The Orthodox é a nova cafetaria do Porto com sabores do mundo

O ambiente da cafetaria The Orthodox – aberta, nem há dois meses, no quarteirão das artes – é ainda mais acolhedor ao início da manhã, quando os aromas do café de especialidade se juntam aos pães e bolos acabados de fazer. “Tentamos oferecer café de muito boa qualidade”, diz o barista Fanis Stylianou, sorridente, do outro lado do balcão.

Fanis é natural do Chipre, mas mudou-se para o Porto há cinco anos, por amor. Mais ao fundo, avista-se o chef, Andrey Mikheev, oriundo da Rússia e a viver na cidade há um par de anos, após ter passado pela Ásia. Já tinham trabalhado juntos em Portugal, e falavam, em jeito de brincadeira, em abrir um restaurante de kebab, prato de que tinham saudades. Acabaram por unir forças, sim, no café The Orthodox, propriedade dos italianos Emanuele Mangialardi e Dario Papale.

Quiseram que aquele lugar com cores suaves, plantas naturais e um pequeno pátio nas traseiras fosse um ponto de encontro entre vizinhos, um lugar confortável, com rostos familiares, comida saborosa e em conta, resume Emanuele. O resultado foi um espaço que convida a viajar pelo Mundo sem sair da mesa, onde as fronteiras se esbatem e se ouve falar Inglês de forma corrente; onde as crianças são bem-vindas, assim como os animais de estimação – estão à vista brinquedos e taças para os bichos; e onde os clientes podem servir-se de água filtrada e ler um livro enquanto aguardam pelo pedido.

O menu, que reflete um cruzamento de culturas e inclui opções vegetarianas, é dinâmico, mas, aquando da nossa visita, abrangia sabores característicos da Rússia, como syrniki, uma sugestão de pequeno-almoço que leva tvorog (queijo russo da quinta), frutos silvestres, frutos secos e sour cream (creme azedo); ou vatrushka, uma espécie de bolo com queijo e frutos vermelhos ao centro. Na montra brilhavam ainda outros doces, contendo passas, sementes de papoila, cardamomo ou canela.

Ao fim de semana, a ementa habitual é suspensa e dá lugar a um menu de brunch temático, com pratos de determinada parte do globo. Já houve menus judaico (o chef tem ascendência judaica, em parte), russo, turco e mexicano, por exemplo. Procuram ser autênticos, conta, a esse propósito, o barista. O que não conhecem em primeira mão ou tão bem, fazem por reproduzir o mais fielmente possível.

O brunch pode ser saboreado até às 16h, o horário de fecho, sendo que, em alguns sábados, há eventos especiais a manter as portas abertas para lá dessa hora e a tempo do jantar. Tem acontecido ultimamente, para dar espaço a comida de rua, como tacos e cerveja. A propósito: nos últimos 30 minutos de serviço, todos os artigos de pastelaria e pão apresentam 50% de desconto. Fica ainda mais acessível a viagem.