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Os melhores restaurantes de 2017 segundo Fernando Melo

Percorrer a fotogaleria para conhecer os restaurantes visitados pelo cítico Fernando Melo que recolheram as pontuações mais elevadas. (Fotografia: DR)
1. Fortaleza do Guincho, Cascais Cabeça forte, olhar seguro e determinação, Miguel Rocha Vieira assumiu a cozinha do Fortaleza em agosto de 2015. O que me tem sido dado ver e provar em relação ao desempenho do que é o primeiro chef português da casa é que instalou os padrões do gosto português e escancarou as portas à simplicidade. Detentor de um arsenal técnico notável, os pratos de muitos passos que concebeu, juntamente com as evocações marítimas que tão bem conhece, são viagem de puro prazer. (…) Circula no cardápio a nossa melhor cascaria e a nossa sopa do mar é de antologia, de fina e perfumada que é, com extrações brilhantes de sabor. Sítio: 4,5 Serviço: 5 Comida: 5 (Fotografia: Miguel Rocha Vieira)
2. Pesca, Lisboa Diogo Noronha, nome associado a projetos lisboetas que acompanhámos com entusiasmo como Casa de Pasto e Rio Maravilha, decidiu abordar o assunto marítimo na vertente mais luxuosa possível. Produto exclusivamente português, diversidade, equipa de elevado nível técnico e qualidade sem contemporizações. Chamou-lhe Pesca e não tem de acrescentar praticamente mais nada. (…) Dos oito pratos principais provei cinco e em todos encontrei personalidade e inteligência. Escolho o que mais me impressionou, pargo legítimo braseado, puré de topinambo, laranja, espinafres selvagens, sésamo e emulsão de alho negro. (…) Grande casa, grande chef e grande experiência. O melhor peixe do mundo já tem casa. Sítio: 4,5 Serviço: 5 Comida: 5 (Fotografia: Leonardo Negrão/Global Imagens)
3. Panorama, Lisboa Outrora o hotel Aviz, animado pelo gigante mestre João Ribeiro, deixou ali semente culinária de excelência. Neste Panorama de alma renovada (...), está bem, muito bem, o chef Miguel Paulino, alentejano de Castro Verde, cheio de força, talento e juventude, 30 anos acabados de fazer. Das vezes que nesta sala fiz uma refeição, nunca a sensação de plenitude me veio como nas mais recentes, em que me sentei à mercê do novo chef. (…) Trabalha-se à carta mas os menus A Sul (5 pratos, 55 euros) e A Norte (7 pratos, 75 euros) são irrecusáveis e verdadeiros retiros epicuristas. Ao mesmo tempo, traduzem a sã inquietude do jovem cozinheiro. Sítio: 4,5 Serviço: 4,5 Comida: 5 (Fotografia: Gonçalo Villaverde/Global Imagens)
4. Vistas, Vila Real de Santo António Albano Lourenço é um dos raros cozinheiros que sabem manejar a enxada e trabalhar a horta como querem, sem abdicar da sofisticação e da fantasia culinárias. (…) É evidente, no glorioso menu que explorei, que estamos junto ao mar. (…) Brilhante o atum braseado com molho de peixe e xerém de tomate, teria sido o prato da noite se não tivesse a coroa assentado ainda melhor no genial gaspacho de morango com ostra de Cacela Velha. Emoção em estado sólido, irrepreensível, Albano Lourenço a puxar dos seus galões como que a dizer de ostras percebo eu, e muito mais. A sua humildade é enorme, mas gigante o seu talento. Sítio: 4,5 Serviço: 4,5 Comida: 5 (Fotografia: Jorge Simão)
5. The Mix, Cascais No The Mix perde-se a noção espacial, fica-se imerso na dinâmica imparável do oceano e é impossível, apesar das preferências pessoais de cada um, não o eleger como o mais marítimo local para peixe e cascaria. Nada entre cada mesa e o mar. A cozinha está a cargo de Ricardo Deus. Algarvio de Portimão, nasceu e cresceu no meio onde hoje se move. (…) Com o mar aos pés e intimidade invulgar com os produtos, o chef Ricardo Deus renunciou à chamada cozinha de autor, criando, em vez disso, menus semanais de cozinha criativa. Na verdade, cozinha de mercado, a mais difícil de praticar a nível elevado, que é o que o The Mix proporciona. Sítio: 5 Serviço: 4 Comida: 5 (Fotografia: Fernando Marques)
