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Viagem pelo Cávado, da cozinha de autor ao figurado de Barcelos

Do Baloiço de Penide tem-se vista panorâmica sobre o rio Cávado. (Fotografia: Artur Machado/GI)

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# Turismo Restaurante & Lounge

Consistência e bem receber

Está debruçado sobre o rio, junto às ruínas do Paço dos Condes de Barcelos, e da ponte medieval que liga as duas margens. Só por isso já merecia ser um cartão de visita da cidade. E é, mas mais pela cozinha de autor, de base tradicional, do chef Miguel Morgado – que podia ter seguido o sacerdócio, não fosse apaixonar-se pela jaleca -, e pela receção calorosa do anfitrião, Jorginho. A consistência é um dos maiores trunfos deste restaurante instalado no antigo posto de turismo. Aos clássicos que nunca saem da carta, como a perna de polvo no forno com batata migada e o souflé de robalo, o chef vai juntando novas reinvenções, e na sala Refúgio deixa-se guiar pela criatividade em menus de degustação que são sempre uma surpresa.

Turismo Restaurante & Lounge (Fotografia: Artur Machado/GI)

 

# Tasca da Ponte

Casa de petiscos (e não só)

Fernando cresceu entre tachos e panelas – a família tem um restaurante na Maia – e talvez por isso sempre teve o bichinho da restauração. “Já nasci neste mundo”, reconhece. O sonho de ter o seu próprio negócio passava por uma pequena casa de petiscos. E no ano passado concretizou-se, ao abrir a Tasca da Ponte, em Barcelinhos, juntamente com a mulher Sílvia. A primeira sala oferece uma versão moderna de uma tasca tradicional, composta por um balcão e um punhado de mesas, com um presunto ao fundo para fatiar na hora e uma vitrine com salgadinhos. Outros petiscos como o prego, as moelas, o pica pau e as pataniscas saem da cozinha durante todo o dia. Do outro lado da parede em pedra, existe uma sala mais intimista, para apreciar pratos mais robustos, disponíveis à carta ao almoço e jantar ou por encomenda, como é o caso do arroz de pica no chão, o cabrito assado no forno ou o galo recheado.

Tasca da Ponte (Fotografia: Artur Machado/GI)

 

# Olive House

Dias de descanso no campo

As bonitas memórias que Vanessa guarda da infância passada com os avós no campo, incentivaram-na a proporcionar uma experiência semelhante às suas duas filhas, transformando a casa que pertencia a uma tia, na freguesia de Areias de Vilar, num refúgio de campo para a família. “O que nós próprios fazemos às vezes, que é fugir da cidade e vir para aqui, é o que queremos que as pessoas façam também”, diz a proprietária. Tudo ali convida a desacelerar: o jardim cheio de árvores de fruto, a piscina (no verão), a cama de rede na varanda e até a pequena horta da qual os hóspedes podem fazer uso. A vizinha Conceição é quem está encarregue de tratar dos animais – galinhas e cabras – e de receber os hóspedes, que à chegada têm direito a um miminho de boas vindas. A casa é acolhedora, com dois quartos confortáveis, e durante o restauro, Vanessa manteve algumas características originais, como os azulejos da cozinha que, segundo lhe disse a tia, já teria sido ela a escolher em criança.

 

# Artesão Nelson Oliveira

Sangue novo no figurado de Barcelos

Ao contrário da maioria dos artesãos do figurado de Barcelos, descendentes de várias gerações de mestres, Nelson não tem qualquer ligação familiar à arte, e apesar de ser barcelense – natural da freguesia de Airó – confessa que durante muito tempo “não fazia sequer ideia do que era o figurado”. Começou pela pintura de quadros, e a necessidade de diversificar a oferta levou-o a comprar peças decorativas em barro para pintar e vender nas feiras de artesanato em que participava. “Foi aí o meu primeiro contacto com o figurado”, conta. E o início de uma década de trabalho na arte, “pesquisando e aprendendo com outros artesãos”, mas traçando o seu próprio caminho. Hoje, no atelier, em Areias de Vilar – visitável por marcação – dá forma e cor a presépios, figuras de Santo António e um galo muito particular, personificado e vestido à minhoto. “Foi uma das peças que tive mais dificuldade em descolar do tradicional, mas é uma peça única, que mais ninguém tem”, realça o artesão. Independentemente da figura, há características comuns a todas que não deixam dúvidas quanto ao autor: pés descalços (porque não gosta de fazer sapatos), olhos embutidos e bochechas salientes. “Tendo essas três coisas é uma peça minha”, assegura Nelson.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.