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Um mundo para descobrir na Almirante Reis

Percorra esta fotogaleria para ver restaurantes, lojas e cafés que valem a pena conhecer nesta avenida.
1. Sintoniza o momento Nas prateleiras estão expostos produtos oriundos de várias zonas do país, desde licores e azeite alentejanos, sal da Figueira da Foz, chá dos Açores, sal marinho da Figueira da Foz, até amêndoas para a Páscoa. E café em grão moído na hora. Chama-se Sintoniza o Momento e surgiu depois de Sílvia, uma ex-bancária, resolver trocar de balcão e explorar uma loja de produtos gourmet do outro lado da rua. «Isto pode não ser tão bonito como outras zonas da cidade, mas tem qualquer coisa», diz, encolhendo os braços, como se não houvesse explicação.
1. Sintoniza o momento
2. Pizaria Turca e Turkish Kebab House Abdulkadiri e Salima Seymen vivem em Portugal há cerca de dez anos e são responsáveis por um hostel, um talho, um restaurante e uma pizaria tradicional turca. Dizem ter o melhor kebab de Lisboa no Turkish Kebab House, mas seja em que negócio for, garantem ser tudo feito na hora. Ou vindo diretamente do seu talho halal, ali ao lado. «Carne fresca, que não é importada, não é congelada e não contém restos de animais ou soja, confecionada por nós com as nossas especiarias tradicionais.» «Eu estava ligado ao negócio de tapetes, até que um dia um tipo me ficou a dever muito dinheiro e tive que me fazer à vida», conta Abdulkadiri, vestido com traje típico, enquanto mostra o forno onde faz o pão e explica algumas das características da sua culinária nativa, «uma cozinha suave, menos condimentada do que a indiana».
2. Pizaria Turca
3. Biblioteca de São Lázaro Trata-se da mais antiga biblioteca (em funcionamento) da rede de bibliotecas de Lisboa. O equipamento de São Lázaro fica na Rua do Saco e conta com uma vasta coleção infanto-juvenil, com autores portugueses e estrangeiros. Tem a designação atual desde 1938.
3. Biblioteca de São Lázaro
4. Crew Hassan O bairro dos Anjos é a zona das associações culturais por excelência. A Crew Hassan é uma delas. Fundada em 2005, esteve cinco anos junto ao Coliseu, outros cinco fechada, e reabriu em 2015 numa nova zona mas mantendo o espírito. Talvez o espírito ainda faça mais sentido aqui, até porque a escolha do nome Hassan foi utilizada para provocar algumas mentalidades, numa altura em que este nome estava (ainda está) muito associado ao preconceito em redor do terrorismo. Cerca de 600 metros quadrados, com loja de vinil vintage, bar, sala de concertos e várias atividades disponíveis, da dança ao yoga.
4. Crew Hassan
5. O Das Joanas Foi um dos primeiros a aparecer (2012), depois da renovação do Largo do Intendente. O nome não engana e foram mesmo Duas Joanas a dar vida a este espaço com esplanada, que serve tostas, saladas, outras refeições leves e petiscos.
5. O Das Joanas
6. Mercado de Arroios Desde 2015 que se fala dos novos restaurantes do Mercado de Arroios, a verdade é que no passado mês de fevereiro foi oficialmente inaugurado. Dois anos de obras e um milhão de euros depois, integrado num megaprojeto que pretende revitalizar 25 mercados da cidade. Está de cara lavada, bonito, há legumes, fruta, peixe e grande variedade de produtos frescos, só ainda faltam os clientes, sobretudo durante a semana. Par ao futuro fala-se na criação de uma estufa hidropónica e na abertura de um restaurante comunitário com cozinha feita por refugiados sírios e do Médio Oriente – a cargo da associação Pão-a-Pão. Enquanto estes não chegam, os restaurantes e lojas laterais continuam a ser os grandes dinamizadores.
