Enquanto decorrem as obras de reabilitação do Mosteiro de Leça do Balio – previstas para estarem concluídas no próximo verão – o Grupo Lionesa dá a conhecer a história deste espaço em visita virtual no endereço mosteirolecabalio.com.
Desde a Alta Idade Média que este mosteiro pertencente à Ordem dos Cavaleiros Hospitalários (hoje também conhecida como Ordem de Malta) dava apoio aos peregrinos de Santiago, sendo que aqui passa o mais antigo dos caminhos portugueses. O centro empresarial da Lionesa que se instalou ali perto do mosteiro, adquiriu-o em 2016 e convidou Siza Vieira a reabilitá-lo. No terreno que vai do edifício ao centro empresarial, sempre acompanhado pelo rio Leça e o seu corredor verde, vai nascer o Jardim Filosófico, projetado pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal, o mesmo que desenhou o Parque da Cidade do Porto. O projeto inclui ainda a construção de uma escultura de Siza Vieira, com uma estátua que quer homenagear os peregrinos, antigos e contemporâneos, religiosos e laicos.
Nesta plataforma, o historiador Joel Cleto narra os momentos mais importantes por que passou o mosteiro. O edifício degradado e agora em obras encontra-se atrás da igreja, que lhe pertencia, mas que muitas vezes é confundida com o mosteiro. “A igreja fazia parte, mas era no mosteiro que estavam as celas, o claustro, os armazéns e o hospital”, explica Joel Cleto na apresentação do site.
Em 1834, “com o triunfo do regime liberal em Portugal, é publicada a lei da extinção das ordens religiosas”, conta. Todos os mosteiros passaram para as mãos do Estado que, posteriormente, vendeu parte deles a privados. Tal como outros, este entrou em estado de degradação. “Quando os privados compravam, não era por causa do edifício mas sim pelas propriedades rurais que eram a base de sustento dos mosteiros. Foi o que aconteceu aqui”, diz. Os edifícios serviam apenas de armazéns para guardar os instrumentos agrícolas. Em muitos casos, usou-se a pedra para outras construções. Neste, isso também aconteceu, parte do mosteiro foi desmontado, mas não todo.
“Há partes que foram reconstruídas, já no século XX, com as pedras originais, mas para fazer vacarias e armazéns”, diz. A torre que ainda resta, a mais importante do mosteiro, tem dois andares: em baixo, era a sala do capítulo, onde todas as manhãs os monges se reuniam para lerem um capítulo das regras da Ordem e para o balio, responsável máximo dos mosteiro, definir as tarefas do dia. Por cima eram os aposentos do balio. Estes incluem, desde o século XIV, uma privada (sanita), “coisa raríssima na época”.
Todas estas informações e muitas mais – com vídeos, textos, áudios e 3D – podem ser descobertas no site. No final há um quiz a pensar no público escolar.