7 esplanadas perfeitas para receber o frio no Norte

Esplanada do The Bird, na Foz. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
Os dias mais frescos que começam a instalar-se não são motivos para nos fecharmos entre quatro paredes. Descobrimos recantos no centro da cidade, ao pé do mar e junto ao rio, onde o conforto combina com ar livre. São esplanadas acolhedoras para todo o ano.

1 | Ammar
Uma sala de vidro. É assim que Matilde Silva, proprietária do Ammar, descreve a esplanada deste restaurante/cocktelaria, que se abre ao calor no verão e se fecha ao frio no inverno, sempre com o mar como cenário. A ideia foi trazer o ambiente intimista da sala para a esplanada, recorrendo a mobiliário acolhedor e uma lareira a lenha. Estão, assim, reunidas as condições necessárias para petiscar tarde fora, já que a cozinha do restaurante não fecha. Das 15h às 19h, os clientes podem saborear o hambúrguer de novilho em bolo do caco, os ovos rotos com batatas d’ervas, massas frescas e a Ammar Sand’s Club, com peito de frango grelhado, bacon, alface e tomate, queijo, fiambre e maionese. Ao almoço está disponível o menu executivo e ao jantar pede-se à carta ou um de dois menus de degustação, uma novidade em vigor desde setembro, que é a concretização de um desejo com algum tempo do chef Pedro Silva.

O QUE FAZER PERTO
Conhecer o Farol de Leça, a pouco mais de um quarto de hora a pé. Construído em 1927, com 46 metros de altura e 213 degraus em caracol, é o segundo maior farol português, e abre para visitas às quartas das 13h30 às 16h00. Possui um pequeno polo museológico, na antiga central de motores, e a vista alcança a serra de Valongo, a costa de Vila Nova de Gaia e Póvoa de Varzim.

LANCHE IDEAL
Ammar Sand’s Club: 7,50 euros
Cocktail: 8 euros

(Fotografia: Rui Oliveira/Global Imagens)

2 | Noshi Coffee Garden
Das três áreas que perfazem o Noshi Coffee Garden, Paula Fernandes não hesita quanto àquela que os clientes preferem. «O jardim é sempre o local de eleição dos visitantes», diz, acrescentando que esta escolha se mantém todo o ano. Para lá chegar, passa-se pela esplanada, de frente para a igreja do Carmo, e por todo o interior do café, pautado por madeiras claras e azuis-esverdeados. O jardim interior fica ao fundo do espaço e costuma surpreender quem o vê pela primeira vez. O teto automático de vidro, que abre e fecha conforme o estado do tempo, permite a entrada de luz natural e mantém o jardim sempre a uma temperatura agradável. As plantas suspensas e a trepadeira numa das paredes, a par da música e das cores, convidam a «desligar», explica Paula. A isso, ajudam as panquecas de farinha de aveia com manteiga de amendoim e creme de chocolate e um dos cafés de especialidade. Os cafés da Guatemala, Etiópia, Colômbia e Quénia são fixos mas, regularmente, são introduzidas referências de vários países, para se ir dando a conhecer novos tipos de café. Atualmente, o café sugestão vem da comuna africana de Buyenzi, em Burundi. É um café doce, de acidez picante, com notas de cana de açúcar, melão, mel e limão. Um café para beber nas próximas semanas, já que se trata de um microlote, com quantidades muito limitadas.

O QUE FAZER PERTO
Atravessar a rua e conhecer as igrejas geminadas dos Carmelitas Descalços e de Nossa Senhora do Monte do Carmo, um conjunto imponente classificado como monumento nacional desde 2013.

