Sun Tan podia ser o nome de uma cadeia de solários. Mas não é. Até porque deve ser lido com pronúncia mais oriental que ocidental: na verdade, trata-se de um pseudónimo de longa data de Francisca Van Zeller, metade do casal responsável por este pequeníssimo restaurante onde todos os dias se serve uma sopa diferente de inspiração asiática. E atenção: quando se escreve pequeníssimo não é abuso de superlativo – o Sun Tan tem apenas um balcão com seis lugares, em frente à respetiva cozinha. Por isso mesmo, a aposta passa muito pelo take-away.
A proximidade entre balcão e cozinha é tal que se pode assistir a todos os passos de confeção das sopas. (fotografia: Tiago Pais)
Francisca, que vai gerindo fogão e balcão diariamente – o namorado Gustavo dá uma ajuda nos intervalos do trabalho – não se considera uma cozinheira profissional: trabalhou em restaurantes em Berlim, onde viveu durante uns anos, e habituou-se a fazer este tipo de sopas asiáticas onde os noodles são o denominador comum.
Quando voltaram a Portugal, Gustavo e Francisca perceberam que não havia nada deste género por cá. Encontraram este pequeno espaço no final da Rua de São Bento e pediram aos amigos arquitetos Mariana Peralta e Duarte Caldas para o otimizarem. Assim foi e o resultado ficou bonito de se ver. Outra amiga, Margarida Mendes, fez as tigelas que usam para servir as sopas.
A ementa diária pode ser consultada à porta. (fotografia: Tiago Pais)
E que sopas? Bom, isso depende de duas coisas. O que der na real gana de Francisca e o que houver no talho das redondezas – é fiel adepta do comércio local – onde costuma comprar a carne e os ossos para os caldos, sem esquecer, claro, a obrigatória opção vegetariana. A receita do dia pode ser ramen, pode ser pho, pode ser uma sopa mais tailandesa, outra mais chinesa, pode ser uma mistura, não há grandes regras. A juntar, há sempre uma entrada, também de inspiração oriental, e uma sobremesa. Há poucas maneiras mais económicas de viajar.
Longitude : -9.152588199999968