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Como viajar por Portugal sem sair do Porto

Como viajar por Portugal sem sair do Porto

Evasões

03/10/2017

Percorra a fotogaleria para conhecer todos os locais. (Fotografia de Igor Martins/GI)

Casa dos Açores do Norte Entrar na Casa dos Açores é mergulhar na cultura açoriana. Aqui celebra-se sem exceção a Festa do Divino Espírito Santo, a maior data festiva do arquipélago, mas não fica de fora nenhum outro aspeto representativo do espírito ilhéu. Logo à entrada, o chão em pedra de basalto foi trazido propositadamente dos Açores e não faltam outras referências à terra-mãe, seja em quadros, tapeçaria ou o pátio em calçada portuguesa com as nove ilhas e os símbolos ligados à açorianidade. Uma autêntica embaixada económica e cultural que se dedica à promoção da região mas presta também serviço de acompanhamento dos doentes açorianos tratados em solo continental. Este é também um porto de abrigo para o estudantes que decidiram estudar no Continente. Impressionante é a biblioteca com mais de três mil exemplares de literatura de inspiração açoriana, estando também disponível para consulta toda a imprensa regional. As portas estão abertas a todos que ali queiram entrar e participar nas atividades programadas – canto, pintura, escultura, teatro, fotografia, cinema, literatura. Sempre que há uma inauguração, há também prova de produtos açorianos. O que talvez possa ser surpresa para muitos é que está aqui instalado um posto de turismo dos Açores, onde é disponibilizada toda a informação necessária a quem pretenda visitar o arquipélago. Morada: Rua do Bonfim, 163, Porto Tel.: 224904500 Horário: Das 09h00 às 18h00. Encerra ao fim de semana. (Fotografia de Igor Martins/GI)

Casa da Beira Alta Sócios, respetivos familiares e amigos são bem-vindos à Casa da Beira Alta, cujo restaurante de comida tradicional, servida em mesas bem postas que fazem lembrar a casa da avó (beirã), está agora nas mãos de Fátima Neves, oriunda de Cabanas do Viriato. Há sempre um prato do dia a 6 euros, mas as portas começaram recentemente a abrir-se para lanches fartos com tábuas de queijo e cogumelos e também para jantares, onde podem experimentar-se pratos como bacalhau na broa. Mas nem só de comida vivem os beirões e as beiroas. Aqui há uma biblioteca generalista e um grande espólio de Aquilino Ribeiro, o patrono da casa, que em breve deverá ter um cantinho inteiramente dedicado à sua obra. É principalmente no Salão Nobre que decorrem os diversos eventos culturais da instituição fundada em 1956: aulas de pintura, danças (milonga), concertos, lançamentos de livros, debates, teatro, oficinas de escrita criativa. Todos os meses acontece «Portugal Poético», uma tertúlia de poesia dinamizada por Rui Fonseca. Morada: Rua de Santa Catarina, 147, 1º andar, Porto (Baixa) Tel.: 222052838 Horário: Das 11h00 às 22h00. Encerra ao domingo. (Fotografia de Igor Martins/GI)

Casa Regional dos Transmontanos e Alto-Durienses do Porto Tertúlias culturais, apresentação de livros, noites de fado e também almoços de convívio, assim como a apresentação de certames regionais, passeios e excursões. Fundada em 1984, a Casa Regional dos Transmontanos e Alto-Durienses do Porto faz tudo por tudo para manter vivas as memórias da região, mas o evento de maior sucesso continuam a ser as tardes dançantes que acontecem todos os sábados. Basta entrar para ver dezenas de sócios a bailar ao som da música ao vivo. Morada: Rua de Costa Cabral, 1037, Porto Tel.: 225025273 Horário: Das 11h00 às 18h00. Não encerra.

Casa da Madeira do Norte Embora o objetivo maior continue a ser a agregação e apoio da comunidade madeirense, a Casa da Madeira está aberta a todos, sejam ou não sócios, embora este últimos contem com algumas benesses, como as aulas de milonga gratuitas – as quintas e sábados à noite são também dedicadas a este tipo de dança. Música ao vivo, torneios de matraquilhos, performances poéticas, exposições e sessões de quiz são algumas das propostas da instituição, que funciona mais durante o período noturno. Este é também o sítio certo para provar a poncha, a típica bebida madeirense. Morada: Rua da Torrinha, 55, Porto Tel.: 969404844 Horário: Das 22h00 às 01h00; sexta e sábado, até às 03h00. Encerra de domingo a terça.

