Viagem virtual pela história e o futuro do Mosteiro de Leça do Balio

O historiador Joel Cleto, numa das salas já recuperadas do Mosteiro de Leça. (Fotografia de Pedro Correia/Global Imagens)
Monasterium - No Caminho de Santiago é o nome da plataforma onde a Lionesa dá a conhecer a história do Mosteiro de Leça do Balio.

Enquanto decorrem as obras de reabilitação do Mosteiro de Leça do Balio – previstas para estarem concluídas no próximo verão – o Grupo Lionesa dá a conhecer a história deste espaço em visita virtual no endereço mosteirolecabalio.com.

Desde a Alta Idade Média que este mosteiro pertencente à Ordem dos Cavaleiros Hospitalários (hoje também conhecida como Ordem de Malta) dava apoio aos peregrinos de Santiago, sendo que aqui passa o mais antigo dos caminhos portugueses. O centro empresarial da Lionesa que se instalou ali perto do mosteiro, adquiriu-o em 2016 e convidou Siza Vieira a reabilitá-lo. No terreno que vai do edifício ao centro empresarial, sempre acompanhado pelo rio Leça e o seu corredor verde, vai nascer o Jardim Filosófico, projetado pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal, o mesmo que desenhou o Parque da Cidade do Porto. O projeto inclui ainda a construção de uma escultura de Siza Vieira, com uma estátua que quer homenagear os peregrinos, antigos e contemporâneos, religiosos e laicos.

Nesta plataforma, o historiador Joel Cleto narra os momentos mais importantes por que passou o mosteiro. O edifício degradado e agora em obras encontra-se atrás da igreja, que lhe pertencia, mas que muitas vezes é confundida com o mosteiro. “A igreja fazia parte, mas era no mosteiro que estavam as celas, o claustro, os armazéns e o hospital”, explica Joel Cleto na apresentação do site.

Uma das imagens do site onde se pode ver o projeto, que estará concluído no verão de 2022.

Em 1834, “com o triunfo do regime liberal em Portugal, é publicada a lei da extinção das ordens religiosas”, conta. Todos os mosteiros passaram para as mãos do Estado que, posteriormente, vendeu parte deles a privados. Tal como outros, este entrou em estado de degradação. “Quando os privados compravam, não era por causa do edifício mas sim pelas propriedades rurais que eram a base de sustento dos mosteiros. Foi o que aconteceu aqui”, diz. Os edifícios serviam apenas de armazéns para guardar os instrumentos agrícolas. Em muitos casos, usou-se a pedra para outras construções. Neste, isso também aconteceu, parte do mosteiro foi desmontado, mas não todo.

Antigo claustro em obras. (Pedro Correia/Global Imagens)

“Há partes que foram reconstruídas, já no século XX, com as pedras originais, mas para fazer vacarias e armazéns”, diz. A torre que ainda resta, a mais importante do mosteiro, tem dois andares: em baixo, era a sala do capítulo, onde todas as manhãs os monges se reuniam para lerem um capítulo das regras da Ordem e para o balio, responsável máximo dos mosteiro, definir as tarefas do dia. Por cima eram os aposentos do balio. Estes incluem, desde o século XIV, uma privada (sanita), “coisa raríssima na época”.

Todas estas informações e muitas mais – com vídeos, textos, áudios e 3D – podem ser descobertas no site. No final há um quiz a pensar no público escolar.




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