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7 bares para beber cerveja artesanal com produção própria

Veja nesta fotogaleria brewpubs e taprooms para beber cerveja artesanal, de norte a sul do país (Fotografia de Gerardo Santos/GI)
1. Letraria Vila Verde Após um ano de portas abertas em Vi­la Verde, o Letraria conseguiu afir­mar-se como ponto de encontro pa­ra os apreciadores de cerveja artesanal e já está a pensar no próximo passo: encontrar um espaço no Porto. Francisco Pereira, um dos cervejeiros da marca, explica que o brewpub tem crescido muito na sua ver­tente de restaurante. «Não podíamos ser­vir apenas cerveja. Se isso pode resultar numa grande cidade, não funciona numa localidade pequena e rural como Vila Ver­de», diz. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
1. Letraria Sextas e sábados, muitos clientes, vindos, principalmente, de Braga, Porto e Guimarães, enchem a sala para comer hambúrgueres, sanduíches, croquetes, tábuas de queijo e presunto, entre outros petiscos simples mas pensados a precei­to entre os cervejeiros e a chef Sónia Coe­lho, responsável pela cozinha. Também há propostas de harmonizações entre cerve­ja e pratos, bem como comida confeciona­da com cerveja, como é o caso da Sanduí­che Stout (pá de porco estufada em stout). Para beber, à pressão, há todas as «letras» da Letra –weiss, pilsner, stout, red ale, Bel­gian dark, IPA e edição «barbudo» do mês –, distribuídas por sete torneiras.
1. Letraria O Letraria divide-se entre zona de me­sas e balcão e unidade de produção. Atrás do balcão de onde saem as taps, um vi­dro separa a fábrica que funciona tam­bém como cenário. «Quando fizemos as obras, tivemos logo como objetivo abrir um bar que permitisse interação com a zona de fabrico.» Desde que abriu que se fazem visitas guiadas à fábrica onde é ex­plicado o método de produção. Apesar de não ser o local mais óbvio para abrir um brewpub, até porque «é nos meios mais urbanos que a cerveja arte­sanal está a proliferar», Vila Verde pare­ceu ser uma boa aposta. Está a dez mi­nutos de Braga e tem tradição de produ­ção de lúpulo, tradição essa que está a ser recuperada agora pelos cervejeiros com uma plantação--piloto que já deu os primeiros «fru­tos»]. LM Avenida Professor Machado Vilela, 147 Tel.: 964212951 Web: cervejaletra.pt. Sexta e sábado, das 17h00 às 02h00; domingo, até às 00h00. Torneiras: 7. Preço: a partir de 1,50 euros (20 cl). Venda a litro a partir de 5 euros (growler reutilizável, 5 euros). Flight (6 cervejas), 6 euros. Preço médio refeição: 10 euros
2. Vadia Brewpub Oliveira de Azeméis No brewpub da Vadia faz-se muito mais do que be­ber cerveja e petiscar. O espaço que os criadores de uma das primeiras cervejas artesanais portuguesas abriram no final do ano passado, num armazém que funcionava como discoteca, re­cebe concertos, espetáculos de comédia stand-up e teatro. A fábrica está no fundo do ar­mazém e separa-se do resto do bar por um vidro. A unidade es­tá aberta a quem a queira visitar (por marcação, de segunda a sex­ta). Na parte «de cá» do vidro es­tá o palco que recebe os concer­tos de pop, rock, folk e, uma vez por mês, uma orquestra filarmó­nica, teatro e comédia. Para beber há seis estilos servidos à pressão – atrás do comprido balcão a cer­veja sai diretamente da arca fri­gorífica – e mais alguns em garra­fa. Os petiscos são variados – en­tre eles, hambúrgueres, pregos e enchidos –, havendo o cuidado de apresentar produtos locais, como, o queijo de Ossela. LM Rua Artur J. G. Barbosa, 576, Ossela Tel.: 256482151. Web: facebook.com/cervejavadia Sexta, das 18h00 às 01h00; sábado, das 18h00 às 03h00. Torneiras: 6. Preço: a partir de 1,80/6,50 euros (25 cl/litro). Flight (prova de 6 cervejas), 6,50 euros. Preço médio refeição: 8 euros. (Fotografia de André Gouveia/GI)
