Porto Santo: praia todo o ano, passeios de jipe e boa gastronomia

Não há inverno que arrefeça o espírito de quem vive com a praia à porta, com água a 21 graus. Fora dela, passear de jipe é apenas um dos programas possíveis na ilha de Porto Santo, na Madeira.

Os nove quilómetros de areia dourada e fina valeram-lhe há muito o epíteto de “ilha dourada”, um “ouro” sobre o azul turquesa das águas do Atlântico, mas a ilha de Porto Santo somou este ano um novo título – o de melhor praia da Europa -, atribuído pela plataforma online European Best Destinations. Quem nunca a visitou projeta-se mentalmente nas suas águas mornas, e quem já teve oportunidade de a conhecer quer voltar, ao encontro das paisagens, da gastronomia e do clima ameno.

A DUNAS – VIAGENS E TURISMO foi a primeira agência de viagens a lançar-se em passeios turísticos pela ilha, há 25 anos, e mantém-se pujante com tours de jipe fora do alcatrão, caminhadas e outras atividades em locais de interesse histórico, cultural e paisagístico. Que o diga o portosantense Miguel Silva, enquanto conduz o jipe em direção ao PICO DO CASTELO, antiga chaminé vulcânica que hoje arrebata o olhar dos visitantes com uma vista sobre o mar e a capital do Porto Santo, Vila Baleira.

Um pouco mais acima eleva-se o Pico do Facho (517 metros), no qual a população se refugiava dos ataques de piratas, no século XV, e acendia archotes para alertar o Funchal. Já o nome da cidade terá a ver com o facto de ser a zona onde caíam as balas disparadas pelos canhões. A vegetação que rodeia o declive do Pico do Castelo, com espécies exóticas (cedro e pinheiro de alepo) e autóctones (como a urze e o dragoeiro), é testemunha da reflorestação de António Shiappa de Azevedo.

No início do século XX, este regente florestal fomentou também a construção de muretes para suster os terrenos e a vegetação, em virtude de os solos serem muito áridos. A orografia da ilha, “uma fatia de piza”, como ilustra Miguel Silva, causava outro problema, pois a falta de altitude não favorece a condensação de nuvens e a formação de chuva (costuma chover mais entre dezembro e março). Graças à central de dessalinização, há 40 anos que nunca mais faltou água aos habitantes.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

A FONTE DA AREIA é um tesouro a céu aberto e remonta à última era glaciar que cobriu a ilha, há pelo menos 11 mil anos. Quando o nível da água baixou, pôs a descoberto uma série de corais e plantas marinhas fossilizadas (arenitos calcários) que foram erodindo e depositando-se na costa sul por ação do vento. Outro dos geossítios a não perder na ilha é o PICO ANA FERREIRA, uma estrutura colunar de disjunção prismática formada pelo arrefecimento de lava em contacto com o mar.

Ultimamente, as dunas têm sido palco de um outro trabalho de valor ambiental e comercial: a plantação de vinhas rasteiras como as que existiam antigamente em toda a praia. Protegidas por “muros de croché” feitos em pedra aparelhada e que protegem as plantações agrícolas dos ventos atlânticos, acabam por ajudar também a sustentar o cordão dunar. O produtor António Maçanita tem utilizado uvas das castas autóctones Listrão e Caracol nos seus vinhos, alguns entretanto premiados.

Sem perder o mar de vista, nem as dunas, há quem faça uma pausa no espaço PÉ NA ÁGUA, na praia das Pedras Pretas, para reabastecer as energias. E enquanto o corpo seca, nada como petiscar um bolo do caco com manteiga de alho e lapas grelhadas, entre goles de cerveja Coral ou uma Brisa de maracujá. A carta assenta no peixe (bodião, garoupa, cherne, goraz) grelhado ao quilo, mas também há bife à cervejaria, petiscos para partilhar, saladas e outras soluções para comer na praia.

É comum fazer-se praia todo o ano na “ilha dourada”, mas desengane-se quem pensa que a chegada da época baixa esgota as atividades de lazer na ilha. O vento torna-a um destino ideal para os praticantes de asa delta e parapente, windsurf, vela, surf e kitesurf, enquanto as veredas convidam a passeios a pé e de bicicleta em percursos identificados. Observação de aves, geocaching, mergulho, ténis, paddle e golfe são outros desportos que se pode praticar durante o inverno, na ilha.


Lambecas, os gelados da ilha

Ir a Porto Santo e não comer uma lambeca é quase como ir a Roma e não ver o Papa. Não há quem não conheça estes gelados artesanais criados por João Reis há pelo menos 60 anos, e que no verão são sinónimo de longas filas de clientes ávidos de um doce quando saem da praia. Os gelados, servidos em cone de bolacha, são extraídos de uma máquina e têm quase 30 sabores diferentes, sempre em rotação.


Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.



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