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De aterro a Parque Aventura, em Valongo e Gondomar

Parque Aventura, da Lipor. (Fotografia de Pedro Correia/GI)

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Hoje, quem passeia pelo Parque Aventura, na LIPOR (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto), poderá nem desconfiar que está a andar sobre um antigo aterro. Inaugurado em 2009, o parque veio tornar uma zona de lixo num espaço de lazer e educação ambiental.

José Manuel Ribeiro, hoje presidente da administração da LIPOR e da Câmara Municipal de Valongo, recorda, em conversa com a “Evasões”, as horas que, enquanto jovem ativista, passou à porta da então Fertor, para impedir que os camiões entrassem. “Conheço bem essa fase negra. Aquilo era um problema que nós tínhamos, um aterro muito mau”, lembra. Aquela empresa privada acabou por ser adquirida há 40 anos por um conjunto de municípios que criaram a LIPOR, primeiro cinco, hoje oito (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde).

Além da função de valorizar e tratar resíduos urbanos produzidos pelos municípios que a integram, criou um espaço aberto à população, o Parque Aventura, que se estende por dois concelhos, Valongo (Ermesinde) e Gondomar (Baguim do Monte, Rio Tinto). O aterro sobre o qual foi construído foi devidamente tratado e os gases resultantes da decomposição da matéria orgânica foram encanados (ainda assim, por questões de segurança, é proibido fumar em toda a área do parque).

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

“Houve um projeto de selagem do aterro e de recuperaçao e valorização ambiental e paisagística. Queríamos que a comunidade pudesse usufruir de um espaço de promoção de atividade física, de convivência, de recreio, de respeito pelo ambiente e de socialização”, conta José Manuel Ribeiro.

O parque desenvolve-se em quatro patamares, onde estão instalados equipamentos lúdicos e de lazer. Como uma área dedicada aos jogos tradicionais, outra ao mini-golfe, arvorismo, parque infantil ou várias zonas de merendas. Curiosos são os oito baloiços virados para cada um dos municípios associados, que funcionam como miradouros.

Em 2017 foi criado o trilho ecológico, “um percurso de quatro quilómetros, que passa nas instalações da LIPOR, junto ao rio Tinto e dentro do Parque Aventura, em Ermesinde”, conta.

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

Este representa outra das preocupações da LIPOR: a promoção da biodiversidade. Ao longo do rio é possível um contacto direto com a natureza. E também se fica a conhecer exemplos de técnicas e gestão dos espaços verdes, como consolidação de margens com materiais naturais. A determinada altura do percurso, passa-se por um moinho instalado sobre o rio, que foi recuperado e serve para receber exposições. E é numa das suas paredes exteriores que se encontra uma obra de Bordalo II, um peixe colorido, feito a convite da LIPOR. De resto, houve plantação de espécies autóctones e já é possível observar vários animais que aos poucos regressam a um rio que durante muito tempo esteve poluído.

Este trilho irá mais tarde ter ligação a outros já existentes que vão até ao rio. “Muito em breve, será possível fazer todo o caminho a pé, de Ermesinde até ao Douro. “Estamos a criar autoestradas pedonais brutais”, remata José Manuel Ribeiro.