3. Praxis Coimbra Na Praxis, as cervejas de fabrico artesanal são servidas com história, ou não fosse o espaço ao mesmo tempo restaurante, fábrica e museu. Há visitas guiadas por marcação, mas o acervo está à vista de todos, em paredes e vitrinas. Inclui desde fotografias até publicidade e rótulos da Topázio e da Onix, velhas marcas de cerveja da cidade. Quando a Fábrica de Cerveja de Coimbra encerrou, deixou um vazio. Arnaldo Baptista sonhou durante anos recuperar essa tradição em pequena escala, algo que só se concretizou em 2009, com a abertura da microcervejaria Praxis, que deve o nome à forte ligação entre aquela bebida e a vida académica coimbrã. Entre os clientes tanto há estudantes como frequentadores da extinta Cervejaria da Fábrica, conta Pedro Baptista, filho do fundador e um dos três sócios. O outro é o primo Márcio Ferreira, mestre cervejeiro formado em Berlim. (Fotografia de Maria João Gala/GI)
3. Praxis A cerveja Praxis tem quatro versões, para beber a solo ou à refeição: a pilsener, leve, que vai bem com marisco; a amber, a mais alcoólica, condizente com pratos mais pesados; a dunkel, preta, ideal para acompanhar doçaria conventual; e a weiss, tipicamente alemã, que combina com carne de porco. As duas últimas foram premiadas na edição deste ano dos World Beer Awards, em Londres. Há ainda uma quinta opção, variável. A partir de fevereiro é a strong, mais encorpada, mas antes chega uma especial de Natal, que leva abóbora. Se nas cervejas sazonais se vai fazendo experiências, as quatro fixas regem-se pela Lei de Pureza da Bavária, um decreto com 500 anos que cinge os ingredientes a malte, lúpulo e água (a que se juntam leveduras). O malte e o lúpulo têm origens diversas, como Bélgica, Alemanha ou Holanda, mas a água é de Coimbra. «Perfeita para fazer cerveja», segundo Pedro, que diz conferir-lhe caraterísticas únicas.
3. Praxis As cervejas podem ser apreciadas no formato «fino» (expressão, ao que parece, nascida em Coimbra), em garrafa, ou mesmo em growler próprio – um recipiente utilizável, à venda por 8 euros, que se volta a encher a partir de 5 euros o litro. Outra possibilidade é ter uma caneca numerada e fechada a cadeado, por 75 euros anuais, que se traduzem em consumo. A número 9 está guardada para «o melhor do mundo», diz Pedro Baptista: o seu filho Pedro António, de três anos. CF Rua António Gonçalves, lt. 28/29 (Santa Clara), Coimbra. Tel.: 239440207.Web: www.beerpraxis.com Das 09h30 às 02h00. Não encerra. Torneiras: 12. Preço: a partir de 1,35 euros (20cl). Venda a litro a partir de 5 euros (growler reutilizável, 8 euros). Preço médio refeição: 15 euros. Flights (5 cervejas), 3 euros.
4. Duque Brewpub Lisboa Tudo começou com um artigo de revis­ta. Tiago Castel-Branco, comissário de bordo, aproveitara os tempos mortos de um voo para ler sobre um assunto que lhe interessava, mas apenas como apreciador. Pela hora em que aterrou em Lisboa, já sabia o que queria fazer. Falou com um amigo e, história resumida, decidiram fazer cerveja. Calhou que Miguel Nozolino (na imagem), o tal ami­go, engenheiro de som nas horas de servi­ço, tinha de família uma loja na Calçada do Duque. Fizeram workshops em Lisboa e no Porto, depois um estágio na fábrica da Aro­eira, de quem ficaram parceiros, e, ao cabo de um ano, nasce, em fevereiro, o primeiro brewpub de Lisboa. (Fotografia de Gerardo Santos/GI)
4. Duque Brewpub Nas nove torneiras alinhadas por detrás do balcão só corre cerveja artesanal nacional. Al­gumas de outros produtores, como a Dois Cor­vos ou a 8ª Colina, outras de lavra própria, fei­tas na miniunidade industrial que construí­ram na sala do fundo. Aí, com a supervisão do mestre cervejeiro da Aroeira, desenvol­vem as suas receitas, com o firme propósito de não repetir, para que cada produção seja uma edição limitada. Cada experiência tem uma tiragem de 250 litros e, salvo rara exce­ção, não voltará mais a correr naquelas tor­neiras. «Queremos fazer coisas diferentes», explica Miguel. «Não pretendemos os géne­ros tradicionais, esses já os temos cá bem re­presentados.» A ideia é que haja sempre algo de novo, para aliciar os aficionados que já vão sendo parte significante do público.
