Bolhão: a primeira casa da família Ferreira

Teresa, Delfina e Marcos Ferreira, da histórica banca Marcos Ferreira 5ª geração - Teresa das Azeitonas.
A EVASÕES acompanhou a reabertura do Mercado do Bolhão, que aconteceu dia 15 de setembro. Falou com novos inquilinos e com antigos, como a família Ferreira. Tudo começou com duas bacias de azeitona e uma zanga.

Com 83 anos, Delfina fez questão de estar presente no dia de inauguração do mercado. Espaço que foi a sua casa desde os 23 anos, quando começou a trabalhar com a sogra a vender azeitonas, no andar de cima. “Eram só duas bacias”, lembra. Depois de uma zanga com a sogra, conta, foi falar com o fiscal do mercado, o senhor Santos, e este deu-lhe um lugar cá em baixo, também para vender azeitonas. “Eu pedi-lhe um lugar para vender outras coisas, mas ele disse que não, que eu já estava habituadinha na azeitona, por isso ia continuar na azeitona”, lembra.

Continuou e a vida foi-se fazendo sempre no mercado. Teve a filha Teresa, que tomou conta do negócio quando a mãe já não podia. “Ela foi criada aqui. Ela e os dois irmãos. Ela deitadinha numa gamela da azeitona, um amarrado à saia, o outro na barriga… uns trabalhos… ainda assim ainda estive aqui 50 anos”, diz Delfina.

“Aos oito anos já estava no balcão a trabalhar”, acrescenta Teresa à conversa enquanto pesa mais um saquinho de azeitonas – porque o negócio não pode parar – “e vou fazer 60”. Marcos, de 41 anos, é a geração que se segue. “Aprendi a andar e a falar aqui dentro. Com sete aninhos já ia daqui para a minha escola. Éramos muito desenrascados”, conta. “As melhores recordações da minha vida foram passadas neste mercado. Costumo dizer que é a minha primeira casa, não é a segunda”, diz.

Nesta banca, há muito que não se vende só azeitonas e tremoços. Há também azeites, frutos secos, frutas desidratadas, entre outros produtos.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend