Terá sido há mais de 100 anos que José se mudou de Braga para o Porto e abriu na Rua do Rosário uma sapataria. Na oficina, arranjava sapatos e também assava sardinhas e servia copos aos clientes. Foi percebendo o potencial deste negócio e transformou a oficina em restaurante, que mais tarde passou “a uns senhores brasileiros”.
Quem conta a história é Jaqueline Ribeiro que, com João Teixeira, na área da restauração há vários anos, e Marisa Silva, adquiriu o Zé de Braga em 2018, quando este estava fechado há sete anos. “Foi através de um amigo que conheci o espaço”, lembra. Estava ainda em obras, mas decidiram arriscar pois “em 2018 o Porto estava numa fase muito boa para os negócios”. Foram eles que montaram o restaurante, incluindo cozinha, o balcão, a garrafeira e decidiram a decoração, de tasquinha portuguesa moderna e elegante.
Manter a tradição de servir cozinha portuguesa e manter o bacalhau à Braga como a especialidade da casa foram decisões tomadas logo à partida. Para isso, foram buscar a antiga cozinheira da casa, a dona Isabel. Pataniscas, rojões, tripas à moda do Porto, rancho, bacalhau à floresta, filetes de pescada ou cozido são alguns dos pratos que se podem escolher no menu do dia, ao almoço. O preço deste depende do prato, rondando, em média, os 6,50 euros, com sopa, pão e bebida a copo.
Jaqueline, natural de Minas Gerais, Brasil, e a viver em Portugal há 16 anos, nunca se sentiu muito tentada a incluir sabores mineiros na carta. “Às vezes, pode acontecer, mas nunca como foco”, diz. Excepção feita ao pudim da casa, receita da mãe, confeccionada com leite de coco.
Ao jantar, o menu dá lugar à carta, que conta com entradas como alheira, chouriça assada, salgadinhos variados e caldo verde. Os pratos principais vão depender dos dias, nunca falhando o bacalhau à Braga nem o bife à casa com molho de cogumelos. “De terça a sábado temos sempre peixe fresco, grelhado, que pode ser robalo, dourada, salmão, o que estiver disponível”, diz João.
Uma vez por mês, normalmente nas últimas sextas-feiras, as noites são de fado ao vivo. Nestas, os individuais sobre as mesas são substituídos por toalhas coloridas quadriculadas e paga-se um menu completo de 25 euros. “Por acaso, a acústica do espaço é muito boa”, diz João, um dos motivos que lhe estimulou a vontade de organizar estes eventos. Em breve, quer também experimentar desgarradas (cantares ao desafio), para chamar mais pessoas e diversificar o público.
Menu do dia: desde 6 euros
Inclui pão, sopa, bebida a copo e prato principal.
Especialidades: bacalhau à Braga, bife à casa com molho de cogumelos, pataniscas com arroz de tomate, cozido à portuguesa.
Sobremesas: pudim da casa (de coco), bolo de bolacha, rabanadas.
Longitude : -8.2245