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O que fazer e provar em Tomar junto do Bons Sons

Veja nesta fotogaleria imagens dos locais que merecem uma visita em Tomar. (Fotografias: Nuno Pinto Fernandes/GI)
1. Parques e jardins Quando o calor aperta, uma das opções é passear nos parques e jardins da cidade. O maior é a Mata Nacional dos Sete Montes, que tem entrada pela Avenida Dr. Cândido Madureira e chega às muralhas do castelo. Ao todo, são cerca de 39 hectares de espaço verde, com algumas surpresas como uma charolinha, uma «casa de fresco» renascentista de forma cilíndrica e rodeada de água, da autoria de João de Castilho.
1. Parques e jardins Junto ao rio Nabão há dois jardins incontornáveis. O Mouchão, que é uma ilha, tem uma estalagem e a famosa roda, que normalmente funciona entre abril e setembro. É um dos ex libris de Tomar e há lojas que a vendem em miniatura. Este jardim-ilha está bem cuidado e fica ao lado de outro, o Jardim da Várzea Pequena, que tem um coreto centenário e canteiros bem tratados. Um pouco mais à frente está o Hotel dos Templários, o maior da região, e a capela octogonal de São Gregório.
2. Patrimómio Tentemos fugir ao Convento de Cristo e ao castelo. Não que não mereçam uma visita, até porque são um dos conjuntos patrimoniais mais importantes do país, somente porque já não são propriamente um segredo (refira-se apenas uma novidade, a esplanada da Cafetaria do Castelo). Tomar tem uma quantidade considerável de templos, entre igrejas, como a matriz de São João Batista, ermidas e capelas. E tem também a mais antiga sinagoga em Portugal, do século XV. O interior é quadrado com quatro colunas decoradas com motivos vegetais. O conteúdo deste espaço é composto por ofertas de comunidades judaicas espalhadas pelo mundo. Vale bem a pena a visita, que tem conversa garantida com a anfitriã.
2. Patrimómio Do judaísmo para o catolicismo, há uma igreja em Tomar que não se pode deixar de visitar, apesar de ter sido esquecida durante décadas. Trata-se da Igreja de Santa Maria do Olival, que foi «apenas» a matriz de todas as igrejas de Santa Maria das colónias portuguesas no tempo dos Descobrimentos - uma espécie de catedral ultramariana. Mas a sua fundação é anterior, do século XII, quando os templários se instalaram definitivamente em Tomar. Ali está sepultado o primeiro grão-mestre desta ordem em Portugal. Entre várias curiosidades, como símbolos maçónicos, há uma figura de Maria Madalena, rara em templos cristãos, com as mãos semifechadas que formam uma fechadura que abrirá não se sabe o quê. Entre outros monumentos menos conhecidos estão também a Ermida de Nossa Senhora da Conceição, de estilo renascentista, Igreja de São Francisco, que tem um altar raro com as figuras da cena da crucificação de Jesus Cristo em tamanho real, e a Capela de São Lourenço, onde as tropas de D. Nuno Álvares Pereira descansaram antes da Batalha de Aljubarrota.
3. Doces e recordações É incontornável. Indo a Tomar, há que provar uma (pelo menos uma) das suas especialidades de doces conventuais. É escolher. As fatias de Tomar (também conhecidas como fatias da China) são um doce de ovos e açúcar feito numa panela especial. Parece uma fatia de pão, mas não é. Também famosos, até pelo peculiar nome, são os Beija-me Depressa, também à base de ovos. As Estrelas de Tomar e os Queijinhos Doces são outras duas saborosas opções. Todos eles podem ser provados ou comprados à caixa na pastelaria Estrelas de Tomar, a mais famosa da cidade, datada dos anos 1960 – e a sua decoração, bem caraterística dessa época, tanto nos azulejos de parede como nas mesas e cadeiras, manteve-se intacta.
3. Doces e recordações Uma outra morada doce é a Mercearia Ti Anica. Aqui há biscoitos tradicionais Casa do Bosque, disponíveis em cinco variedades: amêndoas e limão, noz, amêndoa e sultanas, amêndoa e chocolate, e coco. Nesta mercearia pode comprar-se também miniaturas de tabuleiros da festa, da roda do Mouchão e de templários. E ficar à conversa com os proprietários, o casal Maria José e Manuel Luís Oliveira, que fazem questão de receber bem.
4. Museus Há dois museus na cidade pouco conhecidos e que merecem visita atenta. Um deles é o Museu dos Fósforos, o maior do género na Europa, que alberga mais de 40 mil caixas de 128 países. Quem o fundou foi Aquiles de Mota Lima, que doou a sua coleção ao município em 1980. A primeira caixinha que Mota Lima guardou para coleção foi numa viagem de navio para Inglaterra, em 1953, para assistir à coroação da rainha Isabel II. A partir de 1962 assumiu-se como filuminista – assim se chama um entusiasta desta forma de colecionismo – e tornou-se um dos maiores do mundo. Na última sala estão caixas e carteiras de fósforos de Portugal e há uma montra que merece especial atenção: a das campanhas políticas pós-25 de Abril. Em frente ao museu, no claustro do Convento de São Francisco, há uma Oficina de Olaria e Azulejaria que deve ser visitada. Funciona há 30 anos e tem sete mulheres que ali trabalham ao vivo. Vendem várias peças diretamente ou por encomenda.
4. Museus Outro museu que surpreende em Tomar é o Núcleo de Arte Contemporânea, doado por José-Augusto França. O espaço nasceu em 2004 e tem obras que assinalam o Modernismo do segundo quartel do século XX, o Surrealismo, o Abstracionismo e a eclosão da Nova-Figuração. António Pedro, José de Guimarães, Eduardo Nery, Mário Eloy, João Cutileiro, Almada Negreiros e António Dacosta são alguns dos artistas representados.
