De Gaia a Foz Côa, uma roadtrip ao longo do Douro

Em 2015, a Avis recrutou um físico quântico, um designer de pistas de Fórmula 1 e um designer de montanhas russas, criou uma fórmula matemática e não teve dúvidas em apontar o troço entre o Peso da Régua e o Pinhão como o mais completo do mundo para conduzir. E a força do Douro nem sequer entrou nas contas.

Com ou sem estudo, estes 27 quilómetros sempre foram os mais conhecidos da N-222, a verdade é que vale a pena redescobrir a totalidade desta estrada une o país do litoral ao interior, de Vila Nova de Gaia a Vila Nova de Foz Côa. Junta nada mais na menos do que três destinos Património da Humanidade: o centro histórico do Porto, o Alto Douro Vinhateiro e as Gravuras Rupestres do Côa. 223,6 quilómetros nem sempre fáceis, devido ao relevo, com passagem por terras como Avintes, Castelo de Paiva, Cinfães, Resende, Lamego, Armamar, Tabuaço ou São João da Pesqueira, mas quase sempre com o rio e as vinhas à espreita. Sobretudo nos 100 quilómetros finais, no coração do Alto Douro Vinhateiro. “Um excesso da natureza” como Miguel Torga descreveu no seu diário, inspirado pela vista do miradouro de S. Leonardo de Galafura. Há mais de uma centena de miradouros pelo caminho.

Escusado será dizer que quem vem para aqui vai comer bem e beber ainda melhor. Da broa de Avintes ao Vinho do Porto, da comida tradicional à cozinha de autor – a Toca da Raposa, em Ervedosa, mais local e familiar e DOC, do chef Rui Paula, em Armamar são referências obrigatórias – o mais difícil é mesmo escolher. Tal como na hora de visitar as adegas.

A Quinta do Foz Torto ou a Quinta do Bonfim, ambas no Pinhão são excelentes opções. Na hora de dormir, o Vila Galé Douro. Não tem a história das quintas da região, mas tem preços mais em conta, bons serviços e spa. E vista para o rio, é claro.