Publicidade Continue a leitura a seguir

Ovar: 8 quilómetros de passadiços à volta de uma lagoa

Percorra a fotogaleria para ver mais imagens dos passadiços da barrinha de Esmoriz. (Fotografias de André Campos Gouveia/GI)
Os passadiços têm várias saídas (ou entradas). Para as praias de Paramos e de Esmoriz a poente, para a estação de comboios de Esmoriz a nascente, para o aeródromo de Paramos a norte, e fazem ainda a ligação aos passadiços de Espinho, também a norte.
A entrada sul fica junto à ponte da Avenida Raimundo Rodrigues, ao lado do campo de futebol de Esmoriz e do parque de estacionamento onde se realizam as feiras e mercados da cidade.
Esta zona chegou a ser uma importante área de lazer, com a dinamização de passeios de barco, por exemplo.
O percurso tem três pontes de madeira. A maior, sobre a barrinha, foi colocada precisamente no lugar onde há décadas havia uma passagem semelhante.
A barrinha/lagoa tem um pé no concelho de Ovar e outro no de Espinho. As duas câmaras, em conjunto com outras entidades, querem criar uma reserva ambiental local nessa área.
A barrinha de Esmoriz/lagoa de Paramos faz parte da Rede Natura 2000 e há 14 anos foi classificada como área crítica de recuperação ambiental.
Ao longo do percurso pelas estruturas de madeira, ouvem-se sons da natureza, observam-se pássaros no ar e patos na água.
Os passadiços circundam e dão acesso a vários areais, entre eles o de Paramos e de Esmoriz.

Publicidade Continue a leitura a seguir

As cores sobressaem com intensidade e é quase impossível não reter onde quer que seja, nas máquinas fotográficas ou de filmar, nos telemóveis, mas sobretudo na memória. É o azul que vem à tona na barrinha de Esmoriz ou lagoa de Paramos, a maior zona lagunar do Norte do país com quase 400 hectares. É o branco das dunas de areia ao fundo, que escondem o mar, e que ganha mais brilho em dias de sol. É o verde dos canaviais que crescem sem restrições e com água aos pés. É o castanho da madeira dos passadiços que rodeiam uma barrinha que estava moribunda e poluída e que agora ressuscita com mais ar nos pulmões e mais visibilidade.

Não são só cores, também há sons. O do vento que abana os juncos. O dos patos, dos pássaros, das avionetas do aeródromo de Paramos que, de vez em quando, sobrevoam o céu. O som do mar das praias de Esmoriz e de Paramos nos acessos mais a poente. A barrinha é o coração destes passadiços que têm vista para quintais, para cabras a pastar, para um barco velho que perdeu uso. Este percurso capta a atenção de gente que corre, pedala de bicicleta, caminha sem pressas ou vai à praia por caminhos que agora são acessíveis. Por cima da lagoa, há uma ponte de madeira que liga Centro e Norte do país, de onde o olhar consegue reunir praticamente todo o cenário deste percurso circular que, a norte, permite continuar pelos passadiços de Paramos em direção a Espinho e daí até Gaia. Em cima dessa ponte, com mais de 40 metros de comprimento, a paisagem é densa.

Ali perto está o observatório de aves com bancos de madeira e aberturas para a barrinha que é morada de flora e fauna dignas de registo. A garça-real, a fuinha dos juncos, o rouxinol bravo, o lagostim vermelho, o estorninho malhado, o pisco-de-peito-ruivo, a lampreia-de-riacho, são algumas espécies que ali habitam. Alguns sons que entram nos ouvidos certamente vêm dessa bicharada. Perto da ponte, há um pequeno cais flutuante que aproxima os pés da barrinha que durante anos foi fustigada com focos poluentes de várias proveniências até entrar num processo de despoluição para voltar à vida e respirar decentemente. A natureza agradece. As pessoas também.

Leia também:

4 sítios em Espinho onde se pode petiscar a ver o mar Rio Paiva vai ter uma ponte transparente a 150 metros de altura Em Aveiro há novos petiscos à espanhola para provar em família