Museus e memórias: espaços a visitar na margem norte do rio Lima

Museu do Brinquedo Português, em Ponte de Lima (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)
Para lá da ponte romana e medieval que embeleza o postal limiano, a zona ribeirinha é fértil em locais de passeio, e outros quantos recantos que vale a pena conhecer.

Uma das recompensas de atravessar a ponte velha para a margem direita é a bonita vista para a zona ribeirinha que deixamos para trás. Voltando atenções para o lado onde fomos desembocar, mais precisamente o Largo da Alegria, encontramos mais um punhado de boas razões para ficar ali mais tempo.

É o caso do MUSEU DO BRINQUEDO PORTUGUÊS, instalado na antiga Casa do Arnado, capaz de agradar, de formas diferentes mas em igual medida, tanto miúdos como graúdos. Rocas, canhões de folha, bonecas de pasta de papel, soldadinhos de chumbo, barcos, comboios, triciclos, piões e muitos outros objetos da infância alinham-se nas prateleiras ao longo das salas, mostrando a história do brinquedo nacional ao longo das décadas, desde o final do século XIX até 1986.

 

No espaço exterior, a caminho de outra paragem obrigatória, damos de caras com um atelier de cerâmica, onde Joaquim Esteves encontrou a paixão pelo barro. “Comecei num curso de pintura de azulejo, e isto agora tornou-se um vício”, conta. Antigo pintor da construção civil, trocou de pincéis para dar cor a andorinhas, figuras religiosas, canecas, pratos, fruteiras e muitas outras peças de decoração e utilitárias.

Mais à frente, nos antigos anexos agrícolas da Casa do Arnado, funciona agora o CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO TERRITÓRIO, que pode muito bem ser um ponto de partida para depois sair à descoberta do mundo rural limiano. Ali, o visitante pode ver como era uma adega e uma cozinha do antigamente, conhecer utensílios relacionados com a produção de linho, gado e vinho, trajes e tradições, como as populares Feiras Novas, ali documentadas em vídeo. A exposição permanente é acompanhada por peças em miniatura de alguns desses utensílios, criadas pelo artista José Coelho, e que ali ficam até dia 20 de junho.

 

Ao redor dos edifícios, os antigos campos de cultivo foram transformados em jardins característicos de várias épocas, que acolhem ainda uma estufa, um parque infantil e um pequeno lago. No PARQUE TEMÁTICO DO ARNADO apetece passear por baixo das ramadas, e descansar em algum banco junto ao Jardim Romano, ou sob uma sombra fresca a admirar as cores do roseiral do Jardim Barroco, ou dos rododendros e das azáleas do jardim da Renascença. Neste refúgio tão próximo do rebuliço da vila, quase nos esquecemos que o tempo passa, não fossem os sinos da Igreja de Santo António da Torre Velha a marcar a hora, ou o vislumbre de rio que espreita por um dos portões de entrada do parque, com a pequena capela do Anjo da Guarda, de sentinela. A sua água brilhante a banhar a outra margem, sedutora, convida-nos a atravessar novamente os arcos e aí continuar o passeio, numa próxima visita.

 

Festival Internacional de Jardins
A 16ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima já está de portas abertas e vai receber visitantes até 31 de outubro. Este ano, os 12 jardins em exposição têm como tema a religião.

 

QUATRO MESAS PARA A DESPEDIDA

# Petiscas
A esplanada no Largo da Alegria faz o convite a quem passa para ali apreciar as pataniscas, as favas com presunto ou o polvo à galega, acompanhado por uma sangria de espumante e frutos vermelhos. Este seria apenas o prelúdio, que depois vêm as grandes especialidades da casa, o bacalhau com broa e a posta Barrosã. As salas interiores, de decoração romântica e jazz a tocar de fundo também chamam a prolongar a refeição.

 

# Taberna da Porta Vermelha
Não há que enganar. A porta encarnada de frente para o Jardim da Freiria, confirma a morada desta casa de petiscos que abriu há poucas semanas. A partir das 13h e durante toda a tarde chegam às mesas tábuas de queijos e enchidos, moelas, preguinhos, alheira e bolinhos de bacalhau, casados com cervejas e vinhos da região. Por reserva, ao almoço ou ao jantar há também nacos de porco ou posta com arroz de tomate malandrinho

 

# O Açude
É uma das mesas de referência do sarrabulho (disponível todos os dias), mas neste restaurante com vista para o rio, ao lado do Centro Náutico de Ponte de Lima, João Lima quis privilegiar o peixe fresco, deixando espaço, ainda assim, aos clássicos da região, como o bacalhau com broa e a posta. Em época, a lampreia junta-se à lista, assim como o sável em escabeche ou frito com arroz debulho (feito com as ovas do peixe). João partilha a gestão d’O Açude com o sacerdócio, uma combinação que facilmente justifica: “porque gosto de comer bem, gosto de falar e gosto de pregar”.

 

# Orelha d’Elefante
Em terras de sarrabulho, Letícia e Rafael marcaram pela diferença e abriram um restaurante 100% vegetariano. O mínimo de desperdício é o preceito de todo o projeto, pelo que a carta é pequena, mas variada: panquecas gulosas, torradas feitas com de pão de fermentação lenta produzido ali mesmo, petiscos e sobremesas deliciosas. Todos os dias há uma proposta diferente para o almoço criada em função dos legumes disponíveis e com influência macrobiótica. O espaço funciona ainda como mercearia biológica.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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