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Onde Anthony Bourdain (também) devia ter ido no Porto

Percorra a fotogaleria para conhecer todas as sugestões. (Fotografia de Igor Martins/GI)
Comer no mercado do Bolhão Anthony Bourdain fez por lá uma passagem fugaz, captando algumas imagens de peixe e alguns ditos brejeiros das peixeiras que o amanham. Mas mais graça teria caso tivesse ficado para almoçar no Café da D. Gina, onde podia comer algum daquele pescado fresco com arroz maladrinho de tomate ou grelos. E também iria gostar de falar com o desembaraçado Nuno, filho da dona, Virgínia Silva. A mãe cuida da cozinha e ele, sozinho, das 31 mesas para as quais tem sempre uma resposta pronta, seja em português ou noutras línguas. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Comer no mercado do Bolhão Ainda no Bolhão, mas no piso superior, Bourdain também teria apreciado conhecer um dos templos portuenses dos apreciadores de leitão da Bairrada. Foi de lá que o Nelson dos Leitões veio para o Bolhão, há 28 anos. E ali continua na casa com esplanada no terraço com vista para as bancas, rodeado de andaimes. Nélson Pereira é um exemplo da resiliência dos comerciantes que nunca abandonaram o mercado, mesmo com o agravar da ruína. E será um dos 68 que vão ficar no novo mercado. Graças a ele, pode-se contar com o lsaboroso bácoro assado nos fornos da Bairrada, no prato ou em pão regional, quatro vezes por semana. (Fotografia de Igor Martins/GI)
Ir às bifanas da Conga Foi na rua que em tempos foi a estrada para Guimarães que nasceram duas iguarias emblemáticas da Invicta, ambas encharcadas em molho picante. Em 1952, numa noite inspirada, Daniel Silva, empregado da Regaleira, inventava a célebre francesinha. Vinte e quatro anos depois, Manuel José de Oliveira, recém-regressado de Angola, vendia a sua primeira bifana na Conga. (Fotografia de Igor Martins/GI)
Ir às bifanas da Conga Diga-se que esta sandes tipicamente portuense não é uma febra no pão. São fatias finíssimas de carne de porco estufadas num molho rico e picante que aquece a boca, o estômago e o espírito. Os mais supersticiosos diziam que um dos segredos para boas bifanas é nunca lavar a frigideira mas tal nunca foi evidenciado. Hoje é Sérgio Oliveira, filho do inventor, que está a frente da Conga e, apesar da renovação do espaço e das novas frigideiras, o sabor das sandes mantém-se bem apurado e ardente. Como é que Bourdain perdeu isto? (Fotografia de Igor Martins/GI)
Ir à taberna nas Virtudes É um dos mais belos e singulares jardins da cidade com socalcos vincados e uma vista privilegiada sobre o Douro, sobranceira ao casario de Miragaia e à Alfândega. O turismo inspirou a abertura de restaurantes de cozinha contemporânea e internacional na zona, deixando – felizmente – a Taberna de Santo António imune às invasões cosmopolitas. Há 30 anos que Vítor e Hermínia preservam sabores de antigamente naquele pequeno espaço na esquina das ruas das Virtudes e Dr. Barbosa de Castro, nomeadamente os leves e fofos bolinhos de bacalhau. (Fotografia de Adelino Meireles/GI)
Ir à taberna nas Virtudes Há outros pratos apetitosos como o bacalhau à Braga ou o cozido à portuguesa nesta taberna rústica que não mudou o seu modo de ser (nem os preços) quando o turismo ali chegou. E quando o filho não está, D. Hermínia, que não sabe falar outras línguas, leva os estrangeiros à cozinha e destapa os tachos para que escolham o que vão comer – algo que Bourdain teria adorado fazer. (Fotografia de Adelino Meireles/GI)
Conhecer a Cremilde da Ribeira O Escondidinho do Barredo tem décadas de história mas, como o nome indica, fica longe da vista naquela Meca turística que é a Ribeira, num labirinto de ruelas nas traseiras das esplanadas. É, sem dúvida, uma rota que Anthony Bourdain iria apreciar. Mais conhecido por Tasca da Cremilde, por ser esse o nome da dona que ali trabalha há 70 anos, desde os 11. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Conhecer a Cremilde da Ribeira Milinha, entre os amigos, encontra-se todos os dias a descascar batatas à mesa de madeira, sempre pronta para a conversa. «Se não fossem as minhas costas ainda estava ao fogão», garante. Às vezes, ainda vai lá parar, apesar de serem as filhas que agora comandam a cozinha, mantendo inalteradas as receitas da mãe. A carta resume os petiscos da cidade: iscas e bolinhos de bacalhau, rissóis, bucho, redenho, chocos fritos, polvo em molho verde, salada de feijão frade, sardinhas em escabeche. Mas quais tapas... (Fotografia de Artur Machado/GI)
