Coimbra: arquitetura e arte no silêncio do Seminário Maior

Há mais para ver, em Coimbra, além do percurso turístico habitual, entre a Portagem e o Largo de D. Dinis, na Universidade. Prova disso é o Seminário Maior, um edifício com mais de 250 anos de história e grande riqueza artística e patrimonial, aberto ao público nem há quatro anos. As visitas guiadas abrangem espaços emblemáticos desta casa religiosa que se ergue, imponente, junto ao Jardim Botânico. É o caso da Capela de S. Miguel, da Sala dos Azulejos, dos Aposentos Episcopais, da Biblioteca Velha ou da escada em caracol. Os visitantes têm ainda acesso a um baloiço sobranceiro ao Mondego, instalado lá fora, numa pequena área de lazer.

Este “oásis de silêncio na cidade”, como já lhe chamou o padre Nuno Santos, reitor do Seminário Maior de Coimbra, foi mandado construir pelo bispo conde D. Miguel da Anunciação, que investiu parte da sua fortuna pessoal nas obras. O projeto é da autoria do arquiteto italiano Giovani Tamossi. A primeira pedra foi lançada em 1748 e, uma década depois, recebeu os primeiros alunos. Neste momento, o edifício, antecedido por um jardim, está a ser requalificado, mas a visita continua a abranger praticamente todos os espaços, incluindo a Capela de Nossa Senhora da Anunciação, acessível desde há poucos meses. Só a Igreja da Sagrada Família, em processo de restauro, se encontra interdita. E quem comprar bilhete agora pode visitá-la mais tarde, sem custos.

Três pontos de paragem

#1 Capela de S. Miguel

A Capela de S. Miguel guarda relíquias de oito dos doze apóstolos, sendo que outras desapareceram ou foram alvo de vandalismo aquando das invasões francesas, explica o reitor do Seminário Maior, Nuno Santos; e também de outros mártires e santos.

#2 Biblioteca Velha

É a única biblioteca dos colégios de Coimbra que se mantém desde sempre no mesmo lugar. Reúne cerca de 9000 obras, de teologia e outras áreas do saber, do século XVI ao século XVIII (a mais antiga de 1506), que nem para serem limpas e restauradas saem dali. Recentemente, ganhou o seu primeiro diretor, José Augusto Bernardes, ex-diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

#3 Museu Nunes Pereira

O museu dedicado ao Monsenhor Nunes Pereira fica na oficina onde o artista que também foi padre na diocese de Coimbra trabalhou nos últimos anos de vida. Reúne mais de 15 mil peças e pode ser visitado gratuitamente, por marcação prévia.

Refeições e retiros

No Seminário Maior de Coimbra, os visitantes podem fazer uma refeição, uma experiência de retiro ou de silêncio. Basta marcar com antecedência.