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Conhecer Sta. Maria da Feira à boleia do Imaginarius

Percorrer a fotogaleria para conhecer o que há de novo em Santa Maria da Feira.
1. Cervejaria Central É a primeira aventura na restauração de Miguel Teixeira, designer gráfico, e Nélson Costa, engenheiro civil, e abriu segunda-feira passada, no Rossio. No longo balcão de madeira, servem-se francesinhas à moda do Porto, pica-pau de porco preto, cebola frita aberta em flor com molho de aioli, pregos no pão, bifes no prato, além tábuas de enchidos e queijos com nozes e uvas. «É uma cervejaria com um ambiente muito descontraído», resume Miguel Teixeira. A casa é embaixadora da cerveja Bohemia, servida à pressão, e tem também vinhos, cocktails, e jarros de 1,5 litros de mojitos e caipirinhas. A decoração é retro e a localização foi escolhida a dedo. No coração da cidade.
2. Praceta Todos os anos, Miguel Bernardes leva os 10 funcionários a viajar. Florença, Roma, Berlim e Madrid foram os destinos do ano passado. Londres, Bruxelas, República Checa e Áustria estão na lista para 2018. E a cozinha do Praceta, restaurante no centro histórico que faz lembrar um pátio de infância, reflete essas viagens em equipa. De lá saem pizas e pastas de Itália, costeletão com flor de sal, feijão-verde, azeite e alecrim, inspirado num prato de Berlim, camarão tigre no forno, deitado em pão da avó, absorvido em Florença. «É a cozinha das boas memórias que trazemos das viagens». E não só. Há também memórias de criança, a alheira de caça à moda da avó e o tinto que cheira a vinho doce. A cozinha é totalmente aberta e tem forno a lenha. Nas sobremesas sobressai um sapato de Cinderela de chocolate com maracujá e frutos silvestres. Experiências e recordações em vários pratos cozinhados e servidos por gente que anda pelo mundo.
3. Aquarela Neste projeto de Santiago e Bianca, combinam-se sabores de diferentes geografias. Há pratos com carne grelhada na brasa, picanha, presunto ibérico e queijos artesanais. Os peixes que chegam do mar também saltam para a grelha. Cogumelos à Bulhão Pato, tortilha à espanhola e polvo à galega e pratos vegetarianos são outras das sugestões. Ao fim de semana, destacam-se os menus familiares de almoço, com peixes ao sábado e carnes grelhadas ao domingo. O sal rosa do Peru e o sal negro do Havai são ingredientes usados na cozinha e a mousse de iogurte de soja com morangos, manga e crocante faz parte dos doces.
4. Dom Petisco Ao estilo de pub irlandês, o Dom Petisco habituou-se a ser um ponto de encontro de várias gerações para um copo ao fim da tarde ou pela noite dentro. Passou de mão em mão, mas manteve a identidade numa casa amarela de rés-do-chão numa das ruas mais movimentadas da cidade. Há cinco anos, Paula Almeida e Duarte Pais tomaram conta do espaço. «É um bar café ou um café bar», diz Paula. Com pequenos-almoços, vários petiscos e bifanas ao fim de semana. À noite, é sobretudo rock que sai da pequena cabine do DJ.
5. Lusitano Um bar no primeiro piso e uma taberna no rés-do-chão. Música rock pop em cima, petiscos em baixo. Cocktails, cervejas artesanais, gins, no bar. Pica-pau, asinhas de frango, ovos mexidos, costelinhas de anho, chouriço a arder e presunto na taberna. O Lusitano tem uma porta e dois espaços na mesma casa. Fotografias de músicos e bandas nas paredes do bar. Cadeiras e mesas de madeira e louça de barro na taberna. Um espaço para comer, beber, e dançar.
6. Side Ways O teto está coberto com cópias de bilhetes e cartazes de concertos, de Madonna a Bauhaus, de Led Zepplin a Ramones. Tudo preenchido. Uma das paredes tem capas de discos. A música navega pelo pop-rock dos anos 1980 e 90, o indie rock e a música alternativa. As bebidas são de gama média e alta com uma variada oferta de gins. De dia, é um café com esplanada com vista para a praça. À noite é um bar para dançar, beber um copo e conversar.
7. Taberna 66 A mítica route 66, a estrada que atravessa os Estados Unidos, é ponto de partida ou de chegada, conforme a perspetiva. As imagens e objetos decorativos remetem para a cultura americana em que rock n’roll é rei. Nesta taberna, pensada por Sandro Silva, ouve-se sobretudo rock dos anos 60 e 70 e bebe-se cervejas, vinhos e cocktails. É um bar com portas abertas para a rua que é também uma sala de estar deste espaço onde mora a Betty Boop e onde se quer que os decibéis não estraguem as conversas.
8. Praça Viva É um pub tradicional numa versão moderna com cocktails feitos com frutas frescas e ervas aromáticas. Fica na praça central e conta com generosa esplanada. O pop-rock dos anos 80 e a música ao vivo à sexta-feira fazem-se ouvir neste edifício que data de 1840. Há gins e vodkas, runs e whiskys e também serviço de snacks a qualquer hora do dia ou da noite: salmão fumado, tostas de presunto e queijo, prego no pão, hambúrgueres e cachorros.
10. Um castelo medieval É no alto da cidade que mora o ex-libris deste território com história. O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais belos exemplares da arquitetura militar medieval do país e chegou a ter um palacete dos condes da Feira dentro das muralhas. Hoje, restam apenas algumas ruínas desse edifício do século XVII, mas o monumento preserva a praça de armas, dois salões, quatro torres e uma capela.
11. Mercado No centro histórico está o mercado municipal desenhado pelo arquiteto Fernando Távora, uma obra que começou em 1953 e terminou seis anos depois. E tem dedo de outro arquiteto: os apontamentos de mosaicos no chão são de Siza Vieira. Este monumento de interesse público tem mais vida além da venda de legumes e frutas. Também recebe atividades culturais e o Imaginarius apresenta ali «140 Mil Memórias», instalação construída em torno das recordações de várias gerações de Santa Maria da Feira (concelho com 140 mil habitantes, daí o número). Durante três meses, recolheram-se histórias, objetos, imagens e sons para este trabalho feito de vídeos e fotografias.
12. Feira Hostel & Suites Tem quatro suites com casas de banho privativas no primeiro piso. Os quartos são luminosos e inspiram-se em monumentos feirenses. O do «Castelo» é decorado a tons castanhos com um desenho do pintor António Joaquim a tinta-da-china. A «igreja da Misericórdia» em tons brancos, a «Quinta da Torre» e o seu fontenário em tons verde água. No piso superior encontra-se a camarata mista com 14 camas em beliches. E ainda um terraço de onde se vê o castelo, a igreja e o convento, mais uma cozinha de apoio ao hostel onde são servidos os pequenos-almoços. Carla Marques transformou o antigo edifício, outrora armazém de armas da resistência na altura das invasões francesas, onde também funcionou uma loja de roupa e de fotografias, num hostel nos andares de cima e num restaurante no rés-do-chão, onde há petiscos portugueses e alguns pratos internacionais. Nas traseiras, há esplanada e uma horta biológica.
13. Hostel da Praça Reza a história que algumas pedras do edifício foram sobras da construção do Castelo da Feira. Vários séculos depois, há praticamente um ano, surgiu ali um hostel e um bar com esplanadas à porta e nas traseiras. Rui Cavaco percebeu que o centro histórico precisava de um hostel, e por isso restaurou o prédio do século XIX e deu-lhe um novo ar com 13 quartos, sete partilhados com oito camas, mais seis suites com camas extra, três com kitchenette, num total de 83 camas com nomes de praças antigas e modernas de várias partes do mundo. «Santa Maria da Feira merecia alguma coisa diferente», afirma. Este ano, o hostel é o ponto de encontro dos profissionais do Imaginarius.