LANCHE IDEAL
Panquecas: 4,80 euros
Café em cafeteira V60 (300ml): 4,90 euros

 

3 | 17.56 Museu & Enoteca da Real Companhia Velha
A esplanada da Enoteca 17•56 é uma varanda sobre o Porto. Neste centro de visitas da Real Companhia Velha, no Cais de Gaia – a completar um ano de vida -, convivem o Museu da Primeira Demarcação, uma loja de vinhos e sala de provas, a loja de flores Bloom e uma área de restauração, no primeiro piso. Ali, os clientes têm a possibilidade de optar pelas especialidade da Steak House by Reitoria, do Raw Bar by Shiko Tasca Japonesa ou pela Peixaria Enoteca 17•56, com o chef Jerónimo Pinto de Abreu à frente da cozinha desde setembro. Da Fromagerie Portuguesa saem as tábuas de queijos para quem visita entre as 15h e as 19h30. Tudo isto pode ser saboreado na sofisticada sala ou na varanda, pontuada por mesas altas e baixas, sofás e uma paisagem-postal do casario e edifício portuenses. Nos dias mais frios, os aquecedores e as mantas entram ao serviço e, para aquecer a alma, há mais de 400 referências de vinho – da Real Companhia Velha, e outras marcas portuguesas, espanholas, francesas e italiano. Brindemos ao outono.

O QUE FAZER PERTO
Fazer um passeio nas alturas, no teleférico de Gaia, ali perto. A viagem demora aproximadamente 5 minutos, a percorrer 600 metros, desde o Cais de Gaia até junto do Jardim do Morro. A Muralha Fernandina, a Sé do Porto e a Ponte da Arrábida são alguns dos pontos de interesse que se observam durante o percurso.

LANCHE IDEAL
Tábua de queijos: desde 12 euros
Copo de vinho: desde 5 euros

(Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)

4 | Miss Pavlova
Se há esplanadas bem escondidas, a da Miss Pavlova, a ocupar um espaço na Almada 13, é uma delas. Até se chegar à pastelaria, atravessa-se toda a loja de roupa, acessórios e decoração, na Rua do Almada, e para se ver a esplanada, há que passar pela porta perto do balcão. Este “percurso” leva a um recanto afastado da confusão, iluminado de forma natural e protegido contra pombas atrevidas, frio e chuva, já que, bem alto, um teto envidraçado garante serões amenos nos meses mais frio. Talvez seja o que leva ao aumento de clientes por esta altura. «O nosso público vem mais no inverno do que no verão. Quando chega o frio, as pessoas recolhem», nota Ana Maio, a proprietária, que ali criou uma espécie de jardim secreto. Apesar da luz natural, a luminosidade não é a ideal para fazer crescer flora, portanto Ana optou por uma pintura de plantas. O mural, onde estão representadas plantas costela-de-adão e fetos, feito por António Cunha, sogro de Ana, ocupa 5 metros de largura, por 2,5 metros de comprimento de uma parede branca, dando à esplanada uma envolvente de jardim, que Ana gosta de chamar «secreto». É neste ambiente sereno e confortável que chegam às mesas as delicadas fatias de pavlova, a joia da coroa. A Floresta Negra, com brownie de frutos silvestres, merengue de chocolate, natas e frutos silvestres, é a mais pedida, mas outras disputam as atenções. Da montra, espreitam também as pavlovas de Oreos, Maltesers, do Bosque. Seja qual for, vão bem com cappuccino quentinho.

O QUE FAZER PERTO
Subir os 225 degraus da Torre dos Clérigos e apreciar a panorâmica sobre a cidade a 75 metros de altura. Aproveitar para conhecer o restante conjunto arquitetónico dos Clérigos, composto pelo museu e a igreja.

LANCHE IDEAL
Fatia de pavlova: 3,50 euros
Cappuccino: 1,80 euros

(Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)

5 | The Bird
A casa de chá The Bird encontra-se na Foz, no rés do chão de uma moradia antiga, relativamente perto do mar, mas não sofre dos males que atingem muitos dos lugares junto à costa. As paredes altas, forradas por trepadeiras, protegem quem se senta no jardim, de ventos e nortadas, e os grandes guarda-sóis resguardam da chuva miudinha que tantas vezes se instala nesta zona. Além disso, há mantas em todas as cadeiras, confortos que justificam a preferência dos visitantes pelo exterior. Outros aconchegos chegam em forma de bolo de chocolate – cremoso no centro e crocante por cima -, scones feitos na hora, biscoitos caseiros e uma carta de 30 chás e infusões, entre eles, os da açoriana Gorreana e três exclusivos da Rota do Chá. O chocolate quente é, segundo as responsáveis, «o melhor do Mundo». Tão bom, que há quem lá vá de propósito, mesmo no verão, para o beber. Ao almoço, serve-se um menu, disponível todos os dias, tal como o brunch. A decoração segue o nome da casa, pontuada por muitos pássaros, alguns dados pelos clientes, e gaiolas douradas no teto da zona interior, uma referência aos tempos em que na China, as pessoas que iam tomar chá levavam as gaiolas dos pássaros.