Viajar na mesa do Manel Há certas coisas especiais que nos fazem viajar no tempo e no espaço: o cheiro de uma flor, a melodia de uma música ou a ir à Cozinha do Manel. A comida deste restaurante típico do Porto é como uma viagem às casas das nossas avós ou a uma aldeia do Portugal profundo. Aliás, tanto assim é que no final não se devia pagar uma conta mas sim uma passagem. E esta máquina do tempo funciona à base de pratos autênticos de cozinha regional preparados ao ritmo pachorrento e saboroso do forno a lenha. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Viajar na mesa do Manel Aqui reencontram-se os assados (vitelinha ou cabritinho) dos domingos da nossa infância, o arroz de pato à antiga de quando os tios de longe nos visitavam, o polvo assado no forno do Natal nortenho ou as fartas tripas à moda do Porto dos almoços de família. E é por isso, e pela simpatia de todo o pessoal, que ir à Cozinha do Manel é como que um regresso a casa e um lugar de onde a equipa da CNN não teria pressa de sair. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Conhecer a Tasca da Badalhoca Será difícil encontrar um portuense que não conheça as sandes da Tasca da Badalhoca, perto do Pinheiro Manso, em Ramalde. Famosas pela qualidade e quantidade do presunto que põe nos pães, a tasca da Dona Maria de Lurdes é uma instituição da cidade onde se juntam ao balcão o “trolha” e o bancário, o estudante e o reformado. (Fotografia de André Gouveia/GI)
Conhecer a Tasca da Badalhoca Apesar da sande de presunto ser a estrela, na Badalhoca também se come alheira com ovo, rissóis de carne e camarão, rojões, bucho ou iscas. E para conviver com a outra paixão futebolística da cidade, a do Boavista. (Fotografia de André Gouveia/GI)
Comer polvo com arroz do mesmo A Casa Inês abriu há seis anos, mas carrega uma tradição de décadas. Foi o pai de Inês Diniz, Ramiro Gonçalves, que ali bem perto, na Casa Aleixo, criou e popularizou os filetes de polvo com arroz do mesmo. Na altura, era Inês ainda uma criança que brincava com tachos e panelas, o prato mais procurado eram os filetes de pescada mas como nem sempre havia filetes frescos, ao contrário do polvo que era mais regular, Ramiro decidiu inventar uma alternativa. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Comer polvo com arroz do mesmo «Era um socorro para quando não havia pescada», garante Inês Diniz, ressalvando que o arroz original do pai, tal como o seu, não é malandro, é «seco e soltinho». E o prato saiu tão bem que passou a ser a imagem de marca da casa. E tanto Inês como o irmão se mantiveram no restaurante, sendo que ela passou do comando da sala ao da cozinha e, agora, do seu próprio espaço de gastronomia regional em Campanhã. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Ir aos pregos na Foz Junto ao Oceano Atlântico, em frente às praias da Foz, nasceu em 1977 aquele que terá sido o primeiro “pub” a ter licença em Portugal. De inspiração britânica mas erguido por um alemão, Klaus Teichgräber, o Bonaparte rapidamente ganhou fama na cidade pelas centenas de velharias em exposição, pelas cervejas importadas e pelos deliciosos pregos de lombo. Hoje são os filhos, Pedro e Cláudia, que estão à frente do espaço que, com ajuda de Paulo Andrade, também ganhou uma “filial” na Baixa, o Bonaparte Downtown. A ementa da casa já inclui vários petiscos, como o chouriço ao vinho ou o polvo em molho verde, mas ainda são os suculentos pregos que fazem as delícias dos clientes e que funcionam como um autêntico pronto-socorro fora-de-horas num ambiente intimista e familiar.
