A centenária aguardente que voltou a ser gerida por mãos portuguesas

A centenária aguardente que voltou a ser gerida por mãos portuguesas
Esteve a ser gerida por estrangeiros, mas o grupo João Portugal Ramos Vinhos trouxe a centenária aguardente de volta a mãos portuguesas. Hoje, a CR&F mantém a liderança no mercado e é envelhecida como mais nenhuma em Portugal.

Tem três apelidos portugueses no nome, os das famílias fundadoras, Carvalho, Ribeiro e Ferreira, mas a CR&F esteve a ser gerida, nos últimos tempos, por estrangeiros. Há três anos, o legado desta aguardente com quase 125 anos, e que nasceu no Vale do Carregado, voltou para mãos portuguesas. Uma decisão motivada «pela clara vontade de diversificar portfólio e continuar a apostar em produtos portugueses, agora numa marca histórica, que todos conhecem», explica Filipa, diretora de marketing do grupo João Portugal Ramos Vinhos, empresa ligada ao mundo vinícola há mais de duas décadas. «Queremos mostrar lá fora o que Portugal faz melhor no sentido vitivinícola», acrescenta a filha do fundador deste grupo.

A extensão do grupo às aguardentes foi benéfica para ambas as marcas. Hoje, a CR&F representa 20% da faturação do grupo e está presente em 14 países. «Este ano, já comercializámos um número histórico de 100 mil caixas CR&F, cada uma de nove litros», revela Raquel Almeida, diretora de marketing da aguardente, produzida em Estremoz, na sede do grupo, a partir de vinhas de várias zonas do país. A mesma acha que o mercado deste destilado tem crescido, mas ressalva: «Temos que desmistificar as aguardentes em Portugal».

(Fotografia: Orlando Almeida/Gl)

 

A CR&F detém 60% do mercado de aguardentes velhas em Portugal. «Somos líderes de mercado. O que a diferencia é este legado, o reconhecimento e a portugalidade», explica Filipa Portugal Ramos. Mas também o método de envelhecimento. «É a única aguardente autorizada para usar o método Solera, que nos permite uma consistência de qualidade», adianta Raquel. Trata-se de três filas de barricas empilhadas, extraindo-se sempre da inferior, e com preenchimento em sistema de cascata piramidal.

A CR&F conta com três referências, duas vínicas (reserva e reserva extra) e uma bagaceira, esta última uma tradição descontinuada, agora recuperada. Para voltar às origens, o grupo andou a conversar, de norte a sul, com quem tivesse trabalhado com a marca, na altura. «Foi um trabalho de Sherlock Holmes», remata Filipa Portugal Ramos.

Na sede do grupo, em Estremoz, no Alentejo, fazem-se o ano inteiro várias atividades ligadas ao enoturismo, desde provas, piqueniques, almoços e vindimas. Além disso, cada um pode ser enólogo durante um dia e fazer o seu próprio vinho na adega.

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