Neste novo capítulo do Yohei brilha Vinicius Stoffel, 30 anos, promovido a chef de sushi após a saída de Alberto Araújo. Em linha com o que o novo dono do espaço, Giscard Muller, idealizou, Stoffel dá agora continuidade à identidade da casa, que foi o restaurante Hanaya até ao verão de 2020. A intenção, diz Muller, é reaproximar o público do restaurante e elevar a fasquia da oferta. Nesse sentido, deixaram de ter combinados e apostaram em dois menus de degustação: o Hanaya, com cinco momentos, e o Yohei, com oito.
Em Portugal desde os 20 anos e tendo passado pelo Sushic, Nómada, 100 Maneiras e Avenue, Giscard revela-se um conhecedor do mercado e não perde tempo até definir estratégias. É dele também a carta de vinhos (cuja garrafeira é
uma peça em vigas de ferro à vista na sala), que aposta em referências com mais acidez para responder à doçura do sushi – e até tem um vinho próprio, o Assembleia, feito em parceria com o Monte da Ravasqueira, no Alentejo.
Fruto de um constante trabalho de equipa com o chef, chegam agora à mesa – tanto na sala de 44 lugares, como na esplanada aquecida – algumas novidades absolutas e outras propostas que já existiam e foram melhoradas. Em comum, todas têm a frescura dos peixes – que podem ser lírio e atum dos Açores, salmão, robalo, pampo, enxaréu, enguia ou dourada – e a criatividade da fusão, mas sem enveredar pelas vulgares frutas ou queijo filadélfia. Se há sabor e perfume que predomina é o da trufa, que Giscard confessa adorar.
As ostras da Ria Formosa e o carpaccio de lírio, ambos com molho ponzu trufado, despertam bem o palato para a refeição. A partir daí pode provar-se o novo Ebi Crispy (arroz, alga nori, maionese japonesa, camarão e sweet chili) e outras peças de assinatura, em que Vinicius Stoffel demonstra uma elevada atenção ao detalhe. Nos rolos, destacam-se o Yohei (ostras, kimuchi, trufas e tártaro de vieiras com azeite de trufa) e o King Crab (tempura de caranguejo e carne do mesmo, atum e maionese spicy).
(Fotografia: DR)
Já nos gunkans, vale a pena provar o Hanaya (atum braseado, foie gras e compota de figo), o Tuga (atum braseado com ovo de codorniz e trufa), o Vieira (base arroz com yukari, tempura de vieira, teriyaki e mel) e o Shiromi (peixe branco, caranguejo e cebola confitada em vinho do Porto). À carta também não faltam peças de sashimi, nigiri, hossomaki e temaki, e até uma secção para quem não é adepto de comida crua, com lombo de atum selado e legumes e outra opção vegetariana do chef.
A variedade e pormenores como o design da loiça, os pauzinhos de bambu e os guardanapos de pano tornam o Yohei um espaço a ter em conta para os amantes do sushi de fusão. Nos planos está a expansão, em breve, para quatro moradas de takeaway e entregas ao domicílio, uma delas no Páteo Bagatella, próximo das Amoreiras. De resto, mantém-se as entregas por meios próprios num raio de 10 quilómetros da Quinta das Conchas, e pelas plataformas Uber Eats e Glovo.
Longitude : -8.2245