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Crítica de vinhos: Douro Superior, Vila Nova de Foz Côa

Percorrer a fotogaleria para ver as avaliações do nosso crítico Fernando Melo.
Quinta da Mieira DOC Douro branco 2011 | João Turégano Classificação: 17,5 de 20 Preço: 11 euros Este vinho é desde a primeira edição um exemplo de equilíbrio e integração. Tem sido, além disso, o que melhor tem evoluído em garrafa, afinando lentamente os componentes entre si. Notável.
Quinta da Leda DOC Douro tinto 2014 | Sogrape Vinhos Classificação: 18,5 de 20 Preço: 33 euros É um clássico e ao mesmo tempo uma das mais belas vinhas de Portugal. A touriga franca e a touriga nacional dançam em simbiose profunda no copo, vale a pena o esforço para o provar.
Quinta Daniel DOC Douro tinto 2013 | H. Abrantes Classificação: 17,5 de 20 Preço: 22 euros Acerto enológico notável, está tudo certo e firme na estrutura deste vinho. É marca a acompanhar, acidez com corte notável a enfrentar os pratos mais complexos. Muito bom.
Terras do Grifo Grande Reserva DOC Douro branco 2015 | Rozès Classificação: 18 de 20 Preço: 30 euros Branco de grande talante, enologia de luxo, adaptação perfeita das castas ao terroir complexo e desafiante onde medram as uvas. É talvez o melhor branco produzido até hoje pela casa.
Palato do Côa Reserva DOC Douro tinto 2012 | 5 Bagos Classificação: 18 de 20 Preço: 15 euros Evolução excelente, a mostrar que o Douro dá vinhos de grande guarda, este com nota forte na frescura, pelo balanço único entre a estrutura e a acidez que tem. Grande vinho, grande compra.
Casa da Palmeira DOC Douro tinto 2013 | Manuel Joaquim Pinto Classificação: 17 em 20 Preço: 6,50 euros Fruta cozida, especiaria e frescura particularmente conseguida fazem deste vinho presença obrigatória na garrafeira de todos os apreciadores da boa mesa. Ótimo preço.
Monte Meão Vinha dos Novos DOC Douro tinto 2013 | Quinta do Vale Meão Classificação 17,5 de 20 Preço: 36 euros A Quinta do Vale Meão é uma espécie de chave para entender o Douro diferente que define a fatia superior do curso do rio. Há três Monte Meão que destacam outros tantos terroirs de transição. Neste é o granito que manda.

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Solos únicos de transição xisto-granito, clima amigo do produtor e sobretudo demonstrador do potencial do grande vale vinhateiro. Premiámos a diferença na edição deste ano do Festival do Vinho do Douro Superior.

Quando tudo começou aqui, nesta terra prometida com bandeira em Foz Côa, o Alto Douro congregava apenas os dois segmentos do rio Douro Baixo Corgo, em torno da Régua, e Cima Corgo, em redor do Pinhão. Subir mais o Douro era entrar no longe e distante, sorridente apenas para os audazes e temerários. Fernando Nicolau de Almeida, criador do mítico Barca Velha, inscreveu na galáxia dos grandes vinhos esse outro território a nascente, ao dar os granitos para lá de foz do Sabor como fundamentais para obter as melhores e mais equilibradas uvas. Dois dias de viagem só para chegar nunca o fizeram deter-se de ir, com o beneplácito de Fernando Van Zeller Guedes, fundador da Sogrape. Hoje, quinze dias apenas são suficientes para ver nascer novas vinhas por esses lugares outrora pouco visitados.

Frescura e mineralidade são notas comuns do Douro Superior, criando tintos de grande elegância e tendencialmente os melhores brancos de todo o Douro. Em mutação constante, há que ir comprando e provando o que se vai fazendo por lá. Tarefa mais simples do que dantes, pela liberdade de inscrição no rótulo da sub-região de proveniência.

Os preços dos melhores vinhos continuam altos e não parece possível que baixem, pela intensidade de trabalho e custos envolvidos; o Douro Superior continua a ficar longe, como nos anos 1950 dos primeiros Barca Velha. Por outro lado, as ótimas relações preço-qualidade que se consegue encontrar democratizam o negócio e permitem que os pesos-pesados fiquem para aqueles dias especiais. Entremos nós também na festa, a mesa e os amigos merecem.

Qualquer seleção é por definição injusta, tudo depende do que se procura e prova. Mas o Douro Superior está a mostrar uma diversidade inédita, com vinhos geralmente equilibrados e universais na aceitação pelos consumidores. Na selecção que propomos, olhámos sobretudo para as diferenças entre eles. Boas provas!