Chiado: abriu uma casa com carnes e cocktails de excelência

O novo Meat Me. Fotografia: DR
No novo Meat Me, cada peça de carne maturada tem uma história para contar. Os vinhos são de apenas nove produtores e os cocktails lembram os anos 1920 e 30. E há mesas com um botão para pedir champanhe.

Passada a cortina de veludo verde, salta à vista a escultura de um boi em malha de arame, pendurada, em contraste com a parede de azulejos. Percebe-se logo, pelo ar clássico e dimensões do Meat Me, que se trata de um projeto ambicioso para o Grupo Sea Me, que detém, entre outros espaços, pelo Soão.

Neste que é o primeiro do grupo dedicado à carne, o contacto com as carnes é feito no balcão do «sommelier» de carnes Bruno Fortuna. É ele que aconselha a escolher a melhor peça consoante o que o cliente deseja. Tomás Silva – discípulo de Aimé Barroyer, mentor de chefs como José Avillez, David Jesus e Pedro Lemos – é o chef que grelha as carnes, todas com mais de 90 dias de maturação, em três grelhas Josper, e fá-lo com mestria e precisão para garantir a qualidade pretendida quando o prato chega à mesa.

Fotografia: DR

O jovem chef conhece, aliás, a origem de todas elas, ou não tivesse ele mesmo ido, por exemplo, a Espanha aprender com José Gordón, produtor da muito conhecida El Capricho, onde os animais são tratados individualmente para dar a melhor carne. A carne da raça japonesa wagyu chega de um produtor chileno e o porco preto vem de Ourique.

Foi aí que chef desafiou o produtor a fazer um tomahawk de porco preto (peça que apanha lombo, presa e secretos), uma vez que este animal tem uma anatomia similar à dos bovinos. O menu está organizado entre boi, porco e aves. Nos principais também há um chuleton de boi da El Capricho e, nas entradas, destacam-se um osso assado recheado com picles de cogumelos, mostarda e vegetais e os croquetes de aba de novilho com maionese de alcaparras.

Para cada um dos pratos o escanção António Roxo sugere um vinho da carta, que conta mais de 170 referências de apenas nove produtores do Minho, Dão, Douro, Bairrada, Lisboa, Península de Setúbal e Alentejo. Sugestões que se estendem ao momento da escolha da sobremesa, precedida por um chupa fresco de limão e merengue para limpar o palato. Uma das que vale a pena provar é a mil folhas de doce de leite com caju salgado e limão.

A experiência, porém, não termina à mesa. No piso de cima estende-se o balcão de carvalho escurecido do bar do Meat Me, onde o head bartender Vasco Martins protagoniza um «espetáculo» de coquetelaria digno de se ver. Estamos na primavera e o Jacarandá, feito com Glenfiddich 18 anos (whisky), Antica Fórmula (vermute), licor de Ambrosia e Italian Amaro caseiro (licor), representa bem o ADN do bar, com uma carta de cocktails clássicos, originais e de partilha baseados nos melhores whiskies, conhaques e licores.

Fotografia: DR

Impecavelmente vestido de colete de alfaiate e camisa, o bartender de 40 anos conta a história de cada bebida e explica também que o gelo – usado para «refrescar e não para diluir a bebida» – é feito na casa, com água da torneira, dentro de uma geleira de praia dos anos 60 através de uma congelação de 24 horas que lhe elimina bolhas de ar e impurezas. Antes de ser colocado no copo, Vasco marca-lhe o logotipo do Meat Me com estanho quente – neste lugar, os segredos estão nos pormenores.

Terraço em breve

Em junho o Meat Me deverá abrir uma esplanada florida, ao estilo sul de França, com carta própria, ostras e champanhe.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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