Roteiro pelas noites quentes e charmosas da Ericeira

Durante os anos 80, 90, a noite era feita em discotecas, já se sabe, e o Ouriço estava no topo da lista. Das terras vizinhas, de Lisboa, notívago que era noctívago vinha cá parar, sobretudo no verão. A forma de viver a noite mudou, a pequena vila piscatória do Oeste também mudou muito, a verdade é que a noite da Ericeira continua a ser uma referência. É cada vez mais uma referência. Se antes o turismo era sazonal, a aposta no surf fez com que haja vida durante quase todo o ano. Lojas, cafés, restaurantes, esplanadas e bares cosmopolitas – não há como fugir do chavão – a oferta é surpreendente. Se bem que o mês de Agosto continua a ser especial. Os surfistas, os locais, os imigrantes, o DJ e o cantor pimba, todos na mesma onda.

COMEÇAR PELO ESTÔMAGO. Noite que é noite começa à mesa. O Adega Bar 1987 continua a ser uma excelente opção para dar o tiro de partida. E diz-se continua porque, com altos e baixos, com diferentes ambientes, já aqui está há mais de 30 anos. Desde 1987. Uns ovos com farinheira, um chouriço ou morcela asssada, umas gambas, mas também música ao vivo e DJ’S. Há quem já não queira sair daqui. O bem mais recente Mar das Latas, mais contemporâneo, é outra boa opção. Tapas e vinho e esplanada com vista para o mar.

OURIÇO. “Olha, o Ouriço ainda está aberto”, diz alguém na casa dos quarenta anos, voz de espanto, percebendo que a mítica discoteca continua de portas abertas. Continua. Abrem às onze e fechem às seis as manhã. Par quem já não tiver idade (paciência talvez seja mais correto) tem mesmo em frente a esplanada do Ouriço, uma série de meses ao ar livre, ideal para um gin ou um cocktail. Também vista direta para o mar. E para o porto de pesca.

FESTA RIJA. Atualmente quase todos os caminhos vão dar ao número 5 da Travessa da Esperança e ao número 9 da Rua da Misericórdia, rumo ao Tubo Ericeira Bar e ao Tubo Tiki Bar, bem no centro da vila. São dois bares irmãos, um em frente do outro. Os balcões são em forma de carrinha “Pão de forma”, com barmans ao volante. “Parece o Bairro Alto, em Lisboa”, diz Sylvia, turista holandesa, surfista. É a Ericeira. A vida e a conversa faz-se na rua, mas lá dentro também se dança.

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