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Em Silves, bebe-se vinho à beira do rio Arade e prova-se a frescura do mar à mesa

(Fotografia de Gerardo Santos/GI)

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De pé ao leme e sem tirar os olhos do horizonte, o mestre Luís Lourenço dirige com suavidade a embarcação da ALVOR BOAT TRIPS pela esteira do rio Arade, forrada com canaviais. Formado pela junção dos rios Odelouca e Silves, que descem pela Serra do Caldeirão, o rio que desagua em Portimão é o mais importante curso de água do barlavento algarvio e agrega um grande valor ambiental, com extensas zonas de sapal. Esse habitat é onde várias espécies de aves se alimentam e refugiam.

Luís veio de uma família desde sempre ligada ao mar, conta, elevando a voz sobre o ruído do vento. “O meu pai esteve na pesca do bacalhau, ajudou a instalar a primeira plataforma de extração de gás natural no mar do Norte e foi pescador. Nos anos 80, fui trabalhar em cruzeiros em todo o mundo e quando vim comprei um barquinho para fazer passeios em Alvor”. Já lá vão 26 anos e quatro embarcações, uma delas “o primeiro barco movido a energia solar em Portugal”, com 12 metros.

A operar durante todo o ano quer no rio Arade, quer na costa, quando solicitado, Luís leva grupos de Portimão até ao enoturismo ARVAD, num percurso com pouco mais de uma hora. À chegada ao pequeno cais em madeira, os visitantes têm já à espera um buggy que os leva até à adega, cuja arquitetura de linhas simples atribui o protagonismo aos 15 hectares de vinhas. Já o nome do projeto significa “refúgio” em fenício, povo que se fixou nos bancos de areia do rio, usando-o para trocas comerciais.

Segundo as investigações arqueológicas na zona, terá sido a partir daí, há mais de dois mil anos, que o vinho foi introduzido no Algarve. Inspirado nesse facto histórico, a Arvad apostou também nas ânforas de barro, onde estagia o Negra Mole, a casta tinta mais identitária da região. O processo é acompanhado pelo enólogo Bernardo Cabral, associado a projetos de renome como o Vicentino e a Picowines (Açores). A gama da Arvad inclui seis vinhos e deverá ganhar um espumante, além de outros.

(Fotografia de Gerardo Santos/GI)

(Fotografia de Gerardo Santos/GI)

“São vinhos de baixa intervenção”, explica Ricardo Brito, da área de enoturismo. “Os tintos têm vinhas a norte com grande amplitude térmica e os brancos, com vinhas a oeste, ganham salinidade graças aos ventos marítimos”. Durante a prova orientada é difícil não tirar os olhos da paisagem, fantasiando sobre os povos que nela criaram raízes. Os romanos, que também deixaram marcas, levaram a população a cunhar como sua a ponte de cinco arcos de volta perfeita sobre o rio, mas que de facto é do século XV.

Vizinho da estrutura, quando Aníbal Rodrigues abriu o seu restaurante, chamou-lhe PONTE ROMANA, já lá vão 40 anos. A localização é um trunfo, pois não há quem não repare no edifício pintado de bordeaux logo à entrada da cidade, com o castelo atrás. Hoje é o filho, Bruno, que faz as honras da casa de cozinha portuguesa com pratos algarvios. Há, por exemplo, carapaus alimados com batata cozida, amêijoa à Bulhão Pato, tiborna de cogumelos e cataplana de peixe e marisco entre as opções.

O peixe compram-no no mercado municipal de Portimão, enquanto o javali chega da serra tão próxima. A garrafeira, essa, equivale quase a uma adega e tem rótulos de norte a sul, mas Bruno faz questão de dar a conhecer a produção local, como o Barranco Longo. Num edifício contíguo, a família gere um alojamento com quartos virados para o centro histórico em colina. Cimeiro, o castelo é sem dúvida o principal ponto de atração turístico e que vale sempre a pena descobrir, entre becos e vielas.


Marisqueira Rui
O mar à mesa

Por estar longe do mar, a MARISQUEIRA RUI pode bem ser comparada a um oásis de frescura atlântica em pleno barrocal algarvio. Fundada há 46 anos por Rui Guerreiro e liderada pelo filho, Sérgio, começou por dedicar-se aos petiscos e aos poucos foi introduzindo o marisco na ementa. Tornou-se um fenómeno de popularidade – o arroz de marisco foi elogiado num artigo da CNN em 2016 – e atualmente atrai 95% de clientes de fora da cidade, a esmagadora maioria nacionais. O cardápio é variado e inclui conquilhas, amêijoas, canilhas, búzios, camarão de diversos calibres e espécies, percebes, lingueirão, sapateira, santola, lavagante, lagosta e bruxas. A maior parte dos frutos do mar é cozida ou grelhada. Da cozinha para as mesas dentro ou na esplanada também saem pratos de tacho como o arroz de marisco. Em alternativa, sugerem-se vários pratos do dia.

(Fotografia de Gerardo Santos/GI)


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Morada
Zona Ribeirinha de Alvor (Alvor), Portimão
Telefone
966807621/962091551
Custo
(€€) Cruzeiro de um dia no rio Arade: 50 euros/adulto; 25 euros/crianças dos 4 aos 11 anos.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245
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Morada
Sociedade Agropecuária Rio Arade, Estômbar (Lagoa), Algarve
Telefone
968494049
Custo
(€€) Preço: entre 20 e 50 euros/pessoa.
Horário
Visitas à adega e provas de vinho todos os dias, das 10h às 18h.

Website

GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245
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Morada
Horta da Cruz - Ladeira de S. Pedro (Silves), Algarve
Telefone
965441476
Custo
(€€) Preço médio: 17,50 euros.
Horário
De terça a domingo, das 12h ás 15h e das 19h às 22h. Encerra domingo à noite e segunda.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245
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Morada
Rua Comendador Vilarinho, 27, Silves
Telefone
282442682
Custo
(€€) 25 euros
Horário
Das 12h00 às 23h00. Encerra à terça.


GPS
Latitude : 37.1879423
Longitude : -8.440026799999941
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