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Crítica de vinhos: os vinhos atlânticos de Ponte de Lima

Percorra a fotogaleria para ver as avaliações do nosso crítico Fernando Melo.
Quinta do Ameal Escolha DOC Vinho Verde Sub-Região Lima branco 2015 Classificação: 18 Preço: 18 euros Fantástico este vinho, verdadeiro demonstrador da excelência da casta e da região. Flexibilidade muito grande em termos da mesa, ótimo para a prática petisqueira.
Ponte de Lima Colheita Seleccionada Vinhão DOC Vinho Verde Sub-Região Lima 2016 Classificação: 15,5 Preço 4 euros Funciona maravilhosamente com o arroz de sarrabulho de Ponte de Lima, conseguindo mostrar as nuances mais delicadas do prato de que tanto gostamos.
Ponte de Lima Colheita Seleccionada Loureiro DOC Vinho Verde Sub-Região Lima 2016 Classificação: 15 Preço: 4 euros Solução económica, ótima relação qualidade-preço, feliz a acompanhar tanto um peixe grelhado na brasa como os enchidos regionais, passados pela grelha.
Vinhas do Cruzeiro Loureiro Escolha branco DOC Vinho Verde Sub-Região Lima 2016 Classificação: 16 Preço: 2,50 euros Surpreende verdadeiramente no copo este vinho, produzido segundo a técnica tradicional mas com o apoio e conhecimento modernos.
Buganvílias Vinhão DOC Vinho Verde Sub-Região Lima tinto 2016 Classificação: 16,5 Preço: 5 euros Cem por cento vinhão, mostra como pode ter sofisticação e contacto feliz com os pratos mais fortes e complexos, como é o caso do arroz de sarrabulho de Ponte de Lima e os amigos rojões.

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Ainda não conseguimos resolver o nome a dar à região – Vinho Verde –, mas utilizamos a sub-região do Lima sempre que falamos dos solos e clima que melhor aprimoram duas grandes castas: loureiro nos brancos, vinhão nos tintos. O «verde tinto» continua a ser das pipas mais caras do país na produção e esgota muito cedo, tal a procura que tem. Lampreia, sarrabulho e diversos outros pratos tradicionais precisam do seu vigor e do seu corte para conseguir equilíbrio e prazer que recompense o trabalho da sua produção.

Tem muitos detratores, mas praticamente todos desconhecedores dos tintos que saem de Ponte Lima; nas outras regiões pode ser rascante e demasiado rústico. A casta branca loureiro, uma das mais notáveis de Portugal, também tem aqui a sua expressão suprema, capaz de surpreender até mais do que a alvarinho. Temos um país vinhateiro que a cada dezena de quilómetros percorridos tem o condão de mostrar realidades totalmente diferentes e vinhas que falam por si.

Bacalhaus, peixes grelhados e até carnes assadas bem condimentadas vão fazer uma festa à mesa com bom loureiro fresquinho no copo. O assunto da frescura de um vinho tem que ver com a capacidade de resolução e ao mesmo tempo a sensação de equilíbrio que proporciona em todas as fases da prova. Envelhecem bem os bons loureiros do Lima por isso mesmo, e ao longo da vida mostrarão cambiantes diversas. Mas melhores serão sempre se os deixarmos repousar nos três ou quatro primeiros anos de vida, nas nossas caves.

 

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