São Miguel: Cinco locais a visitar antes de partir

A fábrica da Cerâmica Vieira, em Lagoa, é um dos lugares de visita incontornável, numa ida a São Miguel. (Fotografia: Adelino Meireles/GI)
Para aqueles que conduzem, uma boa forma de explorar a ilha é alugar um carro e partir à descoberta dos muitos pontos de interesse de São Miguel. Há alguns lugares de visita incontornável, que devem entrar no roteiro de qualquer visitante.

# Lagoa de Sete Cidades
É talvez o postal mais conhecido de São Miguel (a par das vacas pretas e brancas a pastar nos campos verdes). O maior reservatório natural de água doce de superfície dos Açores, classificado como paisagem protegida, formou-se na cratera de um vulcão cuja última grande erupção aconteceu em 1445. A caldeira é ocupada por dois grandes lagos atravessados por uma ponte que dá acesso à povoação. São chamados de Lagoa Verde e Lagoa Azul, por terem tonalidades diferentes, sendo que a maior espelha o céu azul, e a mais pequena reflete a vegetação em redor e terá uma maior concentração de algas. A tradição oral açoriana, no entanto, tem outra explicação. Diz a lenda que foi a história de amor proibido entre uma princesa de olhos azuis e um pastor de olhos verdes que deu origem aos dois lagos. Num último encontro, choraram tanto que as suas lágrimas formaram a Lagoa de Sete Cidades.

Lagoa de Sete Cidades (Fotografia: Adelino Meireles/GI)

 

# Lagoa do Fogo
A Lagoa do Fogo, assim como o vulcão que a originou, é a mais jovem da ilha – o último colapso que deu forma à caldeira terá ocorrido há cerca de cinco mil anos -, e tida por muitos como uma das mais belas. Devido à pouca intervenção humana, conserva ainda uma beleza selvagem, com muita da sua flora endémica, como o cedro-do-mato, o louro, a urze ou o sanguinho. A imponente caldeira, a mais alta de São Miguel, com 949 metros, cobre-se de vegetação exuberante que rodeia a lagoa de um azul profundo. Vista de um dos miradouros, a sua monumentalidade transmite paz e pode ser apreciada ainda mais de perto, através de trilhos pedestres que permitem descer a cratera.

Lagoa do Fogo (Fotografia: Adelino Meireles/GI)

 

# Cerâmica Vieira
De passagem por Lagoa, impõe-se uma visita à fábrica da Cerâmica Vieira, a única fábrica de faiança vidrada nos Açores, fundada em 1862, e na mesma família há cinco gerações. Percorrendo as salas, o visitante pode assistir a todo o processo artesanal de produção, desde a modelagem até à pintura à mão, em que predominam motivos de cor azul. Curiosamente, é provável que vá encontrar apenas mulheres, artesãs, a trabalhar o barro e a pintar as bonitas peças de louça decorativa e utilitária, e azulejos. No final, pode encontrar muitas dessas louças à venda na loja da fábrica.

Cerâmica Vieira (Fotografia: Adelino Meireles/GI)

 

# Plantação de ananases A. Arruda
Na Fajã de Baixo (Ponta Delgada), a capital dos ananases dos Açores, ficam as estufas mais antigas do arquipélago, a plantação A. Arruda. A cultura desse fruto exótico foi introduzida na ilha em meados do século XIX, como alternativa ao declínio da produção de laranja, e o empresário Augusto Rebelo Arruda foi um dos primeiros a apostar no ananás, numa antiga quinta de família. Quem visita a plantação, de forma gratuita, pode circular de estufa em estufa, com ananases em diferentes estágios de crescimento. O fruto brota do chão e demora cerca de 18 meses a ficar pronto para ser colhido.

Plantação de ananases A. Arruda (Fotografia: Adelino Meireles/GI)

 

# Jardim José do Canto
Este jardim botânico construído no século XIX por José do Canto, no sítio de Santana, em Ponta Delgada, impressiona desde logo pelas árvores da borracha de porte monumental e raízes que servem de assento para apreciar as muitas outras plantas que povoam o parque. Pinheiros-de-damara , araucárias-de-bidwill, melaleucas, turpentine e eucaliptos indígenas da Austrália; pinheiros-da-Nova-Caledónia foram algumas das milhares de espécies importadas pelo açoriano, muitas delas utilizadas posteriormente para povoar as suas matas ajardinadas das Furnas e da Lagoa do Congro.

Jardim José do Canto (Fotografia: Adelino Meireles/GI)

 


# Comer e dormir junto ao mar
Na marginal de Ponta Delgada, o grupo Bensaude detém duas moradas de repouso e repasto com vista para o mar. O Grand Hotel Açores Atlântico, o primeiro cinco estrelas do portefólio, já existe desde 1993, mas uma recente renovação dotou-o de uma nova cara que homenageia a primeira grande actividade da família Bensaude, a navegação. Vale a pena conhecer as propostas do chef José Gala, no restaurante Balcony, focadas nos produtos regionais com um toque internacional. É exemplo o creme de lapas com algas do Pico ou o pargo dos Açores com perna de caranguejo do Alasca e um reconfortante arroz cremoso de camarão e algas.

 

Mais à frente fica o Hotel Marina Atlântico, com uma vertente mais corporativa, equipado com spa e ginásio, quartos espaçosos e um restaurante com vista para a marina que é igualmente uma surpresa: destaca-se o maravilhoso risoto de enchidos regionais e o naco de novilho dos Açores com mil folhas de batata e queijo da ilha de São Jorge.

 

A Evasões viajou a convite do grupo Bensaude e circulou na ilha de S. Miguel numa viatura cedida pela Wayzor.


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