6. JNcQuoi, Lisboa O chef António Bóia é gigante na coordenação e é genial na criação. Tanto, que tudo o que lemos na ementa do JNcQUOI tem sabor e cheiro já, tal a transparência com que faz tudo. O ambiente da sala do piso de entrada, onde labora o restaurante, é em tudo semelhante a uma brasserie de cozinha à vista. (…) Bóia faz como nós pensamos. Peixe sempre vibrante no sabor, carne suculenta e a apetecer mais e mais. Fator «valha-me deus» no máximo para o arroz de lavagante e garoupa e nas guloseimas finais, a grande tarte de limão merengada Ladurée, e o inacreditável cheesecake com alperce, do mago Joaquim Sousa. Gente feliz, conversa animada e solta, tudo fluído mesmo para quem tem pouco tempo. Para jurar que se volta. Há muito que Lisboa merecia uma casa assim. Sítio: 4,5 Serviço: 5 Comida: 4,5 (Fotografia: Gonçalo Villaverde/Global Imagens)
7. Kanazawa, Lisboa O restaurante em si é um balcão com lotação máxima de oito pessoas. (…) As peças em cru são mostradas no início e depois vão sendo processadas uma a uma, seguindo caminhos e técnicas diferentes. Carabineiro, salmonete, toro de atum, sardinha, ostra, robalo com fígado de tamboril, vieira, lírio com ovas de ouriço são um dos desfiles possíveis. Chegamos ao fim com Paulo Morais a perguntar o que queremos repetir, com o mesmo sorriso com que deu as boas-vindas. Honras de samurai e a nobreza de alma que reconhecemos no grande chef. Não é lugar para frequentar diariamente, mas quando se volta sente-se o prazer de ser tudo inteiramente novo. E inteiramente simples. Sítio: 4,5 Serviço: 4,5 Comida: 5 (Fotografia: Fernando Marques)
8. Líder, Porto A corrida é consigo próprio, Manuel Moura é homem de causas e desafios e exímio a arregimentar soldados para os seus combates. (…) E o sentido de serviço deixa-o muitas vezes apartado da família, para se dedicar a momentos mais intensos no restaurante. Os empregados são espelho da mesma atitude, mesmo com casa cheia é como em casa. E muitos dos clientes moram muito perto e fazem ali as suas refeições em família. O Líder é, no entanto, uma das principais mesas do poder do país, não nos enganemos. Do pequeno poder ao dos chefes de Estado, passando pelo futebol, altos quadros e finança, passa por aquela sala muito do nosso futuro. Sítio: 4 Serviço: 4,5 Comida: 5 (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
9. Mesa de Lemos, Viseu Joga primeiro o jogo da proximidade geográfica, ao concentrar-se em produtos específicos de diferentes regiões. A maçã, as leguminosas e o cabrito, por exemplo, estão logo ali. Mas o «logo ali» do chef Diogo Rocha é o país inteiro, porque ele aparece em toda a parte, ao lado dos nossos maiores a cozinhar, a conhecer e a tornar um pouco seus os produtos com que depara. (…) As bases da sua cozinha são cândidas e estão presentes em todos os seus pratos, desde a simples caldeirada aos pratos de tacho, com o tempo necessário. (…) É fundamental visitar a Mesa de Lemos, sentados à mesa e a conversar com um dos maiores talentos culinários do momento. Sítio: 4,5 Serviço: 4 Comida: 5 (Fotografia: Fernando Marques)
10. Magna Carta, Alcobaça Na latitude de Pataias, a água do mar ou está fria ou está gelada mas os areais limpos e longos são inspiradores. Logo ali, andam robalos fantásticos a desafiar-nos, existem percebes de antologia e a mesa é festiva com o que do mar sai em cada dia. Luís Bento e sua mulher, Marina, passavam férias por aqui e perante uma boa oportunidade decidiram assumir um dos restaurantes da cordilheira em frente ao mar. Peixe e marisco para cumprir a fantasia dos passantes oferecendo bom produto, mas muito mais do que isso. O vinho é importante e a carne também vem à mesa ali. No fundo, um lado B do que uma praia costuma oferecer, porto de abrigo que nos protege do temporal dos programas fixos. Sítio: 4,5 Serviço: 4,5 Comida: 4,5 (Fotografia: DR)

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