6. Mercado de Arroios
7. Brick Café Há cerca de um ano Nuno, Luís e Inês transformaram-no num local ainda mais dinâmico e... cosmopolita? No bom sentido da palavra. Têm sempre sopa, pratos dos dia, bolos caseiros e brunch ao sábado e domingo, das 11h00 às 15h00. Convém chegar cedo. Na «pior» das hipóteses, consegue-se um lugar na esplanada.
7. Brick Café
8. Hotel 1908 Chama-se 1908 e foi construído em 1908, num edifício de Arte Nova, bem na esquina que liga à Avenida Almirante Reis. Além de 36 quartos, tem um restaurante (o Infame) e bar. Mais um espaço cosmopolita, que colocou o Intendente nas bocas do mundo, e que tanto poderia estar em Lisboa como em Copenhaga ou em Paris? Talvez... não. É moderno, sim, com decoração industrial, mas mantém as raízes portuguesas, do bairro, seja nas obras de artistas contemporâneos como Bordalo II, SuperVan, David Oliveira e os Irmãos Marques, seja nos pratos que servem, muitos deles inspirados em restaurantes clandestinos das redondezas.
8. Restaurante Infame do Hotel 1908
9. Megastore A Megastore é uma loja de discos e livros em segunda mão situada na porta ao lado do Largo Café. O nome é irónico, tão pequena que é a casa. Um projeto de três sócios, Nuno Efe, Frederico Lima e David Lopes. O primeiro sempre teve um grande coleção de vinis, os dois últimos, além de apaixonados por livros, têm também lojas de mobiliário vintage: a Retrox (de Frederico), ali ao lado, na Rua dos Anjos; e a Vintage Warehouse (de David), no bairro dos Anjos. Estão abertos de segunda a domingo, do meio-dia às 19h00. Às sextas e sábados fecham mais tarde: às 20h00.
9. Megastore
10. Pizzeria Viavai Na Pizzeria Viavai a inspiração é italiana, se bem que estes dois primos (André e Sara Peralta) tenham ido buscar o nome à aldeia Beirã de onde são originários. As pizas têm também os nomes de aldeias vizinhas. Já a massa é tipicamente napolitana. Mole, macia, menos de um minuto no forno. No ponto.
10. Pizzeria Viavai
11. Vintage Warehouse Um paraíso para colecionadores ou apreciadores de peças antigas. A loja pertence a um dos sócios da Megastore e fica no bairro dos Anjos.
11. Vintage Warehouse
12. Cervejaria Ramiro Dispensa apresentações e há quem vá até à Almirante Reis propositadamente para comer nesta marisqueira
12. Cervejaria Ramiro
13. Retrox Loja de de mobiliário vintage na Rua dos Anjos, onde se encontra um pouco, de candeeiros a secretárias e outros objetos de decoração.
13. Retrox
14. Tasca do Mercado, Mercado de Arroios «Quando viemos para o Mercado de Arroios, em 2015, ainda tudo estava em obras e não se sabia bem no que ia dar o mercado. Nunca pensámos que corresse tão bem», reconhece Hugo Antunes, chef da Tasca, ele que trabalhou em locais como a Bica do Sapato e o Pap'Açorda e que agora faz chegar às mesas pratos de inspiração portuguesa e petiscos como ovinhos de codorniz, farinheira com ovos, moelas, ou pataniscas de polvo, bacalhau ou atum fresco.
14. Tasca do Mercado, Arroios
Filipa Ramalhete e Nuno Pires Soares, investigadores, estão a estudar esta artéria com outros olhos. «Interessa-nos perceber qual foi o seu papel na história da cidade. Um papel menosprezado e pouco estudado», refere a coordenadora deste projeto do Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, em parceria com o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova. Para 2018 está programada a publicação do Atlas Avenida Almirante Reis.