4. Duque Brewpub Assim, e enquanto durar, além dos estilos clássicos (e de tábuas de queijos e enchidos, tostas e um gelado artesanal de American pale ale para entreter o estômago), há a Eau de Bagas, uma aromática saison de frutos vermelhos, uma Belgian IPA feita em parceria com a Letra, e a Look I’m Your Lager, uma India pale lager de acentuado amargor em sociedade com a Boli­na. As receitas, essas, vão sendo anotadas, pa­ra a posteridade – ou para reedições especiais, como a da Russian imperial stout que têm a estagiar em barris que maturaram bourbon, para abrir no aniversário. Bons motivos para ir regressando, portanto. JM Calçada do Duque, 49 (Chiado) Tel.: 213469947Web: duquebrewpub.com Das 15h00 às 00h00; quinta, até às 01h00; sexta e sábado, até às 02h00. Não encerra. Torneiras: 9. Preços: a partir de 2,90 (20 cl). Venda a litro a partir de 14,15 euros (growler reutilizável, 5 euros). Flight (5 cervejas), 10 euros.
5. Dois Corvos Lisboa Marvila anda nas bocas do mundo. Diz o El País que «lo más inovador de Lisboa está en este barrio». Porém, quando Susana Cascais e Scott Steffens de­cidiram instalar aqui a sua fábrica de cerve­ja, em 2014, essa movimentação não era ain­da visível. Agradou-lhes o passado industrial da zona, bem como a falta de problemas de espaço, o valor das rendas. «E a vizinhança», acrescenta Susana, «há um bom espírito de comunidade». Daí que, ao abrirem esta tap room, não a quisessem transformar numa casa de vida noturna. «Isto é, acima de tudo, um sítio de trabalho.» Daí que, entre o balcão e a zona de fabrico, não haja qualquer barrei­ra, para que toda a gente veja o que se passa lá dentro e como a cerveja é feita. Quem quiser pode entrar: as visitas e a explicação dos pro­cessos de brassagem, fermentação e enve­lhecimento fazem parte do espírito da casa. Casa essa de decoração convidativa e ar in­formal, com um mural a percorrê-la a todo o comprimento e mesas de cabine a pedir ses­sões de prova e troca de opiniões entre ami­gos, acompanhadas de petiscos como quei­jos, chouriço assado e sanduíches. (Fotografia de Orlando Almeida/GI)
5. Dois Corvos Da dúzia de torneiras que saem da pare­de de mosaico branco corre apenas cerve­ja produzida na casa. Por estes dias, vive-se uma situação de exceção, com cinco cerve­jas «convidadas», mas é por uma boa razão: «O verão correu tão bem que esgotámos os stocks», diz Susana. E note-se que a produ­ção já atinge os dez mil litros mensais. Em condições normais, estão on tap doze cerve­jas da casa, algumas das linhas comerciais da Dois Corvos, outras de tiragens especiais pa­ra consumo no local, por vezes feitas em pe­quenas quantidades, em jeito de teste. Do lado de lá do balcão, entre cubas de fermentação, um pormenor prende a aten­ção de quem não está familiarizado com este universo: barricas de vinho, empilhadas co­mo numa adega. «Sim, estamos a envelhecer cerveja», esclarece Susana, apontando como exemplo um lote da imperial porter Finister­ra que estagia em barris de carvalho que an­tes serviram para envelhecer aguardente da Lourinhã. «Além da água, do lúpulo, do ce­real e da levedura, temos esse quinto ingre­diente, a barrica, que dá à cerveja um cará­ter único.» Um admirável mundo novo. JM Rua Capitão Leitão, 94 (Marvila) Tel.: 914440326. Web: doiscorvos.pt Das 14h00 às 21h00; sexta e sábado, até às 00h00. Não encerra. Torneiras: 12. Preço: a partir de 2,60 euros (25 cl). Venda a litro a partir de 5,50 euros (growler reutilizável: 4 euros). Flight (prova de 5 cervejas), 8 euros. (Fotografia de Fernando Marques)
6. Chimera Brewpub Lisboa Adam Heller é, acima de tudo, um chef, com provas dadas no restaurante Chi­mera, onde, em equipa com o luso-brasileiro Thomas Mancini, criou uma cozinha de experimentação e sabores bem presentes, sem complicações desnecessárias. «Nunca me interessou ter dez ingredientes no prato, antes fa­zer os sabores falarem por si», diz. No dia em que decidiu dedicar-se às cervejas, com a sua mulher, Raquel, o caminho não foi diferente. Nota prévia, em inglês, que o português ainda não lhe dá para entrevistas: «Não sou de fazer adjuncted brewing.» Isto é, não lhe inte­ressa misturar demasiadas coisas no processo. «Quero fazer cervejas session, daquelas que se consegue beber e conti­nuar a beber, com álcool moderado e bom pala­dar.» De momento, tem 25 receitas suas, mas está a focar-se em três: uma ale single hop, de uma só variedade de lúpulo (cascade), uma dark American lager e uma coffee stout, com café. (Fotografia de Mário Ribeiro)
6. Chimera Brewpub De momento, não está a produzir, devido a problemas técnicos com a microfábrica que tem na cave. Por esse motivo, está a fechar um acordo de subcontratação com uma cervejeira artesanal. Mas a vertente de experimentação manter-se-á in loco, no formato de laboratório, onde fará lotes experimentais de 50 litros para consumo na casa, e para testar com os «beer geeks» que já fizeram do brewpub poiso certo. Nas doze torneiras estão, para já, outras tantas cervejas de diversos produtores nacionais, en­tre eles Musa, Passarola e Praxis.
