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Crítica de vinhos: cinco vinhos distintos da Cartuxa

Cartuxa Espumante Bruto branco | Fundação Eugénio de Almeida Bolha fina, cordão rápido e persistente, a cor dourada pronunciada. Nariz floral e mineral, toques de mel. A boca regenera depressa e em força, para um final de prova de prazer e complexidade. Preço: 15 euros Classificação: 16 valores
EA regional alentejano rosé 2016 | Fundação Eugénio de Almeida Fruta primária no património do morango e groselha, complementado por impressões minerais. Desempenho invulgar na boca, flexibilidade à mesa. Preço: 4,75 euros Classificação: 15 valores
EA regional alentejano branco 2016 | Fundação Eugénio de Almeida Gosto deste vinho. Entre firme e sai fino, termina muito bem. Fruta de caroço, impressões de nêspera e pele de pêssego, menos tropical do que na edição anterior. Eclético à mesa. Preço: 4,75 euros Classificação: 16 valores
Cartuxa Reserva regional alentejano branco 2016 | Fundação Eugénio de Almeida Edifício estável, este branco desde que entra na boca até que termina vagaroso em bom estilo. Estrutura bem urdida, com uma frescura acentuada que sabe bem e depois se desdobra em sensações ao longo da prova. Preço: 9,50 euros Classificação: 17 valores
Scala Coeli Alicante Bouschet Reserva regional alentejano 2013 | Fundação Eugénio de Almeida Rama de tomate, chocolate preto e azeitona preta, notas que se pronunciam particularmente na prova deste vinho. Delícia no prolongamento da prova, termina longo e complexo. Grande vinho. Preço:47,50 euros Classificação: 18 valores

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A Fundação Eugénio de Almeida inaugurou há pouco mais de um ano a nova Adega da Cartuxa, a um tempo marca de proa e projeto central de grande carisma, junto a Évora. A regra religiosa de São Bruno, religioso alemão do séc. XI, continua a motivar novas vocações pelo mundo fora e Portugal não é exceção. A cartuxa de Santa Maria de Scala Coeli – escada do céu – continua a albergar frades que vivem segundo a que é considerada a mais recolhida das clausuras. São, grosso modo, eremitas que vivem em comunidade, e o trabalho da terra é uma das atribuições importantes, incluindo a vinha e o vinho.

A empresa em si exporta já mais de metade do que produz, e conta com marcas como Pêra-Manca, Scala Coeli e Cartuxa no seu portfólio, pelo que o cariz industrial é dominante e não envolve os religiosos na produção dos seus vinhos. É antes uma forma especial de funcionar, com o enólogo Pedro Baptista aos comandos do grande e sofisticado parque de cubas, lagares e barricas que elencam a unidade de produção.

O gigantismo da produção não impede que a atenção ao pormenor seja grande, mesmo nos vinhos de maior tiragem, caso da marca de entrada de gama EA. O espumante produzido segundo o método champanhês é um dos produtos em franca ascensão de vendas, confirmando a lógica mundial de procura crescente de espumantes. A marca Scala Coeli está a afirmar-se com força semelhante à própria Pêra-Manca, com a vantagem da liberdade criativa que comporta, permitindo definir os melhores lotes e castas em cada colheita. A que apresentamos é cem por cento alicante bouschet, por ter sido para a casa a mais expressiva dentre as que medram nas vinhas da Cartuxa. A linha EA merece atenção especial, por ter atingido um patamar notável de qualidade, face ao preço. E alimenta a alma, imperativo, de resto, deste lugar tão especial.

Diversidade de estilos
Os cinco vinhos que selecionámos não podiam ser mais diferentes entre si. Um espumante branco, um branco e um rosé de entrada de gama, um branco de truz de pergaminhos confirmados e o tinto Scala Coeli que vai direito ao coração. Boas provas!