Comida tradicional e criativa em Carrazeda de Ansiães, Mirandela e Vila Real

Restaurante Calça Curta (Pedro Granadeiro/Global Imagens)
Em Trás-os-Montes, os restaurantes onde se pode comer bem são muitos, Ficam aqui três sugestões.

CALÇA CURTA: COMER A VER O RIO E O COMBOIO

Entre a estação do comboio do Tua e o rio Douro, O Calça Curta é conhecido por servir peixinhos de rio como o barbo ou o boga, frito com molho de escabeche. Mas tem muito mais para oferecer.

Já são tantos os anos que Cristina Silva dedica ao restaurante Calça Curta, em frente à estação de caminho de ferro do Tua, que já nem se lembra de quantos passaram, desde de que os pais abriram a pequena petiscaria que se fez grande. Com 46 anos, Cristina deixou a escola aos 14 para ajudar os pais no negócio, que abriram depois de vários anos a trabalhar na CP. “A minha mãe trabalhava na passagem de nível e o meu pai numa empresa da CP”, conta. Esses postos de trabalho deixaram de existir e os seus pais podiam ser recolocados noutras localidades. Mas não quiseram e a CP cedeu-lhes o espaço onde agora se encontra o restaurante. “Não era nada disto que é hoje, era um pequeno espaço que vendia petisquinhos e cerveja a quem ali passavam no comboio”, conta Cristina, que gere o restaurante com o irmão Marco desde a morte do pai em 2019.

Com o tempo, o restaurante foi crescendo e o passa a palavra – e o comboio – levou cada vez mais gente ao restaurante, que logo ficou conhecido por servir peixinhos do rio como o barbo ou o boga, frito e com molho de escabeche, e enguias, que vêm diariamente de Ovar.

Mas há muito mais comer entre a linha de comboio e o Douro. Há pratos de caça, como javali, veado, coelho do monte ou lebre; aos sábados há cordeiro e ao domingo cabrito, tudo assado no forno. “Tentamos fazer o melhor, tudo com produtos de qualidade como as carnes DOP”, diz.

Depois de ter tido obras de recuperação há cinco anos, que o tornou maior, luminoso e com um aspeto moderno e confortável, com madeiras e grandes janelas para o rio, abriu mais recentemente uma esplanada. Mas a ideia é fazer outra ainda maior, sobranceira ao rio para permitir atender mais clientes ao ar livre. Tendência cada vez maior devido à Covid 19.

CAIS DA VILLA: TRADIÇÃO TRANSMONTANA E MODERNIDADE

Fica num antigo armazém ferroviário da estação de comboios desativada de Vila Real e nos últimos tem revelado o talento do chef Daniel Gomes.

Aqui, a tradição transmontana é o lema, sempre tratada com boa técnica e criatividade. Destaque-se aqui o naco maronês grelhado ou o cabrito transmontano. A utilização dos produtos da época e locais é também prioridade e recentemente, na reabertura pós conficamento, têm também disponível brunch, apenas ao fim de semana das 10h às 12h. Do menu fazem parte focaccia de olivada, queijo fresco, salpicão, tramezzini de salmão e creme-fraiche, queijada de requeijão com pingo de mel da serra do Marão, covilhete, tosta de brioche com ovo estrelado e bacon tostado, crocante de frango e baked beans e panqueca com mousse de coco e brunoise de fruta. Uma proposta mais internacional que não descura a região.

Cais da Villa. (Rui Manuel Ferreira / Global Imagens)

MARIA RITA: HOMENAGEM AO PASSADO

Fica na Quinta do Romeu, famosa pela sua produção de azeite, e é um clássico em Mirandela. O espaço ajuda a contar a história de Clemente Menéres, fundador da Quinta, no século XIX, que ali pernoitou quando chegou vindo do Porto para comprar sobreiros e alargar o seu negócio ligado à cortiça. Com o tempo, a estalagem desapareceu e a família Menéres reabilitou o edifício e abriu o restaurante em 1966.

Às mesas, chegam pratos tradicionais, o bacalhau, as alheiras, feitas na casa, e as sopas secas, uma iguaria regional transmontana. Aqui, misturam-se várias carnes e enchidos cozidos com grão e fatias de pão. Muito do que chega às mesas dos clientes é produção da quinta e das hortas dos trabalhadores da casa.

Maria Rita (Rui Manuel Ferreira / Global Imagens)

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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