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Crítica de vinhos: os bons brancos que faz a Bacalhôa

Percorra a fotogaleria para conhecer o top 7 dos brancos da Bacalhôa. Avaliação do crítico Fernando Melo.
Catarina regional Península de Setúbal branco 2016 Classificação 16 em 20 Preço: 5,5 euros Uma das mais famosas marcas portuguesas de vinho branco surge nesta edição com um perfil mais seco e frescura acrescida, excelente para peixe grelhado e toda a cascaria estival.
Quinta da Garrida DOC Dão Encruzado branco 2016 Classificação 16,5 em 20 Preço: 5,5 euros Frescura é a nota mais imediata deste bom exemplar da casta-rainha do Dão, a pedir que se guarde, conseguindo, por mais um ano, para abrir e revelar toda a sua complexidade.
Bacalhôa Verdelho regional Península de Setúbal branco 2016 Classificação: 17 em 20 Preço: 10 euros O verdelho está nestas vinhas como peixe na água. Acidez bem trabalhada e uma presença invulgar em boca. É amigo da boa mesa, pede e merece festa de cascaria.
Dom Martinho regional alentejano branco 2016 Classificação 17 em 20 Preço: 5 euros Estreia da marca no capítulo dos brancos, e com um vinho de truz. Roupeiro e Arinto e o chão de mármore que conhecemos da Quinta do Carmo. Excelente relação preço-qualidade.
Quinta dos Loridos Alvarinho regional Lisboa branco 2016 Classificação 17,5 em 20 Preço: 6 euros A casta excelsa minhota desceu A latitudes mais baixas, mas nem por isso se perdeu. Está aqui uma nova forma de olhar para ela, num vinho de grande gabarito e garbo.
Cova da Ursa Chardonnay regional Lisboa branco 2016 Classificação: 17,5 em 20 Preço: 14 euros Uma das melhores colheitas de sempre deste que pode bem ser o melhor Chardonnay português. Matricial e referencial em todas as frentes, está disponível a um preço que merece bem a experiência.
Berardo Reserva Familiar regional Península de Setúbal branco 2016 Classificação: 18 em 20 Preço: 50 euros Só se publica em anos especiais, pelo que sempre que sai é de tentar comprar uma caixa e guardar. A evolução vai ser boa, para quem resistir a bebê-lo já.

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Ainda há vinte anos os vinhos brancos eram regra geral acompanhamento fresco de peixe grelhado ou das mariscadas com amigos. O tempo, a procura e o gosto fizeram um trabalho colossal no mercado, que passou a pôr-se em sentido e a tratar de produzir os néctares do contentamento das famílias, tertúlias e grupos quando toca a reunir à mesa da festa. E se é verdade que prezamos o esforço dos pequenos produtores, tratando as vinhas como jardins e as adegas como espaços de inspiração, nem sempre temos o foco afinado para o que os grandes estão a fazer.

A Bacalhôa Vinhos tem vinhas de bom gabarito em todo o território nacional e criou uma oferta notável de monocastas, vinhos de terroir e marcas de grande tiragem, tudo em branco. Evanescente da Aliança, a Quinta da Garrida está a produzir no Dão bom Encruzado, a casta-rainha dos maciços graníticos que marcam a região.

A marca Dom Martinho – segundo vinho da Quinta do Carmo, Alentejo – conhece em 2016 a versão branca, com qualidade assinalável. Na região de Lisboa, dois vinhos a destacar claramente, o Alvarinho da Quinta de Loridos (Óbidos) e o Cova da Ursa Chardonnay, ambos de complexidade notável e a mostrar adaptação conseguida de duas castas que não são autóctones.

Da «terra-mãe» da Bacalhôa que é a Península de Setúbal, duas grandes surpresas. Uma a ostentar a marca excelsa de Berardo Reserva Familiar, sempre que sai é patrimonial, outra talvez a melhor edição de sempre do Catarina, uma marca de forte implantação no mercado para que temos de começar a olhar com outros olhos. Os vinhos estão aí, façamos-lhes a honras com a melhor mesa.

 

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