Publicidade Continue a leitura a seguir

Maria Lima: “A kombucha era usada como remédio”

Maria Lima nas traseiras d'Aquela Kombucharia, onde acontece a produção de todas as kombuchas da marca. (Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

Publicidade Continue a leitura a seguir

Como descobriu a kombucha?

Após uma viagem à Ásia, onde comecei a consumir kombucha e me apaixonei. Ao voltar para Portugal, percebi que não havia marcas no mercado com as quais me identificasse. Comecei a fermentar em casa por brincadeira, não tinha nada em mente. Estava a trabalhar em arquitetura e fui experimentando, partilhando com amigos. Tive muitos percalços, muitas fermentações corriam bem, outras mal. Depois a ideia foi amadurecendo ao longo de um ano, até ao ponto em que eu pensei “Ok, se calhar valeria a pena aventurar-me”.

E de que se trata, afinal?

É um chá que fermenta com uma cultura de bactérias e leveduras, e que tem gás. É um probiótico natural, com bactérias vivas que são benéficas à flora intestinal. A kombucha é feita à base de um chá verde ou preto, pois é necessário haver teína, e açúcar. Nós usamos um blend de chá verde e chá preto, e açúcar de cana biológico. Portanto, é um chá açucarado, que vai ser transformado pela kombucha, e que vai criar mais kombucha. Funciona como a massa-mãe do pão.

Qual é a origem da bebida?

Não há certezas. É muito antiga e era usada como um remédio caseiro, muito forte, para tratar problemas digestivos. A origem conhecida é na Manchúria, na China. O registo mais antigo que menciona este chá tem mais de 2000 anos. Como começou? Provavelmente, foi um acidente, como a cerveja. Um chá que começou a fermentar com a introdução de bactérias.

Como surge a tap-room?

A tap-room é uma extensão importante da marca, em termos de sustentabilidade, porque nos permite partilhar a kombucha sem criar lixo. Gostamos desta relação de proximidade com o nosso bairro, com o Porto, e que as pessoas que gostam de kombucha possam vir com as suas garrafas e encher. O packaging é necessário para vendermos para outros sítios, mas aqui temos uma alternativa. Além disso, [Aquela Kombucharia] é um espaço de partilha que, apesar de agora estar condicionado, esperamos poder dinamizar em breve.

Que sabores os clientes podem encontrar?

Os sabores clássicos à pressão – Original, Gengibre e Hortelã -, e sabores mais experimentais que vamos fazendo na fábrica. Neste caso, Groselha e Maracujá.

E com que regularidade se deve beber?

Como qualquer fermentado natural, o seu consumo é mais aconselhado em regularidade do que em quantidade. Há quem beba em jejum de manhã, quem acompanhe refeições ou beba depois, para ajudar à digestão.

A kombucha pode ser vista como uma alternativa às outras bebidas?

Sim. O espaço para ela está a ser criado. Não acho que a kombucha tenha tirado espaço a outras coisas, acho que veio criar mais uma opção interessante para quem não queria álcool ou bebidas cheias de açúcar.

O ESPAÇO
Aquela Kombucharia encontra-se na Rua Duque de Saldanha, 345, Porto, e está de portas abertas às quartas e sextas, das 17h às 19h. Além da possibilidade de comprar as kombuchas a granel, os clientes também podem optar pelos packs de 3 ou 12 garrafas, e ainda experimentá-las a copo. Aquela Kombucha é ainda vendida na loja online (aquelakombucha.pt/loja) para todo o país.