Tudo resultou das circunstâncias da vida. A estagnação da carreira como gestora comercial e o gosto, desde criança, pela doçaria levaram Filipa a mudar de rumo e a abrir, no final de outubro, o Biscoito. «Lembro-me de ser muito pequena e de fingir que tinha um programa de cozinha na televisão, e a minha mãe era a ajudante», conta.
Hoje não tem um programa de televisão mas é à cozinha que agora dedica o seu tempo, a fazer todos os bolos caseiros e outras gulodices que recheiam a vitrina ao fundo da sala. «Agora faço mesmo aquilo de que gosto», confessa. E não poupa nas sugestões.
Nesta cafetaria dedicada aos doces o difícil é mesmo escolher. Há panquecas, cheesecake, mousse de Oreo, brownies de chocolate pegajosos – como devem ser – ou de chocolate e caramelo (aconselháveis para os mais gulosos) e, claro, biscoitos, como os de chocolate branco e preto.
«Os meus provadores oficiais são o meu marido e os meus filhos.»
Quem quiser cuidar da linha também tem opções mais saudáveis e igualmente saborosas, a saber pudim de chia, iogurte com granola e uma seleção de frutas, para um pequeno-almoço, ou lanche, nutritivo.
Todas as receitas passam primeiro por um «exigente» controlo de qualidade: «Os meus provadores oficiais são o meu marido e os meus filhos», ri-se Filipa, que experimenta todas as novas especialidades em casa, e a família agradece.
À mesa também se podem fazer refeições leves, ao almoço. Todos os dias há saladas, sanduíches e prato do dia (menu a 6 euros). Lasanha vegetariana, caril de camarão, crumble de frango e bacalhau com natas são algumas das sugestões, que «são apenas uma entrada para a sobremesa, a verdadeira estrela da refeição», diz Filipa.
«Era pequenita e lembro-me de olhar lá para dentro e de ver duas grandes batedeiras que me deslumbraram»
Para acompanhar há limonada, sangria e sumos naturais, mas nestes dias frios o que sabe melhor são mesmo as bebidas quentes, como o cappuccino, chocolate quente e o chá.
No Biscoito, nota-se a dedicação de Filipa em que tudo seja autêntico. Desde os bolos caseiros que confortam, ao espaço, que é por si só acolhedor, decorado com pinturas da cidade do Porto e de motivos outonais, feitas pela família.
A própria escolha do nome não foi ao acaso. Remonta a uma memória de infância, de quando teve a primeira imagem de «uma cozinha a sério», numa loja que se chamava Biscoito, no Centro Comercial da Foz. «Era pequenita e lembro-me de olhar lá para dentro e de ver duas grandes batedeiras que me deslumbraram», conta. Estava lançada a fortuna.
Longitude : -8.613435358266429
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