Publicidade Continue a leitura a seguir

6 mercearias históricas em Lisboa que vale a pena conhecer

Conheça estas seis mercearias antigas de Lisboa percorrendo as setas da fotogaleria. (Fotografia: Sara Matos/GI)
1. Manteigaria Silva 129 anos | Bacalhau, queijo, presunto, vinhos «Nos anos 80, passava por esta rua, olhava para a montra e dizia para o meu filho: “Ainda vais ser dono disto”. “Se Deus quiser”, respondia-me ele». José Taboaço Branco não estava muito enganado. Ainda nessa década, tornou-se sócio maioritário da Manteigaria Silva, e ainda hoje é responsável por esta casa que nasceu há 129 anos, com a ajuda dos dois filhos, José e Laura. Na altura, era uma de 24 casas lisboetas autorizadas a vender manteiga avulso. Com o passar do tempo, o queijo, o presunto e o bacalhau tornaram-se nos três principais produtos desta que é uma das mais antigas mercearias da capital, situada entre duas praças: a do Rossio e a da Figueira. Não só ainda está de portas abertas, como está de boa saúde. «A qualidade dos produtos, o empenho, a antiguidade. Isso leva anos e anos a fidelizar o público», conta o dono, 69 anos. Quando adquiriu a mercearia, fornecia bacalhau para esta casa. Hoje, é curador dos mais de 70 queijos que aqui vende, numa câmara onde cabem 4 mil queijos em simultâneo. O sucesso desta marca fê-la alargar-se a quatro casas em Lisboa e 40 funcionários. (Fotografia: Sara Matos/GI)
2. Casa Pereira 89 anos | Café, chá e chocolate O aroma a café sente-se ainda cá fora, à chegada da porta número 38, na Rua Garrett. Um cheiro que é mais do que familiar para António e José Lemos. António é o pai, e que há quarenta anos comprou esta casa especializada em chás e cafés – cujo nonagésimo aniversário se assinala em 2020. José é o filho, que ali está há cerca de duas décadas, desde que foi ajudar o pai na loja por um dia e foi ficando. Na Casa Pereira há mais de vinte variedades de café disponíveis a peso, proveniente de territórios como Timor, São Tomé e Príncipe, Colômbia, Brasil, Uganda, Vietname. A matéria-prima é comprada crua, mandada torrar localmente e depois moída na Casa Pereira. Há largas dezenas de chás e chocolates, tanto avulso como embalados. Em tempos, os clientes já foram largamente os portugueses, mas hoje é o turismo que alimenta esta loja do Chiado. Também se adaptaram aos tempos, e alargaram o sortido da oferta às conservas e aos vinhos. Sinais de resistência, como exemplifica o proprietário: o pai, António, aos 91 anos, ainda é presença frequente na loja. (Fotografia: Sara Matos/GI)
3. Frutaria Bristol 90 anos | Fruta Perus, ananases dos Açores, cachos de bananas, tudo pendurado à porta da Frutaria Bristol. Para entrar percorria-se um colorido corredor de frutas dispostas em caixas, assim era o cenário nos anos 50 e 60 do século XX. «Havia poucas frutarias deste nível em Lisboa», nota Alípio Ramos, 72 anos, atual dono. «Dantes vendia galinhas, flores, marisco», conta, e foi também ali que esteve em exposição, durante duas horas, o «primeiro salmão do Minho», de 10 quilos, conforme noticiou à época o Diário de Lisboa. Com o passar dos anos e o aperto das regras de higiene e segurança alimentar o cenário mudou, mas a oferta variada e de qualidade mantém-se. Tanto ao nível das frutas - maçãs, morangos, cerejas, nêsperas, alperces, anonas, uvas; a oferta varia consoante a época -, como ao nível das carnes de caça, que esta frutaria é a única a vender. E quem são os fregueses de hoje, além dos lisboetas? Na Rua das Portas de Santo Antão - onde Evangelina Lopes do Valle, fundadora, abriu a Bristol em 1929 -, turistas, naturalmente. A todos eles Alípio e a mulher dirigem um sorriso. Talvez por isso a Bristol seja «conhecida no mundo», diz Alípio. Mas, mais do que isso, um doce pedaço da história da cidade onde vale a pena entrar, fazer compras e preservar para memória futura. (Fotografia: Reinaldo Rodrigues/GI)
4. Pérola de São Mamede Pelo menos 100 anos | Enchidos, vinhos «Pode haver muitas perólas, mas de São Mamede só há esta», garante Celestino Almeida, de 86 anos, cabelos cinzentos delicadamente penteados e olhar fixo na rua. Quando se mudou da Beira-Alta para Lisboa com os padrinhos devia ingressar no seminário. Mas decidiu que não, e começou a trabalhar. Tinha 11 anos. O espaço - a «despensa» de quem mora no bairro, como lhe chama - herdou-o dos padrinhos. Fruta é o que mais vende, logo à porta, além de vinhos, águas, sumos, refrigerantes, bolachas, pão, leite, cereais e enlatados distribuídos por altos armários envidraçados e num balcão de mármore. Compras práticas e personalizadas com dois dedos de conversa. (Fotografia: DR)
5. Manuel Tavares 159 anos | Azeite, vinhos, charcutaria e queijos Na rua mais pequena de Lisboa cabe uma vasta garrafeira e mercearia, que se mantém de portas abertas há mais de 150 anos. Aqui compram-se azeites, vinagres envelhecidos em barricas, charcutaria, queijos, especiarias, chocolates, conservas, bacalhau, rebuçados doçaria regional, como ovos moles de Aveiro e bolos de mel da Madeira, por exemplo. A garrafeira é um dos ex-líbris do espaço, com centenas de referências vínicas – licorosas e de mesa. Habitualmente, organizam-se provas de vinhos no espaço. (Fotografia: DR)
6. Mercearia Casa Celeste 63 anos | Queijos, frutos secos, charcutaria Nesta mercearia encontra-se um pouco de tudo, leia-se fruta, legumes, pão e o que de resto fizer falta na despensa lá de casa, incluindo queijos, frutos secos e charcutaria. Quem precisar de ajuda a fazer o avio pode sempre contar Maria Celeste e a irmã, Maria Augusta, os dois rostos desta casa aberta na Rua da Rosa, na zona do Príncipe Real. (Fotografia: Nuno Pinto Fernandes/GI)

Publicidade Continue a leitura a seguir

Estas seis mercearias em Lisboa não só são um sinónimo de resistência ao tempo, sobrevivendo há décadas consecutivas de portas abertas, como também se têm sabido reinventar com o passar dos anos. Seis exemplos de casas na capital que vale a pena conhecer e frequentar, para fazer comprar em alternativa aos grandes supermercados.

As especialidades são várias: do bacalhau, ao café, especiarias, queijos, fumeiro e chás, entre outros produtos. Conheça melhor estas mercearias históricas lisboetas e quem está a comandá-las, na fotogaleria acima, percorrendo as setas. Boas compras!

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

Carnaval: festas no Porto e em Lisboa para todos os gostos
Lisboa: o ‘quinto sabor’ está na carne do novo restaurante de Santos
8 restaurantes para comer à grande e à alentejana em Lisboa