5. Comer e beber A cidade não tem pratos específicos, mas tem doces conventuais próprios. Tem um Congresso da Sopa conhecido, que se realiza em maio, e uma Mostra da Lampreia entre fevereiro e março. E tem uma bebida só sua, o Mouchão dos Templários, inventada nos anos 1970, que tanto pode ser aperitivo como digestivo. Um dos locais onde se pode provar (e comprar em garrafa) é o Amor Lusitano, um misto de restaurante, wine bar, cafetaria, garrafeira e loja de produtos regionais, de abertura recente. «Tentámos harmonizar tudo isto num só espaço e acho que resultou. Quisemos criar algo regional, mas abrangente», explica o proprietário, Luís Sousa Bibi. «O objetivo é proporcionar algo de bom, uma boa expe-riência, mostrando amor pelo que é nosso», reforça. O ambiente é contemporâneo e a carta, de refeições leves, propícia para o verão. Em Tomar não faltam restaurantes, como o Bela Vista – o nome diz tudo –, o Beira Rio ou o famosíssimo Chico Elias, já na saída para Cem Soldos.
5. Comer e beber Para petiscar e beber uma boa ginjinha, uma opção é a Taverna D’Talha. O nome vem de uma grande talha do século xv (de duas existentes) que está num poço no chão do bar. No prato, há chouriço assado, farinheira, caracóis, moelas. «Mas o que sirvo mais é a ginjinha com castanhas doces», conta Carlos Pinto, dono do bar. «Mas também servimos murros nos cornos.» Sim, isso mesmo: murro nos cornos. Mas o que é? Sorridente, Carlos responde: «É uma mistura de aguardente e outras coisas que não vou revelar.» Assim já se sabe: se em Tomar alguém oferecer um murro nos cornos, pode não ser caso para apanhar um susto. Outro novo ponto de encontro da cidade é o Café dos Artistas, um espaço de dois pisos e decoração moderna, com grande atividade cultural e concertos – por vezes na varanda, para dar música a quem está na movimentada Praça da República, que se enche de jovens nas noites de fim de semana. Este café é o local perfeito para terminar a noite, a par do clássico Café Paraíso, do Casablanca Bar ou da Taverna Antiqua, até porque Tomar já não tem discotecas.
6. Ficar Além do Hotel dos Templários e da Estalagem de Santa Iria, há outras opções. Uma delas é o Hostel 2300 Thomar, que fica na principal rua de comércio. Tem quatro anos de vida e nove quartos, cada um com um tema bem português – fado, sardinha, táxi, elétrico, galo e outros. Tem amplos espaços e, como é habitual nos hostels, tem uma sala comum propícia ao convívio, bem como uma varanda para apanhar sol.
6. Ficar A Thomar Story Guesthouse abriu há três anos. Os seus doze quartos – oito duplos, quatro triplos – têm nomes relacionados com a cidade e a decoração é contemporânea e com gosto.
7. Passear Há várias formas de conhecer a cidade, sendo que a mais prática é mesmo ir a pé. O centro histórico é plano e propício a caminhadas. Ir ao castelo e ao convento já exige uma subida, que pode ser mais dolorosa, sobretudo se estiver calor. Mas há outras formas de descobrir Tomar. De tuk-tuk, por exemplo. Se em Lisboa já são quase uma praga, aqui são uma bênção, até porque a simpatia dos condutores/guias merece o passeio, que pode ir de 15 minutos a duas horas e meia. Sublinhe-se que menos de uma hora é um «crime», dada a quantidade de histórias e estórias que os guias nos contam. Há também um comboio turístico, que faz um percurso pelo centro e vai ao castelo e convento. E nas águas do Nabão pode andar-se de barco e gaivota aos fins de semana.
8. Festa dos Tabuleiros A Festa dos Tabuleiros realiza-se a cada quatro anos, em julho. A próxima será em 2019. A sua origem remonta ao culto do Espírito Santo, instituído no século XIV pela rainha Santa Isabel, mas as suas origens são mais remotas e remetem para antigas festas das colheitas pagãs. As ruas do centro histórico, vedadas ao trânsito, são ornamentadas com flores de papel trabalhadas durante vários meses por parte da população. No sábado anterior ao do grande cortejo, de manhã, chegam das freguesias, nos cortejos parciais, seis centenas de tabuleiros que no dia seguinte irão desfilar. No domingo, o Cortejo dos Tabuleiros é um caudal imenso de cor e música. Centenas de pares fazem o cortejo: elas de vestido branco, com uma fita colorida a cruzar o peito, levando na cabeça o seu tabuleiro; eles de camisa branca e mangas arregaçadas, calças pretas e barrete no ombro com gravata da cor da fita da rapariga. O tabuleiro deve ter a altura da rapariga que o carrega e é ornamentado com flores de papel, verdura e espigas de trigo. É constituído por trinta pães de formato especial, de 400 gramas cada, enfiados em cinco ou seis canas. Estas saem de um cesto de vime envolvido em pano bordado e são rematadas, no topo, por uma coroa encimada pela Cruz de Cristo ou por uma pomba do Espírito Santo. O ponto alto de todo o cortejo acontece na Praça da República, quando se dá a bênção dos tabuleiros pelo bispo de Santarém. Ao terceiro toque do sino da Igreja de São João, os cerca de seiscentos tabuleiros são levantados de uma só vez.
9. Lenda de Santa Iria Na antiga Nabância (no sítio onde hoje está Tomar) nasceu Iria, em 635, e cedo descobriu a sua vocação religiosa, tendo entrado ainda muito nova para um mosteiro. Na época, a zona era governada por Castinaldo, que tinha um filho chamado Britaldo. Quando o rapaz viu Iria ficou perdidamente apaixonado, mas esta pediu-lhe que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus. Britaldo concordou sob a condição de que ela não pertencesse a mais nenhum homem. Passado algum tempo, Britaldo ouviu rumores infundados de que Iria tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Mas esse outro homem era o monge diretor espiritual de Iria e também estava apaixonado por ela. Ela recusou qualquer aproximação e este, maldoso, deu-lhe a beber uma poção que fez a barriga crescer, parecendo que Iria estava grávida. Furioso, Britaldo, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão, apunhalou-a e atirou-a à água, do local onde hoje está o Convento de Santa Iria. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo. Foi encontrado junto da cidade de Scalabis (atual Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e, a partir de então, a cidade terá passado a chamar-se de Santa Iria, mais tarde Santarém.

