Comer à grande e à espanhola em Lisboa? Por supuesto, tío

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Comer à grande e à espanhola em Lisboa? Por supuesto, tío

Evasões

12/10/2017

Este é o entrecôte de boi galego da Taberna Moderna, uma excelente razão para celebrar o Dia Nacional de Espanha à mesa. Precisa de mais? Percorra a fotogaleria.

1. Tapisco Aquilo que Henrique Sá Pessoa faz no seu mais recente projeto em parceria com a Multifood, inaugurado em março deste ano, é cozinha ibérica: uma espécie de tapas vs petiscos, em que ninguém sai propriamente derrotado. Está no Príncipe Real, em Lisboa, mas podia facilmente estar em Malasaña, em Madrid, ou na Grácia, em Barcelona, graças à respetiva barra, ao bar de vermutes e a todos os clássicos espanhóis reinterpretados pelo chef, como as batatas bravas, os ovos rotos, a esqueixada de bacalhau ou a paelha negra. Rua D. Pedro V, 81, Príncipe Real. 213 420 681 12h-00h, não encerra Preço Médio: 25€/pessoa (fotografia: DR)

2. Mesón Andaluz “Una buena sardina es mejor que una mala langosta”. A célebre frase de Ferran Adriá é uma das várias que decoram as paredes do Mesón Andaluz, um clássico da linha de Cascais que se mudou para Lisboa no final de 2012. E fê-lo sem perder a essência nem mudar as receitas que o tornaram conhecido ao longo de mais de 30 anos de história, casos da paelha à valenciana, o rabo de boi à cordobesa ou a fabada asturiana. Sim, porque apesar do adjetivo andaluz, a cozinha percorre todos os recantos do país vizinho. E muito bem. Travessa do Alecrim, 4, Cais do Sodré 214 600 659 Seg-Sáb 10-00h; Dom 17h-00h Preço Médio: 30€/pessoa (fotografia: DR)

3. Casa Galega Também aqui não se deve levar demasiado a sério o apelido Galega. Há especialidades da região noroeste da península, claro, como a orelha de porco ou o polvo, mas o receituário deste clássico da zona histórica de Paço de Arcos, não se fica por aí: a paelha valenciana (por encomenda) é uma das especialidades, tal como a pescada frita à moda do País Basco ou os calamares sevilhanos. E há sempre muito e bom marisco para escolher — afinal, o mar está logo ali ao virar da esquina. Avenida Patrão Joaquim Lopes, 7C, Paço de Arcos 214 432 400 12h-15h; 19h30-22h30. Encerra ao domingo. Preço Médio: 40€/pessoa (fotografia: DR)

4. Rubro Começou por apenas um restaurante, na Avenida da Liberdade, mas depressa se estendeu ao Campo Pequeno e a Cascais. A expansão deveu-se ao sucesso e o sucesso deve-se a uma cozinha sólida, capaz de reproduzir com significativa fidelidade boa parte do receituário espanhol, dos petiscos mais habituais, como as puntillitas ou os ovos rotos ou revueltos, a diversos cortes na grelha (com destaque óbvio para o chuléton maturado) ou até a especialidades muito pouco habituais, disponíveis por encomenda, casos do leitão assado à moda de Salamanca ou o cordeiro de leite de Castela e Leão. Rua Rodrigues Sampaio, 35, Avenida da Liberdade. 213 144 656 Praça de Touros do Campo Pequeno, Loja 607. 210 191 191 Mercado da Vila, Rua Padre Moisés da Silva, Cascais. 210 144 311 Preço Médio: 25€ (fotografia: DR)

5. Arola Um dos grandes chefs espanhóis das últimas duas décadas, Sergi Arola, tem desde há largos anos um restaurante em nome próprio no Penha Longa Resort, perto de Sintra, onde é possível provar várias das suas criações de autor, entre elas estes biqueirões alimados ou umas mui célebres e originais batatas bravas. Destaque, também, para a sua receita de ovos rotos, inspirada na célebre Casa Lucio, de Madrid. Atenção, não confundir o Arola com o estrela Michelin Lab by Sergi Arola, no mesmo resort. Penha Longa Resort, Estrada da Lagoa Azul, Sintra 219 249 011 Qui-Seg 12h-17h30/19h30-23h; Ter-Qua 12h-17h30 Preço Médio: 40€ (fotografia: DR)

6. Chiringuito Tapas Bar Não só parece uma casa de família como o próprio ambiente coincide com a decoração: ajuda que seja uma família, do outro lado, a servir. A cozinha não é 100% espanhola, longe disso, (e há um buffet de cozido à portuguesa aos domingos que o prova) mas oferece uma variedade considerável de tapas clássicas, bem feitas, por onde escolher. Sem grandes invenções, mas com tudo o que é preciso para umas horas bem passadas à mesa. Rua Correia Teles, 31B, Campo de Ourique 211 314 432 12h30-15h30/20h-00h. Encerra ao domingo Preço Médio: 20€ (fotografia: facebook.com/chiringuitotapasbar)

7. Taberna Moderna É tão conhecida pelos petiscos como pelo bar de gins premium, faceta em que foi um espaço pioneiro na cidade. Mérito para a visão do seu proprietário, o galego Luís Carballo, que apesar de ter vindo a adicionar propostas cada vez mais internacionais à ementa, nunca deixa de ter alguns pratos característicos da sua região, como o polvo à galega ou o magnífico entrecôte de boi galego, servido fatiado e em dose generosa para dividir pela mesa. Rua dos Bacalhoeiros, 18, Baixa 218 865 039 Seg-Sáb 12h-02h (segunda abre apenas ao jantar) Preço Médio: 30€ (fotografia: facebook.com/taberna.moderna)

8. Xuventude de Galicia - Restaurante Álvaro Cunqueiro Instalado num belíssimo palacete junto ao Campo Mártires da Pátria, o Centro Galego de Lisboa, também conhecido, no idioma da região, por Xuventude de Galicia, dispõe de um restaurante onde há sempre uma ou outra especialidade da região, seja as empanadas de atum ou a tortilha, além, claro de dois pratos do dia aos almoços. Em breve, garantem os responsáveis, deverão voltar a ter uma ementa completa com especialidades galegas. É aguardar. Rua Júlio de Andrade, 3, Campo Mártires da Pátria 218 821 392 Seg-Sáb 10h-18h (sexta e sábado servem jantares por marcação) Preço Médio: 10€ (fotografia: Tiago Pais)

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A descoberta da América pelo genovês mais português de todos os tempos serve de pretexto para assinalar anualmente a 12 de outubro o Dia Nacional de Espanha. E se é verdade que soa quase irónico falar de um Dia Nacional de Espanha neste momento conturbado pós-referendo na Catalunha, não é menos verdade que esse dia pode também ele ser entendido apenas como um pretexto.

Neste caso, um pretexto para descobrir alguns dos restaurantes de Lisboa e arredores que melhor fazem jus à gastronomia do país vizinho. Assim, enquanto nuestros hermanos resolvem as suas quezílias políticas e ambições separatistas, deste lado da fronteira, a 226 quilómetros de Badajoz, a 625 de Madrid e a 1247 de Barcelona, eis-nos comendo em sua honra. Uma tapa aqui, um chuletón acolá. Buen provecho.

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