Publicidade Continue a leitura a seguir

No Morhua, em Mira, o bacalhau cozinha-se de diversas formas

O bacalhau dos enterros é um dos pratos que consta na carta o Morhua. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

Publicidade Continue a leitura a seguir

Tiago Gomes acumulou diferentes experiências profissionais na área da restauração lá fora, a mais recente em São Tomé, até que resolveu voltar a Mira e abrir um espaço na terra natal. Chama-se Morhua, e isso diz logo algo sobre a sua proposta: Gadus morhua é o nome científico do bacalhau-do-Atlântico, consumido em Portugal, é em torno do fiel amigo que gira o restaurante. Tiago gosta de cozinhar e passou muito tempo de volta dos tachos com o chef Hugo Pereira, outro mirense, para pôr na mesa o que apelida de “comida de conforto”. Assim vêm fazendo há uns meses, na Praia de Mira, a única no Mundo que conserva a bandeira azul ininterruptamente desde 1987, quando foi atribuída pela primeira vez.

No Morhua, o bacalhau assume diferentes roupagens, a começar pelos petiscos, servidos numa tábua. Pataniscas, manteiga aromatizada e azeitonas podem ser acompanhadas por feijoada de samos e ovas de bacalhau ensalsadas, por exemplo. Depois, é só escolher entre pratos mais substanciais, como o bacalhau confitado, o risoto de bacalhau ou a açorda de ovas com línguas de bacalhau.

Pataniscas de bacalhau. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

Bacalhau na telha com migas. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

Risoto de bacalhau com telha de queijo. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

A ementa inclui ainda opções que remetem para tradições locais. Numa terra onde se fazia sardinha na telha, surge então o bacalhau na telha, com migas à parte. E o bacalhau dos enterros, ou dos mortos, cujo nome pede enquadramento. O chef explica: “Aqui na zona, quando falecia alguém, os vizinhos faziam o almoço para a família enlutada”. Confecionavam um prato de bacalhau com batatas às rodelas, cebola, azeite e alho, num tacho que, normalmente, era embrulhado num saco de ração do gado e fechado, completa Tiago. “Quanto mais lá ficava, mais apurava.” Essa refeição quente, de aconchego, que tinha a vantagem de manter a temperatura durante algum tempo, é ali recriada.

Cookie de limão, cheesecake de frutos vermelhos e cookie red velvet. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

“Não fugimos aos sabores típicos da cozinha portuguesa”, esclarece Hugo Pereira, acrescentando que o objetivo é aprimorá-los, dando-lhes “um toque mais moderno e uma apresentação digna”. Isso é válido para toda a carta – que integra algumas alternativas ao bacalhau, como polvo à lagareiro, bife à portuguesa ou miminhos de vitela. Nas sobremesas, destaca-se o cookie, que pode saber a red velvet ou a limão, e é servido com gelado. Para beber, há desde sangria e champanhada até vinhos de diversas regiões, com ênfase na Bairrada. As suas caixas contribuem para a decoração da casa, que exibe fotografias a preto e branco da pesca do bacalhau – atividade que levou gente de Mira aos mares do Atlântico Norte.

Partilhar
Partilhar
Morada
Rua Furriel Meliciano António Henriques da Costa, 7, Praia de Mira, Mira
Telefone
912028165
Horário
Das 11h30 às 15h e das 19h às 22h30; sexta e sábado até às 23h). Não encerra.
Custo
() Preço médio: 20 euros


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245