Publicidade Continue a leitura a seguir

Crítica de vinhos: o triunvirato de luxo da Blandy’s

Percorra a fotogaleria para conhecer os vinhos Colheita Verdelho 2000, Bual 1957 e Sercial 1968 da Blandy's.
Blandy’s Verdelho Colheita Madeira 2000 (0,5 L) | Madeira Wine Company Complexidade e sofisticação, quase a sugerir vinho com mais idade, tudo muito afinado na boca, que é eminentemente cítrica e uma prova particularmente longa. O nariz sugere mel de acácia e raspa de laranja, o que acrescenta à impressão de conforto que o vinho proporciona. Avaliação: 17/20 Preço: 66 euros
Blandy’s Sercial Vintage Madeira 1968 | Madeira Wine Company Nariz muito especiado, com sugestões de noz moscada e pimenta branca, na boca mostra toques de caril, juntamente com impressões salinas de pistáchio e nozes, final muito longo e rico em fruta cristalizada. Belo vinho. Avaliação: 18/20 Preço: 328 euros
Blandy’s Bual Vintage Madeira 1957 | Madeira Wine Company Apresenta notas clássicas da casta, banana seca, iodo pungente e toques de toranja confitada. Entrada muito equilibrada na boca, para depois abrir múltiplas nuances de fruta, flores e folha de eucalipto. É um vinho eterno, digno de figurar no topo dos vinhos da Madeira. Avalialção: 18,5/20 Preço: 396 euros

Publicidade Continue a leitura a seguir

O vinho da Madeira está ao rubro, com as atenções do mundo enófilo inteiro voltadas para o produto que mesmo em Portugal nunca foi popular. Existe em receituário tradicional inglês e francês, especialmente molhos e terrinas, herança dos tempos idos da venda a granel. A partir do momento em que o engarrafamento entrou na ordem do dia a procura por colheitas e castas especiais intensificou-se, um pouco à semelhança do que aconteceu com o vinho do Porto.

A Blandy’s vai já na sétima geração, com Christopher Blandy à frente dos destinos da casa que é a última de cariz familiar a operar no vinho da Madeira. Conta com Francisco Albuquerque na direcção técnica e enológica e juntos têm operado o que se pode chamar revolução tranquila, modernizando a componente industrial e consolidando marcas mais afinadas para o consumidor. O vinho Madeira é fortificado com álcool vínico que é introduzido quando a fermentação alcoólica dos mostos está a decorrer e é isso que faz com que a bebida resultante tenha álcool e açúcar significativos.

A acidez é outro factor notável dos Madeira, fazendo com que evolua muito lentamente e por muito tempo. O lançamento dos três novos vinhos distingue as castas nobres verdelho, sercial e bual, a que haveria que juntar a Malvasia e a Terrantez para completar o leque. O que a empresa tem feito com a Tinta Negra é notável e já a elevou a um grande patamar de qualidade, a preços acessíveis. Aí estão para já três vinhos coleccionáveis e eternos. Boas provas!

 

Leia também:

Crítica de vinhos: a casta que liga Portugal e Espanha
Crítica de Fernando Melo: restaurante Mesón Andaluz
Crítica de vinhos: a maturidade da Quinta de S. José no Douro