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O Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira já começou e as ruas do centro histórico ganham uma outra vida como se o coração palpitasse debaixo dos pés. As janelas da Rua Dr. Roberto Alves (Rua Direita) estão decoradas com colchas trabalhadas com ponto de cruz pelas mãos de crianças do 1.º ciclo. As ruas transfiguram-se até 26 de maio.

Manuel Plácido, de 87 anos, dono da Casa Plácido, uma loja que vende quase tudo – isqueiros, cremes, detergentes, balanças, relógios -, no centro histórico, habituou-se ao festival, ao intenso movimento, às ruas pejadas de artistas. «Não há dúvida que o Imaginarius tornou a terra conhecida. Sou do tempo em que isto era a terra de ninguém e hoje as pessoas já sabem onde fica Santa Maria da Feira», comenta o comerciante que é também pintor e fotógrafo autodidata.

Este ano, o Imaginarius atinge a maioridade. A 18.ª edição traz à cidade 37 companhias, 40 espetáculos, 195 intervenções artísticas de 17 países. Plácido fica contente com a agitação e nem os constrangimentos nas cargas e descargas à porta do seu estabelecimento comercial o incomodam. «Só tenho de regozijar-me com tudo o que contribua para o desenvolvimento intelectual das pessoas e para a projeção da minha terra».

As ruas estão em ebulição. O centro histórico feirense, que se tornou um espaço de diversão noturna com dezenas de bares e restaurantes, é um palco gigante, a céu aberto e gratuito. E no ano em que se celebra o Ano Europeu do Património Cultural, o Imaginarius tem palcos intimistas, em harmonia com o património edificado. «Pela minha parte, encantado com o Imaginarius», diz o senhor Plácido. Assim seja.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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