Sexo e a Cidade – o regresso de uma das melhores séries de sempre

Os rumores andavam por aí há anos e eram apenas o reflexo da vontade dos espectadores. Foram agora confirmados: “Sexo e a cidade” vai mesmo voltar à televisão.

A série que terminou há 17 anos, depois de seis de emissão e outras tantas temporadas exibidas, começa a ser gravada na primavera e traz de volta as aventuras de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) e Charlotte York (Kristin Davis). São apenas três das quatro personagens que fizeram história no pequeno ecrã, uma vez que Kim Cattrall cumpriu o que já tinha adiantado: “Nunca” iria voltar a desempenhar o papel de Samantha Jones.

A imprensa norte-americana avança que esta nova trama – que deixa de ser chamada de “Sexo e a cidade”, adotando o nome de “And just like that” – será composta por apenas dez episódios. Uma dose bem menor do que as anteriores, já que a meia dúzia de épocas daquela icónica série foram compostas por um total de 94 episódios (e podiam ter sido mais, se a quinta temporada não tivesse tido somente 8, por Sarah Jessica Parker estar grávida na vida real). Além disso, desta vez, Nixon e Davis juntam-se a Parker para assumirem, em trio, a produção executiva.

Não se sabe ainda nada do que aí vem, mas o que ficou lá para trás é uma das histórias mais marcantes da televisão. Baseada no “best-seller homónimo de Candace Bushnell – uma compilação das crónicas desta jornalista no “New York Observer” – e criada por Darren Star, acompanhou a vida agitada de quatro nova-iorquinas solteiras e profissionalmente bem-sucedidas, que ocupavam os seus dias na busca de uma relação perfeita. Pelo caminho, divertiam-se pelos clubes de Manhattan e partilhavam comentários ousados e íntimos acerca dos homens, de sexo e sobre moda. “Sexo e a cidade” ajudou a quebrar barreiras ao abordar esses temas de forma descomplexada. A procura do amor ideal era apenas a desculpa para se falar de machismo e de empoderamento feminino (ou a falta dele), levando a série a figurar na lista das melhores de sempre da conceituada revista “Time” em 2007 e pela “TV Guide” em 2013. Além disso, a HBO tornou-se, desde a sua exibição, uma das cadeias norte-americanas de TV com maior projeção a nível internacional.

De lembrar que “Sexo e a cidade” foi, durante três anos consecutivos – 2000, 2001 e 2002 – vencedora do Globo de Ouro para Melhor Série de Comédia. Sarah Jessica Parker recebeu, por quatro vezes, o mesmo prémio na categoria de Melhor Atriz em Série de Comédia. Para isso, muito contribuíram “detalhes” como as famílias das quatro personagens centrais nunca aparecerem – a ideia era não lhes tirar protagonismo – ou mesmo o facto de Kim Cattrall usar sempre saltos altos durante as gravações, mesmo que o plano a mostrasse apenas da cintura para cima. Era uma forma, explicou, de estar a 100 por cento na pele de Samantha.

Mas há muitas mais curiosidades que ajudaram ao sucesso desta história ou que refletem o mesmo, como a saia que Sarah Jessica Parker usa no genérico, que foi comprada numa loja de bairro por apenas cinco euros, e acabou por inspirar o dominicano Oscar de la Renta, que lançou um vestido inspirado nessa peça de roupa. Mais: as quatro mulheres nunca repetiram um visual, à exceção de Carrie, que no último capítulo usa um casaco de pele que foi visto num dos primeiros episódios. Na verdade, o que isto significou foi que a quantidade de estilistas interessados em colaborar no guarda-roupa foi suficiente para vestir as quatro mulheres durante os quase 100 capítulos.

A guerra entre Cattrall e Parker
O anúncio do regresso de “Sexo e a cidade” aos ecrãs está a deixar os fãs em delírio, mas muitos questionam se a ausência de Kim Cattrall terá algo a ver com a zanga que esta teve com Sarah Jessica Parker. Os primeiros indícios surgiram em 2017, quando aquela esteve no talk show de Piers Morgan e revelou que a relação que tinha com as restantes colegas do elenco era tóxica. Afirmou, ainda, que a convivência era apenas “pacífica”.

Um ano depois, a polémica instalou-se quando Catrrall estava de luto pela morte do irmão, Christopher. Na rede social Instagram, Jessica Parker deu as condolências à colega, que respondeu com palavras que fizeram correr muita tinta. “Não precisamos do teu amor ou do teu apoio nesta altura trágica”, começou por dizer. A seguir, atirou a matar: “A minha mãe perguntou-me no outro dia: ‘Quando é que a Sarah Jessica Parker, essa hipócrita, te vai deixar em paz?’ A tua constante tentativa de nos contactar é uma lembrança penosa do quão cruel foste e continuas a ser. Deixa-me deixar isto bem claro (se é que já não o fiz antes): tu não fazes parte da minha família. Tu não és minha amiga. Por isso, escrevo-te para te dizer uma última vez que pares de explorar a nossa tragédia para recuperares a tua imagem de ‘boa rapariga’”, terminou.

Mais tarde, a intérprete de Carrie Bradshaw explicou o que a levou a nunca tecer qualquer comentário sobre as palavras da colega, que considerou “dolorosas”: “Nós tivemos esta experiência que foi fantástica, que nunca se vai repetir. Tivemos uma ligação com a audiência, com a cidade e com a equipa de produção, bem como a oportunidade de contar todas aquelas histórias doidas umas com as outras. Não quero estragar isso. Não imagino mais ninguém a fazer aquele papel [Samantha]”, afirmou.
Agora, sobre a nova série sem a ex-companheira, adianta apenas: “Eu não desgosto dela. A Samantha não faz parte desta história, mas fará sempre parte de nós”.




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