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Apesar de habitada pelo menos desde o tempo dos romanos, Tomar, tal como a conhecemos hoje, nasceu a 1 de março de 1160, sendo das poucas cidades europeias que tem data específica de fundação. E isso não é mero pormenor, porque toda a localidade foi construída de acordo com um plano templário, seguido pela Ordem de Cristo, que faz da antiga vila um local místico.

Foi o primeiro lugar a ter um verdadeiro plano diretor, seguido até ao século XVIII. A intencionalidade da distribuição espacial das edificações notáveis da cidade permite, aliás, obter, ligando os vários pontos dessas edificações, 52 triângulos isósceles, o mesmo número de semanas de um ano. Tomar é assim uma terra de mistérios e lendas, como a de que o Santo Graal está ali escondido. E também de sensações, como a que vivenciou Umberto Eco no Convento de Cristo quando o visitou para escrever o livro O Pêndulo de Foucault. Conta-se na cidade que o escritor/filósofo sentiu uma energia demasiado forte no convento e que teve de sair para não desmaiar. Mas o passeio que aqui sugerimos, apesar de realçar também este lado místico, como é bem notório na visita à Igreja de Santa Maria do Olival, vai sublinhar o que há de bem terreno em Tomar.

Restaurantes, cafés, alojamento, museus, parques e monumentos. É que apesar de relativamente pequena, a cidade tem muito para ver e apreciar com tempo. Há vários pontos de interesse em redor, mas concentremo-nos apenas na cidade, desta vez.

 

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