Doces de Coimbra à prova na Baixa da cidade

Pergunte-se a alguém, na rua, que doce conventual associa a Coimbra, e a resposta provável será pastel de Tentúgal ou queijada de Pereira, ambos de Montemor-o-Velho, apesar de Coimbra ter muita oferta nesse campo, diz o chef Paulo Queirós, do Cordel Maneirista. É um dos parceiros da iniciativa Os caminhos da Baixa – Património doceiro de Coimbra, que até ao dia 31 de maio procura valorizar e promover a doçaria da cidade, em grande parte, conventual. A terceira edição junta oito estabelecimentos, cada um deles ligado a um produto cujo preço desce nestes dias.

Os descontos rondam os 20%, segundo Vítor Marques, que é presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, a organizadora, e gerente do Café Santa Cruz. A casa tem o crúzio, cuja receita vem do tempo em que foi café-restaurante, e que deve o nome aos cónegos regrantes que viveram no Mosteiro de Santa Cruz. Não podia ficar fora da rota, que vai da Sofia, Património Mundial, à margem esquerda do Mondego.

Santa Clara está incluída porque tem dois espaços que “criam” e “procuram inovar”. Um deles é o Cordel Maneirista, com o pudim das clarissas de Coimbra. Fruto de pesquisas próprias, contém gemas de ovo, açúcar e água, e refere-se às freiras que habitaram o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. O outro é a Cafetaria do Mosteiro, montra da clarissinha, um “novo doce conventual” criado pelo chef Albano Lourenço, quando esteve na Quinta das Lágrimas, com ovos, pinhão, chila e grão-de-bico, identificados nas escavações arqueológicas. Remédio santo para os gulosos.