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O Largo do Intendente toda a gente sabe que mudou, que está cheio de vida, de bares, de pinta e de gente cosmopolita, mas e a Almirante Reis? Da Almirante Reis ninguém fala. Ou pouca gente fala e muitas vezes mal. É indesmentível que, desde 2011, altura em António Costa mudou o seu escritório para o Intendente de forma a impulsionar a renovação deste bairro associado à prostituição, muito mais portugueses (e turistas) passam e param na Almirante Reis, mas não será menos verdade que a maioria pouco mais conhecerá do que o agora boémio e cosmopolita largo. Uma espécie de oásis, de bolha, zona de conforto da qual muitos receiam afastar-se.

«Há gente que vem aqui todos os fim de semana para os copos, ou para ir ao Ramiro comer uma mariscada, e não passam daí. Vêm e vão de táxi, ou estacionam aqui o carro, mas são incapazes de subir ou descer a pé a avenida e explorar os outros bairros.» Palavras do dono de um pequeno café que prefere manter o anonimato, «tenho umas contas em atraso e nunca se sabe quem nos bate à porta», diz, meio a meio a brincar meio a sério, mas que não se importa que se divulguem as suas ideias. «Talvez algumas pessoas tenham medo porque há aqui há muitos imigrantes, mas eu também já fui. E quando vim das berças, com meia dúzia de tostões no bolso, foi aqui que fiquei. Merecemos ser olhados com mais respeito.»

Filipa Ramalhete e Nuno Pires Soares, investigadores, estão precisamente a estudar esta artéria com outros olhos. «Interessa-nos perceber qual foi o seu papel na história da cidade. Um papel menosprezado e pouco estudado», refere a coordenadora deste projeto do Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, em parceria com o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova. Para 2018 está programada a publicação do Atlas Avenida Almirante Reis.

O esquecimento (académico) a que esta zona sempre foi votada tem fácil explicação.

«Porque sempre foi vista como uma zona pouco nobre. Era uma porta de saída e, sobretudo, de entrada na cidade. Havia muitas oficinas e estações de camionagem. Quem vinha da região saloia ou das Beiras ficava aqui. Os imigrantes ficam aqui. Porque os hotéis eram mais baratos, o aluguer das casas era mais barato. Era, e para muitos ainda é, o único sítio onde tinham possibilidades de ficar», adianta Nuno Soares. Uma avenida que é material em estado bruto, puro, para um investigador, para os grandes escritores – José Cardoso Pires, José Rodrigues Miguéis ou Dinis Machado andavam muito por aqui.

Um caldeirão composto por várias regiões, inúmeras nacionalidades, um ambiente multicultural que ainda hoje se mantém. Multicultural e rural, garantem. «Esta zona da cidade foi das últimas a sofrer o processo de gentrificação. A mudança aqui chega sempre depois dos outros bairros.»

Por gentrificação – «gentry» significa pequena nobreza – entenda-se um processo de valorização (imobiliária) de uma zona urbana, tornando-a mais procurada e atraente por gente com maior poder de compra. Mas estes dois académicos não têm receio deste processo. Sabem que os ciclos são incontornáveis e desejáveis, que a revitalização do largo ajudou a direcionar os olhares para a Almirante Reis, mas acreditam que nem a avenida nem os bairros que a abraçam se transformarão num novo Intendente. Até porque «esta sua diversidade lhe garante uma resiliência própria. Em que outra parte de Lisboa é possível encontrar tamanha diversidade?», pergunta Nuno, em jeito de conclusão.

Está cá tudo: salões de cabeleireiro que exibem na montra penteados exóticos, padarias, relojoarias, uma fábrica de bolos aberta toda a noite, marisqueiras (nem só no Ramiro se marisca nesta rua), a Portugália, o Café Império, restaurantes típicos, uma casa de hambúrgueres moderna (Hamburguês), o Banco de Portugal, a Sopa do Pobres, restaurantes chineses, mercearias asiáticas, um pequeno «império turco», histórias, vidas… Pessoas.

 

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