Passeios pela costa, um refúgio acolhedor e uma destilaria: o inverno na Costa Vicentina

Se no verão aqui “as águas brilham como prata”, no inverno há pastos verdes e um novo turismo rural para descobrir, assim como gin para aquecer a alma e trilhos de cortar a respiração, em frente ao mar.

“Havia um pessegueiro na ilha/Plantado por um vizir de Odemira/Que dizem que por amor se matou novo/Aqui, no lugar de Porto Covo”. A eterna canção de Rui Veloso ecoa instintivamente na cabeça de quem percorre a zona em frente à Ilha do Pessegueiro, na costa do sudoeste alentejano. Mas da falésia não se avista nenhum pessegueiro na ilha – apenas o forte homónimo mandado construir por D. Pedro II, no século XVII, para defender a costa dos piratas e corsários.

Aberto apenas a visitas previamente marcadas com o município de Sines, o forte surge associado a outro motivo de passeio, tanto a pé como em BTT. Afinal, é em Porto Covo que o TRILHO DOS PESCADORES e o Caminho Histórico da emblemática Rota Vicentina se cruzam. Dali pode-se partir tanto para um como para o outro, sendo útil saber de antemão que ao contrário do histórico (que percorre acessos rurais), o costeiro é arenoso e fisicamente mais exigente.

“O trilho pode ser feito durante todo o ano, mas a melhor temporada é entre outubro e novembro e entre janeiro a maio”, aconselha Margarida Ferreira, responsável do muito próximo e recém inaugurado MONTE DA BEMPOSTA. A pensar nos caminhantes que estão dispostos a fazê-lo em etapas de um dia, o turismo rural criou um pacote com quatro noites com pequeno-almoço, três jantares, transporte para os trilhos e um piquenique diário, a partir de 432 euros por pessoa.

Ainda antes de os dourados raios de sol se extinguirem no horizonte, o staff acende as lareiras em redor da piscina e desce as proteções do alpendre, ligando os aquecedores. As noites no Alentejo da Costa Vicentina são frias e húmidas, até durante o verão. Mas há uma lareira acesa na sala de refeições e um cesto de pão com manteiga e azeitonas a chegar à mesa, seguidos de peixinhos da horta e salada de polvo com tempero caseiro. Basta reservar o jantar até às 18h.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

A carta há de mudar com a chegada da primavera. Até lá, são sabores reconfortantes os lombinhos de porco com puré de batata doce e os filetes de peixe-galo com arroz de tomate, entre outras propostas. Já o recolhimento aos aposentos é feito em 16 unidades, de tipologias entre suíte e apartamento T3. A maioria são estúdios com mezanino e kitchenette, com chão aquecido na casa de banho, alpendre privado e uma decoração simples, a lembrar as casas alentejanas.

O inverno traz uma maior tranquilidade aos oito hectares do Monte da Bemposta, sem que falte o que fazer a miúdos e graúdos: há bicicletas, campos de padel com raquetes e bolas incluídas, passeios a cavalo ao fim de semana, aulas de ioga e surf mediante marcação e cavalos, lamas, burros e alpacas para alimentar no meio da natureza. Quem quiser conhecer a região fora de Porto Covo tem como sugestão a VILA DO GIN – BLACK PIG, a meia-hora de carro, em Vila Nova de Santo André.

O projeto arrancou em 2007 com a plantação do primeiro pomar de medronheiros do Alentejo (cujo fruto é destilado, juntamente com a alfarroba, para fazer o próprio álcool), e com a criação do porco alentejano. Com a destilaria em pleno funcionamento, o mediterrânico Black Pig não mais parou de ganhar prémios em concursos nacionais e internacionais, até dar origem, pelas mãos do seu destilador Miguel Ângelo Nunes, ao “primeiro parque temático de gin do mundo”.

São 15 hectares de área visitável e com 300 lugares sentados ao ar livre, onde tudo gira em torno do gin Black Pig. Com tantos espaços e atrações para diferentes faixas etárias, os adultos podem visitar a destilaria (onde são feitos gins, aguardente de medronho e rum) e provar gins no showroom, enquanto as crianças se aventuram no Gin Safari puxado por um trator ou vão à descoberta da fauna e flora do montado alentejano. É aí que tudo começa e acaba, com base num ciclo 360.


Comer no Alma Nómada
No restaurante do parque de campismo Yelloh! Village Costa do Vizir, em Porto Covo, a decoração lembra o calor da praia. No menu há petiscos, almoços e jantares ao sabor do peixe e marisco da costa e carnes maturadas como o Kobegal Super Premium com 60 a 90 dias de maturação, acompanhado com coleslaw e batata rústica para duas pessoas. A cozinha privilegia os produtos locais e sazonais, juntando-lhes um toque de criatividade. A carta de vinhos tintos, brancos e espumantes opta por pequenos produtores.

(Fotografia: DR)


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