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Os melhores pratos que provámos em restaurantes em 2017

Saiba quais são os pratos que a equipa da «Evasões» mais gostou de provar no ano que agora chega ao fim. (Fotografia: Jorge Amaral/GI)
1. Da Islândia O Bacalhau, Restaurante Mesa de Lemos (Viseu) João Miguel Simões Diogo Rocha dedicou o principal menu de degustação desta temporada a Celso Lemos, o fundador da Quinta de Lemos. Nem sempre gostam da mesma coisa, mas coincidem em pelo menos um produto: o bacalhau. Diogo criou por isso um prato – pode ser pedido à la carte por 25 euros – que leva bacalhau da Islândia (curado e distribuído pela Lugrade, uma empresa familiar de Coimbra), diferentes tipos de couves (inclusive a portuguesa), azeite e alho. Uma releitura muito acertada do nosso bacalhau cozido com couves. (Fotografia: DR)
2. Alcatra de peixe, Restaurante Boca Negra (Terceira) João Ferreira Oliveira Nem tudo aquilo que nos marca tem que ser necessariamente novo. Contemporâneo. A alcatra de peixe do restaurante Boca Negra (na ilha Terceira) está ali há anos e anos e não deixa de ser a melhor da ilha. Do arquipélago? Do país? Do mundo? Exagero, porventura, mas por momentos é o que assalta à cabeça. Com três variedades de peixe (boca negra, garoupa e safio), chega à mesa mergulhada em molho (a borbulhar) e a clamar por pão. É o único acompanhamento, aliás. Quem precisa de batatas ou arroz? (Fotografia: Fernando Marques)
3. Couve-flor frita, Restaurante Bola Rafael (Boavista, Porto) Ana Luísa Santos A receita é simples: pedaços de couve-flor são passados por farinha, ovo, pão ralado caseiro e algumas especiarias antes de saltarem para o óleo quente. Depois da fritura são servidos mornos numa pequena travessa com limão e salsa. O resultado são pequenas porções de couve-flor bem condimentadas, que depois de serem levadas à boca revelam um interior tenro e macio que contrasta com o crocante dourado a envolvê-las. O prato, trazido pelos israelitas Shlomo e Nativ, pai e filho, para o restaurante kosher Bola Falafel, pode ser pedido como entrada, acompanhamento, ou simplesmente como um petisco a meio da tarde. (Fotografia: Artur Machado/GI)
4. Ramen, Restaurante Ajitama (Arroios, Lisboa) Marlene Rendeiro A barriga de porco fica a noite toda a cozinhar e é João Ferreira que põe alarmes no telemóvel para voltar a ligar a placa elétrica, que vai desligando a cada par de horas, em modo de segurança. É que João tem outro trabalho, tal como tem António Carvalhão, e é entre a noite de cada sexta e sábado que os dois amigos dedicam o seu tempo ao primeiro supper club de ramen em Lisboa. Na sala do Ajitama juntam-se desconhecidos em redor da mesa, apenas pelo gosto de comer a especialidade asiática, até porque não há outro prato. A preparação é exaustiva, os noodles cozidos ao segundo, o ovo marinado em soja cortado com fio de pesca para a gema ficar perfeita e todo o caldo é executado ao pormenor para criar dois ramen diferentes. A vontade é voltar logo na semana seguinte, mas o regresso pode demorar: na lista de espera estão, neste momento, mais de 900 pessoas. (Fotografia: Jorge Amaral/GI)
5. Gelado de regueifa, Restaurante Delícias do Martim (Valongo) Dora Mota Numa terra cheia de variedades de pão, onde a regueifa é consagrada e as receitas de sopas secas são tesouros de família, e ainda com uma tradição de biscoitos que se calcula remontar ao tempo dos Descobrimentos, falta ainda a Valongo concretizar em bons projetos gastronómicos todo este saber tradicional. Todavia, o lançamento de um gelado à base de regueifa, singela receita da nova geladaria Delícias do Martim, já foi uma muito boa notícia. Está lá a densidade cremosa da regueifa, com uma doçura muito subtil, que poderá ainda crescer para um mais alto nível de iguaria. A casa, projeto de um casal jovem, também tem um gelado de biscoito. (Fotografia: Igor Martins/GI)
6. Sabor a férias em Porto Covo, Conceito Food Store (Cascais) João Mestre Daniel Estriga apresentou-o como um prato de memórias. E nas coisas da cozinha, nem sempre se consegue envolver o público nas memórias do chef. Porém, nesta revisitação do passado, parte de um menu de mar que Estriga apresentou no hotel Martinhal de Sagres, tudo encaixou: massada de raia e lingueirão, espuma de ouriço-do-mar, salicórnia, emulsão de pimento, lombo de sargo, folha crocante de arroz polvilhado com algas. Demasiados componentes para uma simples recordação de infância, talvez, mas o resultado fez suspirar por férias de mar. O veredito está neste detalhe: terminado o prato, várias mesas mandaram às urtigas a etiqueta de jantar de degustação e pediram ao chef que deixasse sobre a mesa o tachinho de massa (e, escusado será dizer, voltou à cozinha vazio).
7. Prego de Atum, Restaurante Terraço BA (Bairro Alto, Lisboa) André Rosa Fez parte da carta de verão do Terraço BA, do Bairro Alto Hotel, com assinatura do chef Bruno Rocha, e durou até hoje na memória como aquele prato a que apetece voltar (não fosse o hotel estar, de momento, fechado para obras de ampliação). O atum foi cozinhado segundo uma técnica asiática, envolto numa capa de sésamo, avelã, sementes de coentro e de funcho, e o açoriano bolo lêvedo tostado com manteiga de maracujá. Depois, um toque de chili e abacate. Resultado: uma refeição consistente e saudável, ou «as ilhas dentro do prato», como descreveu o chef.

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Chegamos ao final do ano e perguntamos a uma redação que vive para comer quais foram os sabores que deixaram maior fome de repetir. E pela variedade de respostas constatamos aquilo que já sabíamos: não há fórmulas mágicas ou cozinhas consensuais.

Há lugar para a alta cozinha, para os pratos tradicionais, para a comida do dia-a-dia, para a doçaria. A sofisticação, a complicação técnica, o patamar de preço, nada disso importa mais do que a experiência. Em 2018, queremos mais disto!

Percorra a fotogaleria acima para conhecer os pratos que mais gostámos de provar este ano.

 

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