Casa de Baião no Porto Na movimentada Rua das Flores nasceu uma espécie de posto de turismo avançado de Baião, sede da Associação de Trabalhadores da Câmara de Baião, onde pode encontrar-se de tudo o que é tradicional do concelho. Para além dos vinhos verdes, dos doces, das compotas, do fumeiro e do artesanato, há vegetais de produtores locais, que a par das tartes de fruta chegam às instalações todas as sexta-feiras. Por aqui paira também a sombra de Eça de Queiroz, expoente máximo da cultura na região – é lá que fica a Casa de Tormes, Casa-Museu de Eça de Queiroz e sede da fundação com o mesmo nome, lugar de inspiração do escritor para o livro A cidade e as serras e que atualmente reúne todo o seu espólio. Ocasionalmente, também se fazem provas e há atuação de grupos musicais da região. Tudo o que está à venda pode ser servido no local, inclusive tábuas de queijos e enchidos (5 a 15 euros). Os funcionários fazem um roteiro total, com alojamento incluído, a todos aqueles que desejem visitar Baião. Morada: Rua das Flores, 53, Porto Tel.: 222031072 Horário: Das 14h00 às 21h00. Não encerra.

Enaltece Sabor É uma mercearia mas não só, já que na Enaltece Sabor os clientes são convidados a sentar-se para petiscar um queijo de ovelha ou fumeiro transmontano acompanhado de um copo de vinho. Nesta casa no cruzamento das ruas do Almada e Ramalho Ortigão, pode encontrar-se uma série de produtos regionais que vão da amêndoa de Valpaços aos doces conventuais e os palmiers, estes últimos vindos diretamente da Confeitaria da Ponte, conhecido espaço de doçaria regional de Amarante, que também tem aqui um embaixador no que aos vinhos verdes diz respeito. Morada: Rua do Almada, 294, Porto Tel.: 913721349 Horário: Das 13h00 às 21h00; quarta a sexta, das 11h00 às 00h00; domingo, das 16h00 às 22h00. Não encerra. (Fotografia de Artur Machado/GI)

Mercadinho dos Açores Seja-se um açoriano de gema ou um mero apreciador dos produtos do arquipélago, é quase certo que aqui se vai encontrar algo para satisfazer a gula. O Mercadinho dos Açores nasceu há pouco mais de dois anos, fruto da vontade de Carlos Gomes que, não sendo ilhéu, foi viver para Ponta Delgada ainda bebé e ali morou até aos 18 anos. Já residente no Porto, percebeu que não havia onde comprar produtos da região e assim se encheram estantes e estantes com os queijos, os enchidos, os vinhos, as pimentas, os doces e o pão tão característicos dos Açores, como o bolo lêvedo ou a massa sovada – os produtos frescos chegam sempre à quinta-feira. Para além dos vinhos brancos, tintos e licorosos, não falta a cerveja, o gin e a Kima, refrigerante de maracujá de produção açoriana. Morada: Rua da Alegria, 250, Porto Tel.: 223285995 Horário: Das 10h00 às 19h00. Encerra ao domingo. (Fotografias de Maria João Gala/GI)

Doces do Freixo – Casa dos Lenteirões Há quase dois séculos que a mesma família do Marco de Canaveses produz doces tão variados como as fatias do Freixo, cavacas, biscoitos, pão-de-ló, bolos de gema e galhofas, que desde o início deste ano estão também disponíveis numa banca do Mercado do Bom Sucesso. A casa de grande tradição histórica, especializada em receitas da doçaria tradicional e conventual, mantém os modos de produção artesanal e grande parte dos produtos utilizados na confeção dos Doces do Freixo são provenientes da região e de produtores marcoenses. Morada: Mercado do Bom Sucesso, Praça do Bom Sucesso, Porto Tel.: 255522180 Horário: Das 10h00 às 23h00; sexta e sábado, até às 00h00. Não encerra. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Ecolã A Ecolã é uma unidade produtiva artesanal certificada. Existe desde 1925 na vila de Manteigas, onde a marca realiza todo o processo da transformação da lã, da tosquia, à sua seleção, à fiação, tecelagem e à produção do produto final. Na Rua Mouzinho da Silveira, no Porto, são vendidas as peças cem por cento de lã de ovelha bordaleira, raça autóctone da serra da Estrela, do burel às malhas, com vestuário para homem e senhora, acessórios, mantas e cobertores. Morada: Rua Mouzinho da Silveira, 270 A, Porto Tel.: 919204440 Horário: Das 11h00 às 19h00. Encerra ao domingo. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Confeitaria Moura Se se vai a Santo Tirso, é imperativo provar (ou comprovar) os jesuítas da Confeitaria Moura. O sucesso da marca centenária é tal que a expansão foi um ato natural, tendo já aberto dois espaços na cidade do Porto – o mais recente instalou-se na Baixa da cidade. Os jesuítas podem ser a estrela da casa mas os limonetes, os éclairs e os pivetes não lhes ficam atrás. Os salgados também não foram esquecidos, com destaque para os folhados de carne, peixe e bacalhau que, a par das saladas e sandes, integram os menus de almoço. Morada: Rua de Rodrigues Sampaio, 115, Porto Tel.: 223163207 Horário: Das 08h00 às 19h30; sábado a partir das 09h00. Encerra ao domingo e feriados. Preço médio: 7 euros