6. Chimera Brewpub A comida também marca presença, mas, lá está, sem complicações. «Preparei uma carta de pub grub, comida simples que vai bem com cerveja, sanduíches baseadas no estilo deli de Nova Iorque.» O que inclui uma de pastrami, uma reuben, uma cuban de porco desfiado, tu­do matéria-prima curada pelo próprio Adam. «A ideia aqui é ser tudo muito pessoal, nós faze­mos tudo: fizemos as obras, produzimos a cer­veja, fazemos a comida e somos nós que rece­bemos os clientes.» O ambiente, com ar de sítio quase secreto – afinal, trata-se do antigo túnel de acesso às cavalariças do Palácio das Neces­sidades –, é acolhedor, familiar, como um pub de bairro. Um luxo de pub de bairro. Rua Prior do Crato, 6 (Alcântara) Tel.: 917070021. Web: chimerabrewpub.pt Das 17h00 às 01h00. Encerra à segunda e à terça. Torneiras: 12. Preço: 2,75 euros (28 cl). Preço médio refeição: 15 euros. Flight (prova de 3 cervejas), 6 euros.
7. Fábrica da Picaria Porto Ainda não tem data certa para abrir, mas será, ga­rantem os responsáveis, em novembro que a Fábrica da Picaria irá dar ao Porto o seu primeiro brewpub. Todo o es­paço da microcervejeira, com a parafernália que ela inclui, é o bar. José Eduardo e Tiago Du­arte, dois dos responsáveis pelo projeto, explicam: «Queríamos mesmo que o ambiente fosse fa­bril, industrial, em que as cubas e todo o material para fazer a cerveja servissem de cenário real», mas com algum requinte. Toda a maquinaria é portuguesa e feita de propósito para o espa­ço, explica Tiago, que já trabalha em cerveja há vários anos. Foi di­retor de produção da Unicer, on­de também trabalhou José Alei­xo, o outro sócio. Há muito tempo que Tiago ti­nha o sonho de montar uma mi­crocervejeira com amigos e há três anos o projeto começou a ser pensado. «A localização era muito importante. Queríamos estar na Baixa, num ponto muito frequentado, turístico, com vida noturna», dizem. Mas o funda­mental é mesmo a cerveja. Aqui, vai beber-se direta­mente da cuba de fermentação, quando a cerveja está no seu pi­co de qualidade. «Quando passa para o engarrafamento ou para o barril, começa a perder qualida­des. Esta é uma das razões por­que queremos servir diretamen­te a partir das cubas. A cerveja não é filtrada e, por isso, man­tém o sabor mais forte da leve­dura. Vários estilos estarão dis­poníveis – weissbier, stout bock, pilsner, entre outros, sendo certo que durante o ano, mesmo den­tro dos estilos definidos, serão produzidas diferentes receitas para a cerveja estar mais adap­tada às várias estações do ano. A lista de comida está em prepa­ração, mas, adiantam, não falta­rão pregos, hambúrgueres e vá­rios salgadinhos. LM Fábrica da Picaria Rua da Picaria, 72 (Baixa) Abre em novembro. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

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No último par de anos viu-se nascer meia dúzia de bares que não só prestam reverência à cerveja artesanal como têm a sua própria produção, o que inclui algumas cervejas que em mais lado nenhum se pode provar. São os chamados brewpubs e as tap rooms, que convidam aficionados e caloiros a descobrir um admirável mundo novo feito de água, malte e lúpulo. Um pouco por todo o país, está a acontecer uma pequena revolução.


O que é um brewpub e um tap room?

A destrinça entre um brewpub e uma tap room tem vários recantos e nuances onde facilmente nos poderemos perder. Portanto, a bem da síntese, reduzimos a distinção às diferenças essenciais: um brewpub é, o nome não mente, um pub, com bebidas, comidas para acompanhar a bebida, eventualmente música, ambiente de bar, onde são servidas cervejas de produção própria. Já uma tap room está instalada dentro (ou perto) de uma fábrica cervejeira e, embora também possa ter comidas, tem como propósito central dar a conhecer a cerveja que é produzida na casa. Dito isto, resta acrescentar que há tap rooms que se apresentam como brewpubs, e vice-versa, sem que daí venha grande mal ao mundo – desde que a cerveja não deixe de estar em primeiro lugar.

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Como escolher a sua cerveja artesanal favorita