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Os melhores pratos que provámos de norte a sul em 2016

Migas com carne de porco preto, da Casa de Pasto Tamuje Fica numa das principais ruas de Mértola e, apesar de parecer um café normal quando se entra, há atrás uma sala de restaurante. A simpatia do senhor Manuel é contagiante. Por muita variedade que haja no menu, não há que enganar: é de pedir migas com carne de porco preto. Dizer que algo é indescritível em jornalismo não é aconselhável, mas estas migas parecem de outro mundo. Crocantes em cima, textura suave e sabor delicado no interior. Mais não se pode dizer, só provando. Casa de Pasto Tamuje Rua Dr. Serrão Martins, 34/36, Mértola Texto de Tiago Guilherme - Fotografia de Nuno Pinto Fernandes/GI
Romeu e Julieta, da Bella Brigaderia Feito com leite condensado, goiabada e queijo parmesão, este brigadeiro leva outros dois ingredientes que Isabelle Cordova, a proprietária, faz questão de manter em segredo. No Brasil, é uma combinação clássica e que está presente nas cartas de sobremesas dos restaurantes de uma ponta à outra do país. Por cá, a versão brigadeiro da tradicional sobremesa – que costuma ser de marmelada com queijo Serra da Estrela ou requeijão com doce de abóbora – começa por confundir o palato, que depois lhe fica rendido. Este Romeu e Julieta faz hoje parte da lista dos brigadeiros mais vendidos na pequena casa à beira-mar plantada. Bella Brigaderia Praceta Helena Vieira da Silva, 223, Leça da Palmeira (Matosinhos) Texto de Ana Isabel Pereira - Fotografia de Artur Machado/GI
Taralhão com trompetas da morte e caldo de caril verde, no Vista Mesmo sentado à mesa de um restaurante, um homem pode viver uma bela aventura. Em outubro, num festival de alta gastronomia chamado Mar Adentro (que promove os produtos mais improváveis que o mar português tem para oferecer), apareceu este taralhão. É um misto entre vieira e percebe, cresce durante centenas de anos na ria de Alvor. Quando João Oliveira, anfitrião do evento, lhe acrescentou trompetas da morte e um caldo de caril verde, um garfada tornou-se toda uma viagem. Se ao menos os inspetores do Guia Michelin pudessem provar isto. Restaurante Vista Bela Vista Hotel & Spa, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha (Portimão) Texto de Ricardo J. Rodrigues - Fotografia de Paulo Barata
Ostra, ananás dos Açores, fígado de ganso e malva rosa, no Ocean É um dos mais sérios candidatos à terceira estrela Michelin em Portugal e isso vê-se desde o primeiro ato. Um dos pratos que mais nos marcou em 2016 é, em bom rigor, um snack – mas perdura na memória. Servido num prato transparente redondo, combina ostra da ria Formosa, ananás dos Açores, fígado de ganso, pérolas de manteiga malva-rosa e molho beurre blanc (manteiga, creme de leite e vinho branco). Já na mesa, é derramada uma essência morna de água de ostras. O caramelo do foie gras e do ananás, que mantém o toque mais acidulado em conjugação com a ostra, ganha, na boca, uma consistência mais aveludada com a manteiga de malva e o molho cremoso. É um golpe de mestre. Ocean Vila Vita Parc, Rua Anneliese Pohl, Alporchinhos (Lagoa) Texto de João Miguel Simões - Fotografia de Jorge Smião
Bacalhau de meia cura confitado, grão de bico, grelos salteados da Esplanada da Fortaleza do Guincho Pode um prato do dia-a-dia ser memorável? Claro que sim. Em particular quando cada ingrediente é tratado com precisão de relojoeiro e não há a mínima intenção de inventar – apenas fazer que todas as peças funcionem e façam funcionar o conjunto. Não vale a pena intelectualizar demasiado, vamos aos factos. A posta de bacalhau apresenta uma polpa tenra e lasca como deve. O grão acompanha-a em duas preparações: cozido, consistência perfeita, descamisado, e num puré de textura aveludada. Por último, os grelos, estaladiços, cheios de sabor. Tudo neste prato é rigor, técnica, atenção aos tempos de confeção. É no que dá quando temos uma cozinha de nível estrela Michelin a preparar pratos «corriqueiros». Fortaleza do Guincho, Estrada do Guincho (Cascais) Texto de João Mestre - Fotografia de Fernando Marques
Folhado de queijo de São Jorge do Taberna Bay O mal (ou o bem) do folhado com queijo de São Jorge do Taberna Bay é que cabe entre dois dedos e se pode comer de uma assentada. A massa folhada dourada, pintalgada de sementes de papoila, dá-lhe um aspeto de enganadora simplicidade – e da leveza de sabor que, abençoadamente, não tem. Chega-nos à mesa morno e, lá dentro, está queijo da ilha de São Jorge, de sabor intenso e rico. É todo este festival de queijo forte, massa folhada crocante e tenra, com essa delicada graça das sementes, que acontece na boca. E depois, é irresistível ir buscar mais um, ou dois. Avenida do Mar (à Rua de Belém), São Roque (Ponta Delgada) Texto de Dora Mota - Fotografia de Pedro Granadeiro/GI
Cocktail Warsaw Mule, no Terraplana Vodca polaca Zubrowka, cerveja de gengibre Old Jamaican e Angostura Amarga são os ingredientes principais desta bebida refrescante e exótica, servida com limas frescas e gelo moído numa caneca de cobre - uma adaptação do clássico Moscow mule. Terraplana Café&Cocktail Bar Avenida Rodrigues de Freitas, 287 (Bonfim), Porto Texto de Tiago Rodrigues Alves - Fotografia DR

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Cocktails, sobremesas ou pratos de substância. Alta cozinha, receitas clássicas ou comidas do dia-a-dia. Não há regras definidas à partida, apenas experiências que perduraram, em «final de boca», se quisermos, por meses a fio. Estes foram os sabores que marcaram o ano de uma equipa que ganha a vida a evadir-se Portugal adentro.