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Regresso à tradição com vinhos naturais na taberna Folias de Baco, no Porto

Tiago Sampaio, autor dos vinhos Uivo e ciador da Taberna Folias de Baco. (Fotografia de Pedro Correia/GI)

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Foi em 1999 que Tiago Sampaio começou a fazer as primeiras experiências vínicas, estava ainda a estudar engenharia agrícola na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. “A minha família produzia vinho antigamente, mas deixou na década de 60, quando apareceram as cooperativas”, conta o enólogo, que convenceu o pai a retomar a produção, sendo as primeiras experiências destinadas ao consumo entre amigos e família.

Em 2007, depois de passar uma temporada lá fora, regressou com a ideia de criar uma empresa e uma marca de vinhos, Folias de Baco e Olho no Pé, respetivamente. No arranque, o estilo dos vinhos que fazia era muito diferente do que faz atualmente. “Primeiro, estava a tentar fazer vinhos mais concentrados, com mais álcool e mais tanino. Fui-me apercebendo que, claramente, não era a estratégia mais adequada para o terroir que temos em Alijó”, conta.

O paradigma mudou em 2011, quando deixou de utilizar leveduras selecionadas. Hoje, só utiliza as nativas, “que vêm com as uvas”. Na adega, que partilha com outros pequenos produtores, isso é agora uma regra: “Não pode haver leveduras selecionadas”. Começaram a nascer, assim, vinhos diferentes, e o projeto deu um salto para fora de portas. Com a exportação, mudou também o nome, para Uivo.

A taberna Folias de Baco, que abriu portas em dezembro de 2013 no centro do Porto, perto dos Clérigos, começou por funcionar como wine bar, montra dos seus vinhos. “Em Alijó, estamos longe das rotas turísticas. Por isso, queríamos mostrar ali os nossos produtos do Douro, como queijos e enchidos”, lembra.

Hoje, é uma taberna para se degustar vários menus com produtos locais e sazonais, acompanhados pelo vinho da casa, o Uivo, nas suas já muitas referências. “Temos o Renegado, um palhete, que recupera a tradição que existia no Douro de fazer vinho com vinhas velhas misturadas, brancas e tintas. Antes, eu era um bocado contra isso, só depois percebi o encanto”, diz Tiago Sampaio.

Há também um branco de curtimenta, o Uivo Curtido, com as uvas brancas da casta que existe em maior quantidade na região, Moscatel Galego. “Fazemos maceração de quatro meses em cubas de cimento”, explica. Um tinto de vinhas velhas, um Tinta Francisca ou a gama de “cronológicos” – vinhos com mais tempo em estágio – são outras sugestões. O enólogo está a recuperar a tradição duriense de estagiar vinhos em barricas de castanho. “Não havia muito carvalho naquela zona, por isso usava-se o castanheiro. É mais neutro em termos aromáticos e eu não gosto de marcar muito os vinhos com madeira.”

Menus

Os produtos durienses estão em destaque na carta. Queijos, enchidos, saladas, sandes, nada falta para acompanhar os vinhos. Há também diversas propostas vegetarianas.

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Morada
Rua dos Caldeireiros 136, Porto (Baixa)
Telefone
223 205 226
Horário
Das 18h às 24h. Encerra à terça e quarta (cozinha encerra às 22h30)
Custo
() Preço médio: 20 euros


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245