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11 vinhos para acompanhar comida de fumeiro

Percorra a fotogaleria para conhecer 11 vinhos bons para harmonizar com carnes de fumeiro. (Fotografia de Rui Manuel Ferreira/GI)
Três Bagos Grande Escolha Estágio Prolongado Douro tinto 2008 (14%) | Lavradores de Feitoria Evolução boa em garrafa, o vinho está livre agora de um certo monolitismo que tinha na altura e abre nuances de sabor e aromas que lhe confirmam o estatuto de grande vinho. Bom para um presunto ibérico de bolota com mais de 5 anos de cura. Classificação: 19/20 Preço: 55 euros
Duas Quintas Douro tinto 2016 (13,5%) | Adriano Ramos Pinto Óptima relação preço/qualidade, é tinto para acompanhar sem problemas paio do lombo alentejano ou paiola de Barrancos, a cura pouco salgada e gorduras impregnadas de fumo garantem a ponte eficaz e prazeirosa. Classificação: 17/20 Preço: 12 euros
Dom Vicente Syrah Reserva Dão tinto 2017 (14%) | Artemis O pequeno estágio em madeira por que passou e a selva aromática que apresenta, revelando um perfil novo de Syrah em território português, configura este vinho para a empreitada da chourila cozida em vinho tinto, uma das mais inefáveis transformações culinárias do bom fumeiro. Classificação: 17,5/20 Preço: 15 euros
Herdade do Rocim Clay Aged Alentejo branco 2017 (13%) | Rocim Vinho notável, produzido a partir das castas Verdelho, Viosinho e Alvarinho. Pisa a pé com engaces, estagiou 9 meses em talhas de barro de 140 litros, apresenta grande vocação para a mesa, vai reagir bem uma papada de porco fumada cozida ao vapor e dar conta de uma alheira de caça frita. Classificação: 18,5/20 Preço: 35 euros
Pacheca Vale de Abraão Colheita Seleccionada Douro tinto 2015 (14%) | Quinta da Pacheca O fumeiro de qualidade precisa de vinhos de fôlego e arte, para poder brilhar. Touriga Franca bem presente e Touriga Nacional a completá-la, pede peças de fumeiro intensas no sabor, dadas e transformadas sem muita intervenção culinária. Excelente com morcela de arroz grelhada na brasa. Classificação: 18/20 Preço: 59 euros
Quinta dos Carvalhais Reserva Dão branco 2015 (13,5%) | Sogrape Vinho de perfil mineral, notas suaves de madeira, produzido a partir dos encepamentos tradicionais do Dão. Distingue-se pelo exotismo e frescura que apresenta, configurando-o para o presunto fumado e para ensacados especiados, caso do butelo ao vapor. Classificação: 17,5/20 Preço: 16 euros
Terra a Terra Reserva Douro tinto 2014 (13%) | Quanta Terra Fruta vermelha confitada, copioso nas notas de compota e gengibre, é um vinho petisqueiro por vocação. Linguiça frita e presunto de Chaves são boa companhia e à altura do corpo considerável, elegante que tem. Classificação: 16,5/20 Preço: 12 euros
Quinta do Couquinho Touriga Nacional Reserva Douro tinto 2016 (14,5%) | Quinta do Couquinho Cem por cento Touriga Nacional, pisa a pé e fermentação em lagar. Estágio 12 meses barricas de carvalho francês novas. Pode bem ser o melhor Touriga Nacional que a casa produziu até hoje. Acompanha com facilidade todo o repertório salsicheiro transmontano. Classificação: 18/20 Preço: 19 euros
Alta Pontuação Touriga Nacional Douro tinto 2017 (13,5%) | Alta Pontuação Vinho de bom talante enológico, mostra-se capaz de enfrentar presunto fumado não muito curado, assim como pratos de presunto cozido, assunto genuinamente transmontano evocativo de castanhas cozidas e frutos secos. Classificação: 17,5/20 Preço: 12 euros
Kopke Reserva Douro branco 2017 (13,5%) | Sogevinus Viosinho, Arinto e Folgazão. Fermentação e estágio 6 meses barricas de carvalho francês. Acompanha bem torresmos, entremeada fumada e brilha com morcela de sangue assada, mesmo quando é forte em especiarias. É vinho para ter sempre na garrafeira. Classificação: 17/20 Preço: 14 euros

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A actividade microbiológica é determinante para a chamada cura das carnes, esse reduto meio milagroso que o tempo e a tradição transformam de perecível em conserva. O mais evidente e valorizado é o presunto, perna ou mão – paleta – e tudo começa com a salga abundante. De seguida, já a caminho da transformação em ouro, dá-se-lhe a cura pelo fumo, provocando a um tempo a evaporação da água retida pelas fibras da carne e a impregnação do fumo nas gorduras entremeadas da peça.

Tudo se aproveita, desde os torresmos e banha logo no primeiro dia, até à faceira, rojões da tripa e vísceras que ensacadas se punem pelo mesmo fumo, instalando um cheiro nos lares da província que uma vez inalado nos entra no código genético para não mais nos abandonar.

Com o sangue faz-se morcelas, com os fígados cacholeiras, com pão alheiras, e com farinha farinheiras, o unto – fressuras e gorduras frescas – é o elemento de ligação entre todas as peças. Mais tarde, cada microrregião irá pugnar pelo melhor cozido à portuguesa. A festa irá durar o ano inteiro, até que novo ciclo se inicie. Momento propício para pensar um pouco sobre os bons vinhos nacionais, numa perspetiva diferente.

 

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