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Grande Rota Peneda-Gerês: no Soajo, à boleia do pão-de-ló e de uma lagoa

Poço Negro, no Soajo. (Foto: Rui Manuel Fonseca/GI)

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Ao longo dos próximos dias, estamos a publicar reportagens pelas aldeias e vilas por onde passa a Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta localidade é uma de várias.

 

Não é uma coleção tão grande como a de Lindoso, mas também é digna de visita. No alto das grandes lajes de granito, para afastar roedores e outros animais que pudessem danificar a seca do milho, os vinte e quatro ESPIGUEIROS DE SOAJO são uma das grandes atrações desta aldeia. São do tipo galaico-minhoto, com corpo baixo e alongado, alguns remontam ao século XVIII.

Estes pequenos pedaços de património estão situados junto ao Campo da Feira de Soajo, um largo onde cabe uma zona de parque infantil, com vistas para a serra do Soajo (que chega a atingir 1416 metros no seu cume), e uma estátua alusiva ao cão sabujo. Nos séculos da era monárquica, todos os anos eram oferecidos aos reis de Portugal exemplares desta raça canina autóctone, em troca de insenção de impostos e outros privilégios para os soajeiros.

Os espigueiros do Soajo. (Fotografias: Rui Manuel Fonseca/GI)

Descendo pela estrada junto aos espigueiros, a M530, todos os caminhos vão dar ao POÇO NEGRO, uma das cascatas e lagoas mais bonitas desta zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês. De fácil acesso, a sua entrada está bem sinalizada à beira da estrada, depois de uma descida de cerca de um quilómetro, entre figueiras e oliveiras. Depois, é só descer a escadaria em pedra até ao poço, ir de rocha em rocha até se achar o local para estender a toalha e refrescar nestas águas cristalinas.

Já de volta ao centro histórico da aldeia, ainda com muitas portas fechadas, uma nova se prepara para abrir nos próximos tempos, estando a ser criado o Centro Interpretativo e Etnográfico do Soajo no Largo do Eiró, onde se situam também o pelourinho da aldeia, um posto de turismo e a Igreja de São Martinho, onde se encontra um altar ao ar livre em homenagem a este santo.

O Poço Negro.

Dali, num pulinho se chega à PADARIA DO SOAJO, onde se fabrica um dos símbolos da doçaria local, o pão-de-ló de Soajo, vendido em três doses diferentes, em miniatura, em meio-quilo e um quilo. “Tem uma elevada humidade, tornando-o diferente das versões mais secas do pão-de-ló, mas também não é para comer à colher”, explica Débora Abelheira, que gere este cantinho com décadas de história, ao lado do marido Lourenço. O pão artesanal de trigo e mistura vem de Arcos de Valdevez, mas tudo o resto é feito ali, como os biscoitos de milho e os novíssimos calhaus de Soajo, bombons crocantes de chocolate negro, caramelo e amendoim.

Padaria do Soajo.

Todos os dias, vendem-se dezenas de unidades deste pão-de-ló, numa receita que se mantém igual há mais de 40 anos, inciada pelo bisavô materno de Débora. Dos cinco filhos que este bisavô teve, todos ficaram ligados à panificação, chegando a família ao abrir padarias nos EUA. “Não havia por onde fugir”, ri-se a proprietária, que cresceu atrás do balcão. Além da Padaria do Soajo, o seu pão-de-ló encontra-se em Arcos de Valdevez, mas também é possível encomendar diretamente e receber ao domicílio em todo o país.

 


Dois trilhos pedestres

No Campo da Feira de Soajo, estão sinalizados dois trilhos pedestres. A Rota do Soajo soma mais de 15 quilómetros e implica maior disponibilidade de tempo, levando cerca de sete horas num percurso que liga a aldeia o Soajo à Peneda, por caminhos pela serra. Já o Trilho do Contrabando tem cerca de 10 quilómetros e passa pelos antigos caminhos de comerciantes pelas encostas viradas a sul e a nascente da Serra do Soajo. Um dos locais de passagem é a Ponte da Ladeira, nos arredores da aldeia, uma pequena passagem em pedra sobre o rio Adrão.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.