho vale o dinheiro, pelo bem que sabe, pelo equilíbrio e força que apresenta e pela grande capacidade de envelhecimento que tem, aguentando e melhorando por várias décadas. Produziram-se 20 mil garrafas este ano, com um preço de 220 euros à saída da adega. Pedro Baptista e sua equipa de enologia garantem a qualidade do vinho onde nada é deixado ao acaso.

Na frente da inovação e consistência, está também o Invisível, marca que atinge a décima colheita e que é um branco de uvas tintas (aragonez), lançado em jeito de desafio pelo proprietário Duarte Leal da Costa e seu indefetível marechal de campo Nélson Rolo. O mercado acolheu-o com carinho, dentro e fora de portas, e a prova vertical – as diferentes colheitas alinhadas – mostra uma coerência rara, senão única, no domínio dos vinhos produzidos como este, em regime que se diz de bica aberta.

De mais abaixo, em Vila de Frades, acaba de sair o excecional Família 2013 tinto, da Quinta do Quetzal. Além de se tratar de um dos melhores tintos da lavra do enólogo Rui Reguinga, exprime a intenção e paixão do financeiro holandês Cees de Bruijn, com toda a família mobilizada para um projeto único que reune vinho, comida e arte e que tem porta franca para quem quer fazer a experiência plena.

Da excecional vinha da Quinta de Camarate, em Azeitão, Domingos Soares Franco, da José Maria da Fonseca, produz moscatéis, brancos e tintos muito especiais, argila de um lado, areia do outro, espécie de paraíso para um criador de vinhos do seu talante. Em Vila Velha de Ródão, Manuela Carmona decidiu arregaçar as mangas, chamou Rui Reguinga e plantou uma vinha inteiramente nova. Surge o projecto Adega 23, junto à A23, adega revestida a cortiça, arquitetura integrada na paisagem e de que conhecemos agora o primeiro tinto. Já havia rosé e branco, agora está este no mercado. A completar este pequeno e sóbolo périplo, dois projetos bem diferentes, ambos assentes em vinhedos de maturidade e enraizamento incontestáveis. José Lacerda surpreende com uma interpretação quase minimalista da sua Quinta da Estrada, francamente original, e os irmãos Vanessa e Stéphane Ferreira lançam um estreme de touriga franca, de uma expressividade notável. Deixamo-nos embalar, provando e deambulando. Boas provas!

 

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