O QUE FAZER PERTO
Visitar o Jardim do Passeio Alegre, a cerca de um quilómetro, e arriscar numa partida de minigolfe. Aos domingos, no jardim, acontece o mercado da Alegria/Coreto Alegre, com gastronomia e artesanato.

LANCHE IDEAL
Fatia de bolo de chocolate: 3 euros
Chá do dia: 2 euros
Sumo do dia: 2 euros

(Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

6 | Do Norte Café
Todo o ambiente do café Do Norte remete para frio – as paredes, as mesas e os bancos de madeira, os skis, os patins de gelo e as duas salamandras na esplanada coberta. De facto, a intenção do casal russo Maria Kulagina e Alexey Mikhaylov, que já tinha aberto o café Hungry Biker, na zona das Virtudes, era fazer os clientes sentirem-se «como numa aldeia nórdica». Julgando pela fila à porta, sobretudo de manhã, parece que a ideia agradou, principalmente aos muitos turistas que ali chegam para tomar o pequeno-almoço ou o brunch, servido todos os dias, a qualquer hora. A carta apresenta sugestões tão reconfortantes como papas de aveia, em três versões, french toast, o prato All I Need, que combina batata-doce, abacate, ovos mexidos e bacon ou a waffle doce, coroada com fruta e acompanhada de uma bola de gelado e um delicioso caramelo caseiro. Da Rússia, além dos skis, veio a receita da tarte de queijo, servida com caramelo salgado, morangos e banana. Um refúgio acolhedor para dias mais frescos.

O QUE FAZER PERTO
Da Rua de Afonso Martins Alho, conhecida por ser a mais pequena do Porto, espreita um grande gato azul. Trata-se de um mural da autoria do artista galego Liqen, intitulado “Perspéntico”, onde a cidade surge representada por um “gato-cidade”, que compara a cidade ao animal, conhecido pela sua curiosidade, agilidade e astúcia, capaz de descobrir todos os recantos.

LANCHE IDEAL
Waffle doce: 5,70 euros
Iced latte: 2,30 euros

(Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

7 | Pretinho do Japão
Há cerca de três anos, o quintal da mercearia O Pretinho do Japão, nas traseiras da loja, tornou-se um espaço verde, com relva, árvores e aromáticas. É uma esplanada recatada, afastada do barulho, onde sabe bem estar em qualquer altura do ano, na companhia de uma torrada e um chá. Graças às paredes de pedra e à cerca de madeira, quem opta por se sentar no exterior não sente muito vento, e se estiver frio pode-se sempre cobrir as pernas e as costas com as mantas de azul igual ao do logo da casa. Mas quando o tempo não permite grandes serões ao ar livre, os clientes costumam refugiar-se na estrutura de madeira, onde está o bar e a esplanada coberta, e reconfortar o estômago com bolos caseiros, scones, tostas, tábuas – destaca-se a doce, com queijo e marmelada – e quase 50 chás e infusões. Laranja e maracujá, mirtilos silvestres e chá verde com frutos exóticos são as apostas para esta temporada. As conservas, um dos produtos estrela d’O Pretinho do Japão, também constam na carta. Há treze referências mas, a pedido, qualquer uma das mais de 100 opções na loja estão disponíveis, assim como todos os vinhos. À saída, grande parte dos artigos da esplanada pode ser comprada na loja.

O QUE FAZER PERTO
Apreciar o exterior da Capela das Almas, na Rua de Santa Catarina, revestido de azulejos, representando passos da vida de S. Francisco de Assis e de Santa Catarina. A igreja foi construída nos princípios do séc. XVIII, tem 15 947 azulejos que cobrem cerca de 360 metros quadrados de parede – da autoria de Eduardo Leite.

LANCHE IDEAL
Chá: 2 euros
Torrada com compota: 1,90 euros

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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