Logo à entrada vê-se a velha máquina de costura Oliva a que Daniel Mendes decidiu dar descanso. Foi com ela que tudo começou, mas agora o criador da marca 1/1 usa uma máquina de costura alemã, de 1985, como ele, para fazer os seus cadernos artesanais, quase todos de edição limitada e numerada, disponíveis em vários formatos, com diferentes padrões e ilustrações. Há os florais, os multicoloridos, os dedicados a escritores portugueses, os inspirados em plantas e azulejos, e mais.
Daniel encerrou a Alma Lusitana, loja de produtos portugueses e oficina que tinha com a namorada, junto ao Portugal dos Pequenitos, em Santa Clara, para se dedicar mais à 1/1 (assim designada porque é só ele e a máquina). Hoje, continua a produzir os seus cadernos na margem esquerda do Mondego, mas num ateliê só seu, que também é showroom, aberto, desde outubro passado, a quem queira fazer compras ou, simplesmente, vê-lo trabalhar.
No início, algumas pessoas estranhavam encontrar um rapaz novo debruçado sobre uma máquina de costura e perguntavam-lhe se era alfaiate, lembra ele agora, no espaço animado por linhas coloridas e cadernos, uns em fase de produção, outros prontos a seguir viagem. Na sua maioria, são criações suas (é designer de comunicação), e alguns têm ilustrações de outros artistas.
As personalizações são outra possibilidade. Daniel Mendes tanto recebe encomendas de museus internacionais como de empresas e particulares. Estes últimos pedem-lhe, por exemplo, lembranças e convites de casamento em forma de caderno. Aconteceu com um casal cuja história começou com um exemplar da 1/1 e, ao que sabe, continua a ser escrita.
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