A surpresa pode ser marcante quando se sobe do castelo. O vale do rio Pônsul, com a barragem e a sua albufeira e suas ladeiras pontuadas por antigos moinhos, são motivo para arregalar os olhos. Mais ainda, sabendo que as escarpas estão povoadas de fósseis de animais que habitaram a Terra há milhões de anos, mais propriamente há 480. São as trilobites, “parecidas com camarão que viviam o fundo do mar”, explica a geóloga Joana Rodrigues, que faz visitas guiadas pelo PARQUE ICNOLÓGICO DE PENHA GARCIA, que integra o GEOPARK NATURTEJO.
(Pedro Granadeiro / Global Imagens)
Olhar para estas rochas, é observar o fundo do oceano, como era antes das placas continentais colidirem e fazerem com que este se erguesse, formando o que se vê hoje, camadas quartzíticas verticais. “Isto era um oceano, indica Joana, apontando para as rochas. “As trilobites raspavam a areia do fundo do mar para procurarem alimento. Aqui há mais de 20 espécies e estão bem preservadas. E são as marcas que as trilobites deixaram enquanto procuravam comida – chamadas cruzianas, pois as primeiras identificadas foram em Santa Cruz, na Bolívia – que se podem aqui ver”.
As rochas não são a única coisa a admirar nesta rota. Espalhados à volta dos antigos moinhos, estão pequenos canteiros de suculentas, tratados com carinho pelo senhor Domingos, o zelador desta zona do parque. Recebe sempre com entusiasmo os visitantes. Abre-lhes a porta do centro interpretativo Casa dos Fósseis, instalada numa das casas. Mas também vale a pena ver as outras.
(Pedro Granadeiro / Global Imagens)
Praia Fluvial do Pego
No fundo do vale escarpado, entre as cruzianas, uma cascata refresca a praia fluvial do Pego. No pequeno lago que se forma, encontra-se uma trilobite gigante e uma amonite, uma espécie de lula gigante contemporânea das trilobites. Brinquedos flutuantes que agradam a todos.