Jeremias Esmagado de batata com legumes, tortilha de espargos, queijo no forno com redução de vinho do porto, mel e azeite, cogumelos com moura e abóbora, e migas de feijão frade são apenas algumas das iguarias que podem provar-se no Jeremias, um espaço de petiscos feitos a partir, maioritariamente, de ingredientes transmontanos. O cliente pode provar e pode levar, já que todos os produtos usados na carta – entre eles, os vinhos Donzel e Fura, pequenas produções da Vinhas da Ciderma – estão à venda no mesmo espaço. A proprietária é de Vila Real, por isso não faltam os típicos covilhetes (empadas de carne), as cristas (doce de ovos e amêndoa) e os pitos (doce de abóbora), produzidos pela famosa Casa Lapão. Morada: Passeio de São Lázaro, 33, Porto Tel.: 225370952 Horário: Das 09h30 às 00h00; domingo, a partir das 14h00. Encerra à segunda. Preço médio: 6 euros (petisco + copo de vinho) (Fotografia de Pedro Correia/GI)

Casa das Cristas – Doçaria Conventual Chama-se Casa das Cristas em homenagem a uma das receitas mais representativas da doçaria vila-realense e os proprietários sabem bem do que falam. Herdeiros dos fundadores da Casa Lapão, conceituada pastelaria tradicional de Trás-os-Montes, expandiram-se para o Porto e com eles trouxeram as tão procuradas cristas de galo (recheadas com doce de ovos e amêndoa). Ainda no âmbito dos doces, não são menos famosos os pitos de Santa Luzia (massa quebrada com doce de abóbora e canela), os pastéis de Santa Clara (massa filo com doce de ovo, amêndoa e canela) ou as tigelinhas de laranja (uma espécie de pastel de nata mas com gema de ovo e laranja). No universo dos salgados, contam-se as tradicionais bolas de carne ou os covilhetes. Além dos produtos regionais, servem-se refeições ligeiras: há a sandes do dia a 2,50 euros e um menu composto de salgado, sopa e bebida por 3,50 euros. Morada: Rua Sacadura Cabral, 25/29, Porto Tel.: 222054027 Horário: Das 07h00 às 19h00. Encerra ao domingo. (Fotografia de Pedro Kirilos/GI)

Sabores & Açores É um restaurante e também é um salão de chá, onde a cozinha açoriana convive com os sabores continentais mas também asiáticos. Para além dos doces regionais e dos licores açorianos, os menus diários fazem confluir as origens e influências dos quatro sócios. Por isso podem encontrar-se as alcatras ou a feijoada de forno à modas ilhas, as tostas de queijo de São Jorge e atum Santa Catarina, mas também pratos como a chicken massala e, claro, receitas do Continente como a açorda de bacalhau. Na loja podem comprar-se doces variados, as conservas, as compotas, vinhos ou licores, entre outros. Morada: Centro Comercial Miguel Bombarda, 285, loja 27, Porto Tel.: 926518718 Horário: Das 12h00 às 20h00. Encerra ao domingo. Preço médio: 8 euros

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Em época de eleições autárquicas, vale a pena olhar para o que de melhor têm para oferecer as várias localidades do país. E porque não é preciso ter cor partidária para saborear um prato típico ou apreciar uma dança tradicional, reunimos vários espaços que funcionam como «embaixadas» de diferentes regiões e municípios do país. São estes casas de concelhos, lojas e até restaurantes que se juntam nestas grandes cidades pelo amor à tradição da terra.

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