Descer ao Buraquinho O Buraquinho completou este ano 90 anos de história e isso só foi possível porque há dois anos Sérgio Costa e Marta Quitério aceitaram o desafio de continuar o legado de Artur Sousa, filho do fundador da casa, que lhes ensinou os segredos das iguarias que deram fama àquela cave na Praça dos Poveiros. (Fotografia de Igor Martins/GI)
Descer ao Buraquinho O espaço foi renovado e ganhou uma esplanada, mas os petiscos mantêm-se – e ali, isso sim, é que o porco mais ordena, conforme assinalou Anthony Bourdain no programa. Há toda a variedade de ingredientes suínos e derivados, desde os rojões ao bucho, passando pelas papas à sarrabulho e pelas tripas, até à morcela, a orelheira e ao chispe. (Fotografia de Igor Martins/GI)
Beber à portuense Bourdain não é grande conhecedor de vinho e declara no programa ter pouca paciência para falar de vinhos e suas características. Passando ao lado do que poderia ser um bom debate neste país de grande riqueza vinícola, parece-nos estranho que o norte-americano tenha saído do Porto sem beber pelo menos um copo de sangria, que é praticamente a bebida oficial do ócio descontraído da cidade (podia ser na Confeitaria Cunha, com o seu ambiente bem preservado dos anos de 1959). Ou tenha ainda experimentado uma cerveja artesanal, por exemplo uma Sovina, a mais antiga do Porto (e uma das mais antigas desta nova vaga cervejeira do país). Também lhe escapou a “coqueluche” do Porto Tónico, a bebida feita com gelo, porto seco, água tónica e umas folhinhas de hortelã (receita base). (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Ir à fábrica do chocolate Quantas cidades podem orgulhar-se de ter uma fábrica de chocolate mesmo no centro? O Porto tem e achamos que Anthony Bourdain teria gostado de conhecer a produção artesanal dos bombons da Arcádia, confeitaria fundada em 1933 que ainda fabrica na Rua do Almada, onde nasceu. E continua na família do fundador, Manuel Pereira Bastos. Os bombins, as amêndoas de licor decoradas à mão e as línguas de gato de chocolate vendem-se na loja, na parte da frente. (Fotografia de Igor Martins/GI)
Conhecer o abrigo da tradição O Solar Moinho de Vento é uma casa que todo os que prezam a cozinha tradicional deviam conhecer. Está nas mãos de Pedro Bessa Monteiro desde 2002, tendo sido este cliente assíduo do antigo restaurante cujas origens ainda mais antigas remontam a 1905, tempo em que este edifício do século XVI era uma simples Casa de Pasto. Encaixado bem no centro da movida turística, é um restaurante familiar que faz questão de preservar os pergaminhos da genuinidade. (Fotografia de Leonel de Castro/GI)
Conhecer o “abrigo” da tradição Aqui se confecionam pratos como o arroz de bacalhau com ameijoas, cozido à portuguesa, bolinhos de bacalhau com arroz malandro ou as tripas à portuense. Para sobremesa, há delícias como a rabanada da D. Cila, leite creme queimado no momento ou queijo de ovelha curado de Seia com doce de abóbora caseiro. (Fotografia de Leonel de Castro/GI)

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Em fevereiro, a passagem de Anthony Bourdain pelo Porto causou sensação e foram-se revelando algo do seu roteiro. O chef e apresentador de televisão gravou na cidade (e nos seus arredores) o último episódio da nona temporada de “Parts Unkown”, no qual faz viagens pelos lugares a pretexto da comida local. O resultado já passou na CNN e estreou em agosto em Portugal.

Na Invicta, Bourdain comeu francesinha, tripas e muito marisco, passou pelo mercado do Bolhão e assistiu à matança do porco no interior do distrito. Todavia, sem questionar as suas escolhas (que também nos agradam), entendemos que muito do tempero portuense ficou de fora dessa selecção. Compreendemos: 45 minutos é pouco tempo para empratar numa bandeja televisiva toda a riqueza de sabores, antigos e singulares, que o Porto oferece. Por isso, atrevemo-nos a completar a lista com alguns lugares onde Anthony Bourdain também devia ter tido para sair, garantimos, bem mais regalado. Eis o que achamos que faltou a Bourdain.

 

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